Publicado por: Alba Bloechliger | 14/04/2012

Satanás Domina Pessoas Hoje como o Fazia no Novo Testamento?

O Novo Testamento, especialmente os relatos do evangelho, fala freqüentemente do poder do diabo e dos seus servos. Encontramos no registro bíblico várias pessoas endemoninhadas, ou seja, possuídas por um ou mais demônios. Tais casos envolvem pessoas boas e inocentes possuídas contra a sua vontade e incapazes de se livrarem destes poderes maus.

Hoje, a expulsão de demônios e demonstrações semelhantes, bem como sessões de “descarrego” espiritual, se tornaram comuns em muitas igrejas. Será que o diabo continua agindo hoje como o fazia no Novo Testamento? A Bíblia ensina que não. Vamos considerar alguns fatos importantes:

ŒDeus é maior do que Satanás, e por isso, o diabo age na terra dentro dos limites definidos pelo Senhor (Jó 1 e 2; Zacarias 3:1-5; Apocalipse 20:1-3).

A Bíblia fala de possessão de demônios somente nas épocas nas quais Deus estava fazendo novas revelações, principalmente nos evangelhos, quando Jesus revelava a sua nova doutrina. Quando ele demonstrava seu poder sobre enfermidades, morte física e demônios, as pessoas corretamente interpre-taram o seu poder como sinal de uma nova revelação (Marcos 1:26-27). Agora é diferente. Qualquer um que revela novas doutrinas hoje é amaldiçoado por Deus e deve ser rejeitado por todos nós (Gálatas 1:6-9).

Ž Jesus mesmo explicou a expulsão de demônios como preparação para uma vitória completa sobre Satanás (Marcos 3:27).

Jesus derrubou o diabo pela sua morte na cruz (Hebreus 2:14-15).

Zacarias profetizou sobre a nossa libertação do pecado em Cristo, e disse que, entre o povo do Senhor, não haveria mais idolatria, nem profetas, nem espíritos imundos (Zacarias 13:1-2). Uma vez que a Nova Aliança foi completamente revelada, sabemos que a profecia cessou (1 Coríntios 13:8-13). Sabemos também que a idolatria não faz parte da vida do discípulo de Jesus (2 Coríntios 6:16 – 7:1), e que o diabo foge do verdadeiro servo de Deus (Tiago 4:7).

‘A arma que usamos para vencer o diabo é a poderosa palavra de Deus (Efésios 6:11-17; Tiago 1:21).

A nossa vitória sobre o diabo hoje não exige exorcismo, expulsão de demônios ou sessões de descarrego. Para ficarmos libertos do diabo e longes dos ministros dele, temos que abraçar a verdade e resistir os ataques do Maligno. Vamos resistir a sedução de falsos professores que falam mais do diabo do que do Salvador. Ponhamos a nossa confiança no Senhor e na palavra dele. “Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (João 8:32). “E esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé” (1 João 5:4). “Jovens, eu vos escrevi, porque sois fortes, e a palavra de Deus permanece em vós, e tendes vencido o Maligno” (1 João 2:13). “Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não vive em pecado; antes, Aquele que nasceu de Deus o guarda, e o Maligno não lhe toca” (1 João 5:18).

-por Dennis Allan

Publicado por: Alba Bloechliger | 06/04/2012

AFINAL, QUANDO MORREU JESUS CRISTO? – Quarta ou Sexta-feira?

AFINAL, QUANDO MORREU JESUS CRISTO?
– Quarta ou Sexta-feira?

Páscoa é um termo hebraico “que significa passagem (o anjo da morte ‘passou’ sobre as casas dos israelitas”).

“Os judeus computavam o tempo pelo sistema inclusivo. O dia inicial era o ‘primeiro’ dia, mesmo que dele só restassem algumas horas; o dia imediato era o ‘segundo’; e as primeiras horas do dia que vinha em seguida já eram consideradas ‘terceiro dia.’”

GRÁFICO DOS DIAS

Há um grupo religioso que defende com muita determinação a idéia de que Jesus morreu na quarta-feira e ressuscitou no Sábado. Para tal, apóia-se num único verso existente na Escritura. Ei-lo:
Mateus 12: 40
“Pois, como Jonas esteve três dias e três noites no ventre da baleia, assim estará o Filho do Homem três dias e três noites no seio da terra.”
Os membros desta igreja entendem que Jesus teria que passar, morto, setenta e duas horas, sem um segundo a menos ou a mais, o que é tarefa difícil de provar. Interessante que, se por um lado há apenas um único texto que informa “três dias e três noites”, por outro existem sete que, tratando do mesmo acontecimento (morte do Senhor), cristalinamente consignam três dias. Ei-los:

Mateus 26:61 – “…derribar o templo de Deus e reedificá-lo em três dias”.
Mateus 27:40 – “…e em três dias o reedificas…”
Mateus 27:63 – “…depois de três dias ressuscitarei.”
Marcos 8:31 – “…mas que depois de três dias ressuscitaria.”
Marcos 14:58 – “… e em três dias edificarei.”
Marcos 15:29 – “…derribas o templo, e em três dias o reedifica.”
João 2:19 – “…derribarei este templo, e em três dias O levantarei.”

Observe que são sete contra um, e o mesmo Mateus relata outras três vezes apenas três dias. Ora, se uma vez informa “três dias e três noites” e se três vezes menciona “três dias”, é evidente que mais peso deverá ter a referência repetida pelo mesmo evangelista, não acha? Isso indica que a expressão “três dias e três noites” foi uma expressão casual, não absoluta. Já pensou porque os demais evangelistas não repetiram a mesma expressão? Mormente sendo sinóticos?
As dez passagens seguintes mencionam que Jesus iria ressuscitar no terceiro dia, contado de Sua morte, sem se importar com os minutos ou segundos: Luc. 9:22; Mat. 17:23; Luc. 18:33; Mat. 20:19; Mar. 9:31; Luc. 13:32; Mar. 10:34; Luc. 24:7 e 46; Mat. 16:21). Conferiu?

IMPORTANTE – A morte de Jesus na sexta-feira não foi acidental nem casual, mas profética, por estas duas razões fundamentais e bíblicas:
1ª – Todas as profecias do Antigo Testamento que apontavam para Jesus e Sua obra de redenção precisavam ter cumprimento literal, para que ficasse caracterizado ser Ele o Messias. Uma delas evidencia Sua ressurreição no primeiro dia da semana. Era a festa das primícias. O sacerdote, neste ritual, movia o molho perante Deus “ao seguinte dia do Sábado” (Lev. 23:10 e 11). Assim, Cristo teria que ressuscitar neste dia, para cumprir mais esta profecia e se fazer “as primícias dos que dormem” (I Cor. 15:20 e 23).
2ª – Jesus Cristo precisava passar o Sábado da redenção descansando de Sua obra redentora, como fizera no Sábado da criação, para confirmá-lo eternamente como o dia de repouso para todos os cristãos. Daí por que Jesus não poderia morrer nem segunda, terça, quarta, quinta ou domingo.

PROVAS ESCRITURÍSTICAS DA MORTE DO SENHOR NA SEXTA-FEIRA,
SEGUNDO O EVANGELISTA MARCOS – (Marcos 15:1-4)
Estes versos narram os últimos acontecimentos na vida de Jesus. Foi Ele crucificado à hora terceira (9:00h – v. 25) e morreu à hora nona (15:00h – v. 34).
Verso 42 –“E, chegada a tarde, … o dia da preparação, isto é, véspera do Sábado.”
Nota-se claramente por esta escritura que Jesus morreu na sexta-feira, e Lucas, o médico gentio, define cristalinamente, identificando a sexta-feira (dia da preparação) como o dia que antecede o Sábado semanal. Diz ele:
Lucas 23: 54 – “E era o dia da preparação, e amanhecia o Sábado.”
Trocando em miúdos: Sexta-feira é dia da preparação, véspera do Sábado. A própria palavra “preparação” quer dizer sexta-feira (paraskeuê).
Pois bem, nesta sexta-feira fatídica, José de Arimatéia, um dos ricos príncipes de Israel, foi pedir o corpo de Jesus a Pilatos, para o sepultar. Mar. 15:43.

CONSIDERE:
• Não é estranho que, se Jesus tivesse realmente morrido na quarta-feira, José só teria ido pedir o corpo do Mestre dois dias depois?
• Não estaria este corpo decomposto, haja vista suas carnes repuxadas penderem sob o pesado corpo na cruz?
• Não teria sido uma desumanidade deixar o corpo do Senhor exposto à intempérie e desalento durante 48 horas?
• Qual a finalidade de deixar Jesus dois dias dependurado no madeiro?

Atente agora para a reação de Pilatos à solicitação do corpo do Senhor:
Verso 44 – “E Pilatos se maravilhou de que já estivesse morto…”
Por que Pilatos se surpreendeu de que Jesus já tivesse morrido naquela sexta-feira? – Lógico, sua admiração devia-se ao fato de que há algumas horas apenas Jesus fora crucificado, e os supliciados duravam na cruz às vezes de 2 a 7 dias – vivos – mas Jesus, coitado, embora forte, depois de ter passado pela agonia do Getsêmani, padecido açoites, morreu de dilaceramento do coração, por causa dos pecados do mundo. Por isso Jesus não durou muito tempo vivo (apenas de 9 às 15:00 h), razão porque motivou a admiração do Governador.
Pilatos jamais se teria “maravilhado” da morte de Jesus, caso ela houvesse ocorrido na quarta-feira e José só tivesse pedido Seu corpo na sexta-feira; teriam transcorridos dois dias, o que era perfeitamente normal. Pilatos, entretanto, para ter absoluta certeza de que Jesus morrera, certificou-se com o seu chefe da guarda, e depois liberou o corpo (v. 45).
Não há por conseguinte nenhuma razão plausível, para se negar tenha O Senhor morrido na sexta-feira. A tangente por onde saem os que não aceitam esta verdade cristalina é afirmar que este dia da preparação mencionado pelos evangelistas não antecedeu ao Sábado do sétimo dia da semana, mas ao sábado cerimonial que foi a “páscoa que se deu na quinta-feira”, da última semana de vida do Senhor, antes de Sua morte (Veja-se Doutrinal, págs. 151 e 152 – Igreja Adventista da Promessa). Será que foi assim? – Não! A Bíblia esclarece.
Marcos 16:1 – “E, passado o Sábado, Maria Madalena, e Maria, mãe de Tiago e Salomé, compraram aromas para irem ungí-Lo.”
Se Jesus tivesse morrido na quarta-feira, haveria tremenda contradição na sequência evangelística, pois diz o verso 2:
Marcos 16: 2 – “E, no primeiro dia da semana, foram ao sepulcro, de manhã cedo, ao nascer do Sol.”
Outra vez está claramente identificado que se trata do Sábado do sétimo dia da semana, o dia que vem depois da sexta-feira, pois afirma Marcos: “…passado o Sábado (v. 1), surgiu o primeiro dia da semana (v. 2).”
Aplicada esta escritura à crença de que a páscoa se deu na quinta-feira, chegaremos ao seguinte panorama:

• Dia da morte do Senhor.
QUARTA-FEIRA • Dia da preparação (?!)

QUINTA-FEIRA • Dia da páscoa (sábado cerimonial?!)

SEXTA-FEIRA • ?!? (Este dia terá que ser transformado no primeiro dia da semana, pois dizem os evangelistas que aquela tarde do dia da morte de Jesus era o dia da preparação – véspera do Sábado (Mar. 15:42; Luc. 23:54; Mat. 27:57; João 19:42). E, passado o Sábado – surgiu – o primeiro dia da semana – domingo (Mar. 16:1 e 2; Luc. 24:1; Mat. 28:1; João 20:1).

EVIDENTE: No dizer dos irmãos da Igreja Adventista da Promessa, se a quinta-feira foi a páscoa (sábado cerimonial), a quarta teria que ser a preparação, e a sexta-fei-ra… (??!!) Isto prova que Jesus não morreu na quarta-feira.
Finalizando esta maratona no evangelho de Marcos, ele finaliza com esta jóia de verdade:

Marcos 16:9 – “E Jesus, tendo ressuscitado na manhã do primeiro dia da sema-na, apareceu primeiramente a Maria Madalena, da qual tinha expulsado sete demônios.”
Este texto demasiadamente claro na definição do dia da ressurreição do Senhor, foi alterado pelos irmãos promessistas que colocam a vírgula depois da palavra ressuscitado. (“E Jesus tendo ressuscitado, na manhã do primeiro dia da semana apareceu primeiramente a Maria Madalena…”).
Desfigura-se assim a Escritura para sustentar uma doutrina que não tem fundamento sólido, nem embasamento bíblico, porque está firmado apenas sobre um texto isolado.

SEGUNDO O TESTEMUNHO DE LUCAS – (Lucas 23:33-49)
Novamente são narrados os últimos acontecimentos da vida do Mestre. Depois de morto, Jesus foi retirado da cruz (v. 53); “E era o dia da preparação (sexta-feira) e amanhecia o Sábado.” (v. 54). Lucas define cristalinamente que o dia que antecede o Sábado é a sexta-feira (dia de preparação), “conforme o mandamento” (v. 56). Veja como é claro! Que mandamento? – Moral, e não cerimonial!
Jesus morreu e foi retirado da cruz na sexta-feira. Foi colocado no sepulcro também neste dia (v. 55), depois os discípulos prepararam os ingredientes para o embalsamamento do corpo e descansaram no Sábado (v.56). No primeiro dia da semana bem cedo, foram as discípulas ao sepulcro (Luc. 24:1). Dois anjos apareceram e lembraram-lhes as palavras de Jesus que ressuscitaria no terceiro dia (Luc. 24:7).
Dois outros discípulos, neste mesmo PRIMEIRO DIA da semana (Luc. 24:13), dirigiam-se para Emaús, e, no trajeto, desconsolados, rememoravam os acontecimentos da sexta-feira passada, quando o próprio Jesus lhes aparece (Luc. 24:15) e interpela-os sem que eles O reconheçam (Luc. 24:16-17). Então os discípulos relatam ao viajor (Jesus) os acontecimentos do Calvário (Luc. 24:19-20), finalizando com esta esclarecedora declaração:
Lucas 24: 21 – “E nós esperávamos que fosse Ele o que remisse a Israel; mas ago- ra, sobre tudo isso, é já HOJE o terceiro dia desde que essas coisas aconteceram.”

DOMINGO – 3º Dia (“ … que essas coisas aconteceram…”)
OBSERVE SÁBADO – 2º Dia
SEXTA-FEIRA – 1º Dia – Morte de Jesus

Jesus, então, identificando-Se confortou-os com palavras messiânicas e proféticas (Luc. 24:31-49). Para desanuviar as dúvidas, vamos destacar este verso:
Lucas 24: 46 – “… convinha que o Cristo padecesse, e ao terceiro dia (domingo- primeiro dia da semana) ressuscitasse dos mortos.”
Veja, terceiro dia, e não “três dias e três noites”. Tudo claro! Tudo certo! Agora, imagine, tivesse Jesus morrido na quarta-feira, o quadro seria este:

CERTO ERRADO
DOMINGO 3º Dia … 4º Dia
SÁBADO 2º Dia 3º Dia
SEXTA-FEIRA …………………. 1º Dia 2º Dia
QUINTA-FEIRA ………………… ? ………………… 1º Dia
QUARTA-FEIRA ………………… ? ……………….. ?
Houvesse Jesus ressuscitado no Sábado, o discípulo teria errado ao dizer: “É já hoje o terceiro dia…”, pois em realidade seria então – o domingo – o 4º dia, e não o 3º, “desde que essas coisas (suplício do Salvador) aconteceram”, e pior, para ser verídica esta hipótese, o Senhor teria que ter morrido na quinta-feira (?!).

SEGUNDO O TESTEMUNHO DE MATEUS – (Mateus 27: 32-56)
Estes versos narram as cenas finais da crucificação.
Morreu Jesus à hora nona (15:00 horas, vv. 45,46,50). Era sexta-feira. E logo após Sua morte, antes que o Sol se pusesse, José foi pedir o corpo a Pilatos para sepultá-Lo em seu túmulo (vv. 57-58). Agora o esclarecimento cristalino:
Verso 62:
“E no dia seguinte, que é o dia depois da preparação, reuniram-se os príncipes dos sacerdotes e os fariseus em casa de Pilatos.”

REPARE BEM:
• “Dia seguinte” – (Sábado, pois o óbito se deu na sexta-feira).
• “Que é o dia depois da preparação” – (Sábado, é o único dia que vem logo depois da sexta-feira, que sempre foi e será o dia de preparação bíblica).

Mateus serve-se de uma circunlocução (rodeio de palavras) para deixar bem claro e patente que Jesus morreu na sexta-feira. Depois de morto, os ânimos não se serenaram. Os sacerdotes reuniram-se no Sábado com o Governador, receosos da ressurreição de Cristo (v. 63-64) que se daria, sem dúvidas, conforme a profecia, no terceiro dia (domingo), o que ocorreu de fato. Mateus 28: 1.

NÃO ESQUEÇA: A sexta-feira, até hoje, é conhecida bíblicamente como o dia da preparação para o santo Sábado do sétimo dia da semana.
RESUMO

SEXTA-FEIRA – 1ª DIA • Morre Jesus Cristo à 15:00 horas.
• Jesus descansa no sepulcro, de Sua obra de redenção.

SÁBADO – 2º DIA • Sacerdotes tramam boicotar a Sua ressurreição.

DOMINGO – 3º DIA • Ressurreição. Vitória.
Como você pode comprovar, e com clareza: Três dias do calendário.
Profecia cumprida. Aleluia!

SEGUNDO O TESTEMUNHO DE JOÃO – (João 19: 17-42)
Este evangelista, de forma clara e incisiva, estabelece o dia da morte de Jesus na sexta-feira, como também identifica que a páscoa foi no Sábado, naquela semana derradeira do ministério de Jesus. Vamos ler:
João 19: 14
“E era a preparação da páscoa, e quase à hora sexta (*); e disse aos judeus: Eis aqui o vosso Rei.”
Ora, se os acontecimentos que culminaram com a morte de Jesus foram na sexta-feira, e Seu óbito se deu também na sexta-feira, e este dia era a preparação da páscoa, logicamente a páscoa se deu no Sábado do sétimo dia da semana. Senão, veja o que diz João 19:
Versos 17-27 – narram as cenas da crucifixão;
Verso 30 – focaliza a morte de Jesus;
E o verso 31 diz:
“Os judeus, pois, para que no Sábado não ficassem os corpos na cruz, visto como era a preparação (pois era GRANDE aquele dia de Sábado), rogaram a Pilatos que se lhes quebrassem as pernas, e fossem tirados.”
Clareza maior não pode haver. Por que era “GRANDE” aquele Sábado, após a morte do Senhor, a ponto de chamar a atenção do evangelista em seu registro?
– Por que nesta semana, a da morte de Cristo, a páscoa coincidiu cair no Sábado do sétimo dia da semana, e não na quinta-feira.
Assim, o Sábado cerimonial ocorreu no Sábado moral.
O cordeiro da páscoa era morto no dia 14 e comido no dia 15 de Nisã (Êxo. 12: 6-10). O cordeiro pascal foi morto na sexta-feira (dia 14), e comido no Sábado (dia 15), da última semana ministerial de Jesus. Por isso Jesus jamais poderia morrer em outro dia que não a sexta-feira.

João 19: 42 – “Ali pois (por causa da preparação dos judeus, e por estar perto aquele sepulcro), puseram a Jesus.”

– Por causa de quê?! – PREPARAÇÃO!
Ora, aí está mais que claro – SEXTA-FEIRA – é o dia de preparação dos judeus até o dia de hoje. Este vocábulo – preparação – identifica SEMPRE o dia seguinte que é o Sábado moral e nunca cerimonial.

(*) Equivalente a 12:00 h do sistema palestino de contar o tempo. João foi o único dos evangelistas que empregou o sistema romano de contar o tempo, pois escreveu seu evangelho, “na última década do primeiro século, quando os costumes dos conquistadores (romanos) se impunham nas áreas conquistadas.”

Recapitulando
Os evangelistas confirmam:
• Jesus teria que morrer! E morreu!
• Teria que ressuscitar ao terceiro dia! E ressuscitou!
Jesus então morreu na sexta-feira. Por que negar?
Por isso, as 72 horas completas, sem um minuto a mais ou a menos, é uma exigência que não deve prosperar, porque não tem respaldo nos evangelhos, e é tão somente, um texto isolado.
Esta expressão “três dias e três noites”, tinha para os orientais, especialmente dos tempos de Jesus, uma conotação diferente dos ocidentais. Específicamente os palestinos usavam a “contagem inclusiva” para contar o tempo, e, este “incluia o dia (ou ano) inicial, bem como o dia (ou ano) final; sem considerar como pequena, fosse a fração do dia iniciante ou findante.” – Atalaia, 4/81, pág. 11.

EXEMPLO: uma criança nascida no dia 15 de dezembro de 1995, ao chegar o dia 31 de dezembro de 1995, para os judeus teria um ano e não quinze dias; e a partir do dia 1º de janeiro, já contava dois anos.

“A maneira de contar o tempo empregada na Bíblia é chamada contagem inclusiva, que considera tanto a primeira como a última unidade de tempo incluídos no período. Este sistema era também usado por outras nações, como se pode ver através de documentos. Uma inscrição egípcia que registra a morte de uma sacerdotisa no quarto dia do 12º mês, relata que o sucessor dela chegou no 15º dia, quando se passaram 12 dias. É evidente que, pela nossa maneira de contar, diríamos que os doze dias, passados a partir do 4º dia, chegariam à data de 16.” – The Seventh-Day Adventist Bible Commentary, Vol. II, pág. 136. Grifos meus.
Arnaldo B. Christianini, em seu livro “O Ídolo da Quarta Feira”, apresenta uma enxurrada de exemplos de contagem inclusiva na Bíblia. Alinharemos dali, dois apenas, para esclarecer ao irmão o que é contagem inclusiva. Estão às páginas 17 e 21.
“O bebê israelita era circuncidado quando tivesse ‘oito dias’ de idade, segundo lemos em Gênesis 17:12…No entanto, a circuncisão ocorreria ‘no oitavo dia’ (Lev. 12:3), ou melhor ‘ao oitavo dia’ (Luc. 1: 59). É evidente, é indesmentível, que o oitavo dia se incluia na contagem. O oitavo dia era parte integrante do período de oito dias, simplesmente porque a contagem bíblica é inclusiva, e não ocidental, como a usamos hoje.

“Na descrição do episódio da enfermidade, morte e ressurreição de Lázaro, temos mais uma prova da contagem inclusiva e para isso basta simples cotejo de versículos:
“João 10: 40; 11:3 – Jesus estava em Betânia… aldeia de Marta e Maria…Essas mulheres enviaram um emissário para avisar a Jesus da enfermidade de Lázaro. O emissário gastou um dia para ir lá, e nessa ocasião Lázaro já havia morrido.
“João 11: 6 – Jesus deliberadamente decide demorar-Se ali mais dois dias.
“João 11: 7 – Decidiu Jesus voltar à Judéia, e nisso gastou um dia de viagem, perfazendo quatro dias, e lá chegou no quarto dia.
“Agora o mais importante. Em João 11: 39 lemos a expressão de Maria: ‘É já de quatro dias.’ No entanto, no original grego está: “já é do quarto dia”.
“É conclusiva a expressão ‘é já do quarto dia’. Tão lógica que o próprio Taylor, assim a traduziu e comentou:
‘É cadáver de quatro dias. Ou ‘do quarto dia’. A viagem de quem trouxe o recado sobre a doença de Lázaro levou um dia. A volta de Jesus gastou outro dia. O Mestre demorou-se dois dias antes de partir.’
“Resumindo: no ‘quarto dia’ Jesus constatou que Lázaro falecera havia ‘quatro dias’ (v. 17). Era a contagem inclusiva, em uso no Oriente. Necessariamente o quarto dia estava incluído no período.” Grifos meus.

Desanuviada pois a dificuldade para entender-se a contagem de tempo bíblica, resta-nos ver patenteada a harmonia dos evangelhos, que confirma com clareza absoluta a morte de Jesus na sexta-feira e Sua ressurreição no domingo, satisfazendo plenamente o que dizem as Escrituras.
SEXTA-FEIRA – Morte de Jesus – (passou parte deste dia no sepulcro).
SÁBADO – Descansou – (passou todo este dia no sepulcro).
DOMINGO – Ressuscitou – (passou parte deste dia no sepulcro).

Três Dias – (Mar. 8: 31; 14: 58. Mat. 26: 61; 27:40, 63. João 2: 19. Mar. 15: 29). Claro, claríssimo! Três dias do calendário.
Vale ressaltar aqui a perpetuidade e santidade do Sábado, pois neste dia, sim, Jesus passou as suas vinte e quatro horas com todos seus minutos e segundos descansando de Sua obra redentora.
A “contagem inclusiva”, que foi a contagem de tempo dos dias de Jesus, como vimos, indicava que dois dias podem ser um dia e meio, ou um dia e parte de outro, etc. Por isso ninguém deve exigir que os “três dias e três noites” mencionados por Mateus devam ser rigorosamente setenta e duas horas exatas.
Meu irmão, minha querida irmã, não faça do sinal de Jonas, um “cavalo de batalha”, que lhe roube a capacidade de distinguir as coisas simples de Deus. O sinal de Jonas deve ser aplicado honestamente, como uma representação da morte de Jesus, em suas fases maravilhosas (Criação e Redenção), pois os evangelistas assim criam e a descreveram, mas não se perderam em minudências de minutos e segundos. Dizem eles:

Lucas 11: 30 – Jonas foi sinal para os ninivitas.
Mateus 16: 4 – Jonas seria sinal para a geração de Jesus.
Mateus 12: 39 – Não seria dado outro sinal, senão o de Jonas.

Meu amado, o sinal de Jonas não são os minutos e segundos, e sim o acontecimento, porque realmente a experiência deste profeta foi cercada por ocorrências fantásticas do poder e da misericórdia de Deus. Assim como Deus ordenou ao grande peixe lançá-lo à terra, ordenou à sepultura devolver à vida O doador dela. Jesus e Jonas desceram ao “inferno”. Ambos dele escaparam vitoriosamente.
“Assim como Jonas escapara da morte para pregar aos ninivitas a mensagem de arrependimento e salvação, do mesmo modo Cristo, através de Sua ressurreição, levaria a todos que O aceitassem à salvação.” – Atalaia, 4/81, pág. 10.
Nisto aqui deve-se dar a devida atenção como o grande sinal de Jonas, e não aos minutinhos que ninguém pode provar foram observados rigorosamente no seio da terra. Outrossim, pedir sinal era um costume dos judeus. I Cor. 1: 22.

DETALHES
Outro interessante sinal de Jonas, está nos quatros capítulos do livro que leva seu nome. No primeiro capítulo Jonas – correu de Deus. No segundo Jonas – correu para Deus. No terceiro Jonas – correu com Deus. No quarto Jonas correu –adiante de Deus.
Meu querido irmão, preciosa irmã, se você pegar ao pé da letra este texto isolado dos “três dias e três noites”, deverá fazê-lo também para outros textos isolados da Escritura, como por exemplo, Marcos 9:43: “E, se a tua mão te escandalizar, corta-a, melhor é para ti entrares na vida aleijado, do que, tendo duas mão ires para o inferno, para o fogo que nunca se apaga.”
• Você crê na literalidade dele?
• Você crê que os pecadores ficarão eternamente queimando?
• E Baleia, pode engolir um homem?

Por favor, evitem correr adiante de Deus, porque conta-
gem, cálculo ou cômputo inclusivo, indica que:
• Qualquer fração de um dia era contada como um dia completo.
• Qualquer fração de um ano era contada como um ano completo.

No Japão, até o fim da segunda guerra mundial, empregava-se este método. Este é o método do exemplo da criança nascida em 15 de dezembro, lembra-se? Que o Todo Poderoso Deus lhe abençoe muitíssimo. Glória a Deus!

http://www.jesusvoltara.com.br/ados/pag41.htm

Publicado por: Alba Bloechliger | 22/05/2011

O Batismo e a Salvação

O batismo é um assunto importante nas Escrituras. Muitos textos mostram que o batismo está intimamente relacionado com outros temas fundamentais do evangelho.
Quando Jesus encarregou os apóstolos da Grande Comissão, ele fez o batismo ser um elemento central da mensagem que eles deveriam pregar ao mundo: “Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas cousas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos as dias até à consumação do século” (Mateus 28:18-20). Quando Paulo apresentou os sete fundamentos da unidade cristã, o batismo era um deles: “Há somente um corpo e um Espírito, como também fostes chamados numa só esperança da vossa vocação; há um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos” (Efésios 4:4-6). Você pode perceber a importância do batismo por causa da sua ligação com aqueles outros elementos vitais do cristianismo. Infelizmente, poucos entendem o que a Bíblia afirma acerca da^relação entre batismo e salvação. O objetivo deste artigo é mostrar que o batismo é um requisito para a salvação.

As Escrituras ensinam que há vários requisitos para a salvação: a graça de Deus, o amor de Deus, o sangue de
Cristo, o ouvir a palavra, o arrependimento, a confissão, a fé, a obediência, etc. Nenhum dos elementos acima salva sozinho; todos são, no entanto, imprescindíveis. Em meio a tudo o que o homem tem que fazer para ser salvo está
o batismo. Ninguém pode ser salvo sem fé, sem a graça de Deus, sem o sangue de Cristo, sem o arrependimento, etc., mas também não pode ser salvo sem o batismo.
O batismo é um dos vários requisitos indispensáveis para a salvação.

O Batismo é Necessário para a Salvação

Marcos 16:16­ “Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado.” O texto é claro.
É necessário que creiamos e sejamos batizados. Alguns acreditam que o batismo não é essencial porque na segunda metade do versículo Jesus não disse que aquele que não crê e não é batizado será condenado. A questão obviamente é se queremos ser salvos ou condenados. Para sermos salvos duas coisas são necessárias: a crença e o batismo. Para sermos condenados basta uma: a descrença. Examine este paralelo: quem for contratado pela fábrica e trabalhar esforçadamente receberá a promoção; quem não for contratado não receberá a promoção. Na verdade, não importa quão arduamente um homem trabalhe, se nunca for contratado, certamente não receberá a promoção.

João 3:5­ “Respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo: Quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus.” Não é possível entrarmos no reino do céu sem nascermos de novo da água e do espírito. O único nascimento pela água de que falam as Escrituras é o batismo (veja Romanos 6:3-4). Nascer do espírito diz respeito à transformação espiritual que devemos experimentar. Sem o batismo das águas e sem a mudança espiritual, é impossível entrarmos no reino.

Atos 2:38­ “Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo
para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo.” O contexto aqui é muito importante. Pedro tinha acabado de pregar um sermão no qual acusava os que o ouviam de haverem assassinado ao Senhor. Seus ouvintes perguntaram o que tinham que fazer então para serem salvos. Pedro mandou que se arrependessem e fossem batizados para receber o perdão dos pecados e o dom do Espírito Santo. Sem arrependimento e sem batismo, permanecemos perdidos, sem perdão.

Atos 22:16­ “E agora, porque te demoras? Levanta-te, recebe o batismo e lava os teus pecados, invocando o nome dele.” Esse texto nos mostra como invocar o nome do Senhor e ser salvo. Certamente devemos invocar o nome do
Senhor para sermos salvos (Romanos 10:13; Atos 2:21). Mas isso significa mais que simplesmente gritar “Jesus” (Mateus 7:21-23; Lucas 6:46; Atos 19:13-16; Romanos 10:1-3). Invocar o nome do Senhor significa voltar-se para ele e submeter-se a ele para receber a salvação. O modo pelo qual fazemos isso é para ser batizados e lavar os pecados. Uma vez que não é possível sermos salvos tendo ainda o pecado e uma vez que o batismo é exigido para ser lavado dos pecados, fica claro que o batismo é necessário para a salvação.

Romanos 6:3,4­ “Ou, porventura, ignorais que todos nós que fomos batizados em Cristo Jesus fomos batizados na sua morte? Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida.” Essa passagem compara o
batismo do cristão com a morte, o sepultamento e a ressurreição de Cristo. Jesus morreu. Nós temos que morrer com respeito ao pecado. Jesus ressuscitou; devemos também ressurgir do nosso sepulcro do batismo para vivermos uma vida nova. Está claro que a nossa nova vida segue o nosso batismo. Como não se enterra ninguém vivo, mas sim os mortos, assim também os batizados são aqueles que estão mortos no pecado e não os que já estão vivos e Cristo. A vida nova é recebida após o batismo.

1 Pedro 3:21: “A qual, figurando o batismo, agora também vos salva, não sendo a remoção da imundícia da carne, mas a indagação de um boa consciência para com Deus, por meio da ressurreição de Jesus Cristo.” O batismo
compara-se ao dilúvio dos dias de Noé. O dilúvio salvou a Noé da corrupção e da perversidade do velho mundo. O batismo nos salva da corrupção e do pecado de nossa velha vida. Uma vez que o texto afirma que o batismo no salva, a questão é indiscutível.

Objeções

“O batismo não é batismo de fato.” Algumas pessoas tomam os textos acima e tentam desidratá-los, dizendo que não se referem ao batismo nas águas. Isso é difícil fazer de forma convincente. João 3:5, por exemplo, afirma claramente: “nascer da água e do espírito”. As pessoas tentaram dar toda sorte de significados à água
nesse texto. Algumas dizem que Jesus estava falando do nascimento físico e que a água é o líquido amniótico de que tratamos quando dizemos que rompeu a bolsa d’água de uma grávida. Mas seria um pouco estranho que Jesus dissesse a homens vivos que eles tinham de nascer de novo fisicamente para entrar no reino dos céus. Informar Nicodemos que precisava nascer fisicamente para entrar nos céus era visivelmente desnecessário; isso obviamente já havia ocorrido! No contexto, Jesus mostrou categoricamente que estava falando de um nascimento espiritual e
não físico. Foi Nicodemos, não Jesus, que imaginou entrar de novo no ventre da mãe para nascer. Alguns dizem que água em João 3:5 significa a palavra. Mas isso é arbitrário. Podemos dizer que água significa qualquer coisa ­ iogurte, por exemplo ­ e ensinar que as pessoas devem ser batizadas no iogurte para ser salvas! Mas Jesus disse água, e não há por que mudar isso.

Deve ficar claro que 1 Pedro 3:21 se refere ao batismo nas águas. No contexto, ele estava falando sobre como o mundo dos dias de Noé se encheu de água. Alguns defendem a idéia de que Noé foi salvo das águas e não pelas águas. O ponto do contexto, entretanto, não é a preservação de Noé na arca, mas sua salvação pela água do pecado do mundo.

Alguns tentam interpretar essas passagens como se fosse uma referência ao batismo com Espírito Santo. É verdade que a Bíblia menciona o batismo do Espírito Santo. Há, no entanto, diferenças significativas entre o batismo nas águas e o batismo do Espírito Santo que devem deixar claro a qualquer estudioso qual é qual. O batismo do Espírito Santo era uma promessa, nunca uma ordem (observe Atos 1:4-5,8). Se um batismo é ordenado, sabemos que não se trata do batismo do Espírito Santo. Com base nisso, Atos 2:38 e Atos 22:16 têm que referir-se ao batismo nas águas. Cristo é quem batizava com o Espírito Santo, não o homem. Se o batismo tratado é um batismo feito por homens,
sabemos tratar-se do batismo nas águas. Por essa razão, Marcos 16:16 deve referir-se ao batismo nas águas (veja Mateus 28:18-20; Marcos 16:15-16). Romanos 6:3-4 é o batismo nas águas porque implica um sepultamento e uma ressurreição para uma nova vida.

“A salvação não é salvação de fato.” Às vezes as pessoas negam que esses textos realmente ensinem que o batismo é essencial para a salvação. Com muita freqüência, fazem-no com Atos 2:38: “Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo”. Dizem que a expressão “para remissão dos pecados”, no grego, significa ser batizado porque os seus pecados já foram perdoados e não para receber o perdão dos pecados. O interessante é que a mesma expressão tanto em português quanto em grego, é usada em Mateus 26:28: “Porque isto é meu sangue, o sangue da nova aliança derramado em favor de muitos, para remissão dos pecados”. O sangue de Jesus foi vertido para remissão dos pecados. Teria seu sangue sido derramado porque os nossos pecados já haviam sido perdoados ou para recebermos o perdão? Sem dúvida, para recebermos. Atos 2 já em si afirma que devemos arrepender-nos e ser batizados para o perdão. Se devíamos ser batizados porque os nossos pecados já foram perdoados, então o arrependimento também se daria porque já recebemos a remissão dos pecados. Sabemos, porém, que o arrependimento é um requisito para recebermos o perdão; também o batismo.

“Salvos pela fé.” Muitas pessoas fazem vistas grossas a todos os textos que tratam do batismo ao tentarem decidir se o batismo é ou não imprescindível para a salvação. Elas ressaltam os versículos bíblicos que ensinam que somos salvos pela fé (João 3:16; 5:24; Atos 16:31; Romanos 5:1; 10:9-10, etc.). Sem dúvida somos salvos pela fé. A Bíblia deixa isso bem claro. Mas esse fato nada fala sobre o batismo ser ou não também necessário para a salvação. Somos salvos por Cristo (Romanos 5:9-10), mas isso não significa que a fé seja dispensável. Somos salvos pelo arrependimento (Atos 3:19), mas isso não invalida a graça de Deus. Mateus 5:9 ensina que somos salvos por sermos pacificadores, mas isso não nos autoriza a descartar a fé, o arrependimento e o batismo, crendo que o fato de sermos pacificadores seja em si o que nos vai salvar. Se desejo saber sobre a relação que há entre o batismo e a salvação, devo estudar os textos que tratam do assunto do batismo e da salvação.
Os textos que abordam a relação entre a fé e a salvação não responderão à pergunta.

Conquanto a Bíblia inequivocamente ensina que somos salvos pela fé, ela também nos mostra que nem todo tipo de fé salva. Tiago 2:14-26 sustenta com convicção que a fé sem a obediência é uma fé morta incapaz de salvar. João 12:42,43 apresenta algumas pessoas que creram, mas não professaram a Cristo:
“Contudo, muitos dentre as próprias autoridades creram nele, mas, por causa dos fariseus, não o confessavam, para não serem expulsos da sinagoga; porque amaram mais a glória dos homens do que a glória de Deus”. Será que foram salvas?
Certamente, nem todo tipo de fé salva, apenas a fé que obedece ao que as Escrituras ensinam (Gálatas 5:6; Hebreus 5:9).

O que realmente importa perguntar é: quando é que a fé salva? A fé de Josué e dos homens de Israel causaram a ruína dos muros de Jericó quando obedeceram ao Senhor e marcharam ao redor dos muros 13 vezes (Hebreus 11:30). A nossa fé salva quando obedecemos ao Senhor (Romanos 6:17-18) e somos batizados (Gálatas 3:26-27).

“Não salvo pelas obras.” As Escrituras ensinam que não somos salvos pelas obras (Efésios 2:8-9; Romanos 4:1-5), mas também que somos salvos pelas obras (Tiago 2:24). Não há dúvida de que esses textos falam de diferentes tipos de obra. A Bíblia, aliás, aborda muitos tipos diferentes de obras. Há as obras da carne (Gálatas 5:19-21). É claro que não somos salvos por estas obras. A Bíblia trata de obras para ganhar ou merecer a salvação. Com estas obras, a salvação seria uma questão de salário e aquele que a recebesse poderia gabar-se de ter merecido a salvação porque trabalhou para conquistá-la. Esse tipo de obra não salva (Romanos 4:1-5). Mas as obras de uma fé obediente são imprescindíveis para a salvação (Tiago 2:14-26). Devemos sempre analisar o tipo de obra que se acha em discussão no contexto. Tito 3:5 ensina que não somos salvos pelas obras, mas pelo batismo:
“Não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia, ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo”. Paulo estava aqui usando obras no sentido de Efésios 2 e de Romanos 4, afirmando que o batismo não é uma obra de merecimento, pela qual não somos salvos. O batismo é um ato de obediência pelo qual somos salvos.

A confusão surge do nosso uso da palavra obra. Suponhamos que eu lhe prometa dar um milhão de reais sob
certas condições. Você tem de limpar toda a minha casa. Minha casa não é muito grande, nem está muito suja, então está claro que o pagamento se trata de um presente e não um salário. Você fez obras suficientes para merecer um milhão? Claro que não. Seria absolutamente impossível você ganhar um milhão de reais limpando uma casa. Você fez obras para cumprir as condições e receber um milhão de presente? Sem dúvida. Você o recebeu só depois de limpar a casa. Nossa palavra obra às vezes só faz referência a algo feito. Outras vezes, refere-se a algo feito para merecer salário. Precisamos fazer algo para ser salvos, mas não podemos ganhar a nossa salvação como um pagamento.

“O ladrão na cruz.” Às vezes, ouvimos a objeção de que o ladrão da cruz não foi batizado, mas foi salvo. O ladrão foi salvo antes de Jesus morrer. Ninguém podia ser batizado na morte de Jesus antes que ele mesmo tivesse morrido. Portanto, nem Abraão, nem Moisés, nem Davi, nem ninguém antes de Jesus foi batizado para ser salvo. Os requisitos bíblicos para a salvação mudaram com a morte de Cristo. Nem Abraão, nem Moisés, nem Davi, nem o ladrão acreditaram que Jesus tinha ressuscitado dentre os mortos. Mas ninguém pode ser salvo hoje sem crer que Jesus ressuscitou dos mortos.

Hebreus 9:15-18 afirma que o testamento de uma pessoa passa a vigorar após sua morte. Antes de eu morrer, posso distribuir os meus bens da maneira que eu bem entender. Após minha morte, minhas propriedades serão
distribuídas de acordo com as disposições do meu testamento. Antes da morte de Jesus, ele deu a salvação àqueles que quis. Mas, após morrer, a salvação é dada de acordo com as condições de seu testamento. Após sua morte, Jesus claramente afirmou que aquele que crê e se batiza será salvo (Marcos 16:15-16).

Conclusão

Muitas vezes Deus fez uso da água como linha divisória. Nos dias de Noé, a água do dilúvio separava o mundo pecaminoso da nova vida num mundo purificado (Gênesis 6-8). No êxodo, a água do mar Vermelho era a linha
divisória entre a escravidão e a liberdade (Êxodo 12-15). Nos dias de Naamã, a água do rio Jordão era a linha divisória entre a lepra e a purificação (2 Reis 5). Nos dias do cego, a água do Tanque de Siloé era a linha divisória entre a cegueira e a capacidade de ver (João 9). Por que Deus usou a água nesses casos, eu não sei. Mas, sem dúvida, não nos deve parecer estranho que Deus tenha feito a água no Novo Testamento ser a linha divisória entre a velha vida de pecado e a nova vida em Cristo.

O batismo não é o único requisito para a salvação hoje, mas não podemos ser salvos sem ele. “Respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo: Quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus” (João 3:5).

­por Gary Fisher

Publicado por: Alba Bloechliger | 01/05/2011

É a vontade de Deus que seus filhos sejam prósperos e saudáveis?

Não necessariamente. A Bíblia não ensina que Deus sempre deseja a abundância material ou a boa saúde para seus filhos. Apesar dos ensinamentos das Escrituras, vários pregadores de grande acesso ao público estão agora pregando “evangelhos da saúde e da riqueza”. Esta ênfase que as pessoas dão à prosperidade e à saúde física é, na verdade, o materialismo disfarçado de religião.

Os que servem a Deus freqüentemente são pessoas de renda muito baixa. Neste mundo, Cristo foi pobre (Lucas 9:58). Paulo várias vezes o foi (2 Coríntios 11:23-27). Os cristãos hebreus também foram (Hebreus 10:37). Homens fiéis à vontade divina, algumas vezes ficaram desamparados, necessitados de recursos (Hebreus 11:37).

Os que servem a Deus são freqüentemente doentes e enfermos. Paulo deixou Trófimo doente em Mileto (2 Timóteo 4:20). Timóteo foi aconselhado a usar um pouco de vinho medicinal “por causa do teu estômago e das tuas freqüentes enfermidades” (1 Timóteo 5:23). Somos encorajados a orar por aqueles que estão doentes e sabemos que, se for a vontade de Deus, eles poderão ser curados. Mas nem sempre esta é a vontade de Deus! Aqueles que ensinam o evangelho da saúde perfeita muitas vezes encorajam as pessoas a “reinvidicar” por milagres, acreditando que a reinvidicância os pertence a qualquer momento, desde que a façam com fé. É claro que isto seria muito confortante, mas onde é que na Bíblia está se referindo que podíamos sequer “reinvidicar” por milagres?

A popularidade dos evangelhos da saúde e da riqueza é uma boa evidência de como anda a orientação em nosso mundo. Devemos aprender a fixar nossas esperanças completamente na graça divina que está por vir de acordo com a revelação de Cristo (1 Pedro 1:13), e não na riqueza e na saúde desta vida.

-por Gary Fisher

Publicado por: Alba Bloechliger | 01/05/2011

Qual foi o propósito dos milagres na Bíblia?

Muitas pessoas hoje estão procurando milagres por motivos egoístas. Querem curas físicas, mas não se preocupam com a saúde espiritual. Querem prosperidade, mas não buscam as riquezas eternas. Igrejas que enfatizam milagres e negligenciam a pregação da palavra de Deus estão alimentando tais apetites. Jesus fortemente condenou atitudes iguais (João 6:26).

Por que Jesus e outros servos de Deus realizaram milagres? O movimento pentecostal, que pegou fogo desde o início do século XX, tem dado grande ênfase às experiências de manifestações do Espírito Santo de uma maneira que os ensinamentos bíblicos são freqüentemente esquecidos. Considere as afirmações bíblicas sobre o propósito dos milagres que Jesus e outros realizaram.

– Os milagres provaram a fonte da mensagem. Quando Deus enviou Moisés ao Egito, ele lhe deu sinais milagrosos para provar que sua mensagem era realmente divina (Êxodo 4:1-17).

– Os milagres de Jesus provaram seu poder para perdoar pecados. Estude o relato de Marcos 2:1-12, observando especialmente as palavras de Jesus nos versículos 10 e 11: “Ora, para que saibais que o Filho do Homem tem sobre a terra autoridade para perdoar pecados – disse ao paralítico: Eu te mando: Levanta-te, toma o teu leito e vai para tua casa.”

– O povo entendeu que os sinais introduziram uma nova doutrina. As pessoas em Cafarnaum perguntaram: “Que vem a ser isto? Uma nova doutrina! Com autoridade ele ordena aos espíritos imundos, e eles lhe obedecem!” (Marcos 1:27).

– O Espírito Santo deu poderes miraculosos aos apóstolos para confirmar a palavra que eles pregaram (Marcos 16:20). Paulo descreveu esses sinais como “as credenciais do apostolado” (2 Coríntios 12:12).

– Alguns anos depois, o autor de Hebreus falou que a palavra dos apóstolos foi confirmada junto com o testemunho de “sinais, prodígios e vários milagres” (Hebreus 2:3-4).
A palavra foi revelada, confirmada, e entregue aos santos uma vez por todas (Judas 3). Já recebemos, nas Escrituras, tudo que precisamos para servir ao Senhor (2 Pedro 1:3-4; 2 Timóteo 3:16-17).

Algumas pessoas vão continuar pedindo sinais, como os incrédulos do primeiro século. Mas nós devemos estar contentes em pregar “Cristo crucificado” (1 Coríntios 1:22-23).

– por Dennis Allan

Publicado por: Alba Bloechliger | 03/10/2010

O SEIO DE ABRAÃO

Seio de Abraão é o nome que os antigos hebreus davam ao lugar para onde iam (e ainda vão) os justos. Eles acreditavam que os bons eram recolhidos, logo após a morte, para desfrutarem da companhia de Deus e dos patriarcas que inauguraram a fase definitiva da História da Salvação (Lucas 16.22,23). Portanto, o Seio de Abraão é o lugar para onde vão as almas dos justos (salvos), para aguardarem a volta de Cristo. Estes participarão do arrebatamento, na 1ª ressurreição (Lucas 16.19-31). No arrebatamento, os vivos receberão corpos transformados e os mortos em Cristo (os que estão no seio de Abraão) receberão corpos incorruptíveis. As almas dos justos juntar-se-ão ao corpo e ao espírito novamente, como quando eram vivos. Só que agora os corpos serão incorruptíveis (1Coríntios 15.52,53). O seio de Abraão, também chamado de Seio do Pai, é um lugar celestial, paradisíaco, localizado numa das camadas do Céu (João 1.18). Portanto, o Seio de Abraão é igual ao regaço do Pai: um lugar de repouso celestial, e um local de descanso das lidas desta vida (Isaías 40.10,11).

Ao morrer o justo (salvo), a sua alma apresentar-se-á (será levada) ao Seio de Abraão, que é uma espécie de ante-sala do Céu, para aguardar o arrebatamento, a fim de participar da 1ª ressurreição (Salmo 110.3). Esta cena prenuncia descanso, conforto e consolação. O Seio de Abraão é um lugar de descanso, conforto e consolação para a alma do salvo, que ali estará aguardando a volta de Cristo (João 13.23). Jesus ama as almas que se encontram no Seio de Abraão, pois são as almas das pessoas que lhe serviram e que lhe foram fiéis (João 21.20). Ele recomenda aos cristãos a permanecerem fiéis, para que após a morte física, sua alma possa ir para o repouso do Seio de Abraão, a fim de esperar Sua vinda para arrebatar a Igreja (João 12.36).

A morte física do ímpio é desesperadora porque a sua alma vai para o inferno (Hades ou Seol). Só a alma do salvo é que vai para o seio de Abraão (Jó 21.13). O Seio de Abraão não será a morada definitiva da alma do salvo.  O Seio de Abraão é um Céu temporário para o cristão falecido (Jó 5.24).  O Seio de Abraão está reservado para os filhos de Deus, também chamados de “filhos da Luz do Evangelho de Cristo” – (1Tessalonicenses 5.5). Jesus aconselha a não investir nas coisas do mundo (mundanas), pois os tesouros aqui juntados não poderão ser levados para o Seio de Abraão (pelos salvos), e nem para o inferno (Hades ou Seol) pelos ímpios (Mateus 6.19). Jesus recomenda ajuntar tesouros nos Céus (investir no Reino de Deus), pois isso terá reflexos diretamente nos galardões, no Tribunal de Cristo (Mateus 6.20).

Se você investe no Reino de Deus, sua participação será no Céu e o seu prêmio estará reservado pelo próprio Jesus Cristo. O lugar de sua alma será o Seio de Abraão, até o arrebatamento da Igreja (Mateus 6.21). O seio de Abraão é a morada intermediária daqueles que serviram a Jesus. O galardão destes está reservado por Jesus, no Céu, para as Bodas do Cordeiro (Mateus 19.21). A vida eterna começa no Seio de Abraão, pois é lá que a alma do justo aguardará, em paz com Deus, a sua morada eterna (1Timóteo 6.17-19). O gozo do Senhor, o Seio de Abraão, é a morada inicial da alma do cristão. Depois ele passará as Bodas do Cordeiro com Jesus.  O Reino de Deus foi chegado ao homem no momento em que Jesus começou o seu ministério terreno, estende-se ao Seio de Abraão, até as Bodas do Cordeiro, o Reino Milenar de Cristo e a Eternidade (Mateus 4.17). A Palavra do Senhor é fiel. A alma do salvo vai para o Seio de Abraão, até a volta de Cristo. A alma do ímpio vai para o Hades ou Seol (inferno) – (Mateus 5.18).

E  concluindo, apenas chamamos a atenção do (a) leitor (a) para o seguinte fato: biblicamente falando, não se deve, em hipótese alguma, confundir o Seio de Abraão com o Paraíso. O primeiro é a residência temporária das almas dos salvos até o momento do arrebatamento, enquanto que o segundo é a morada temporária do espírito, até o mesmo evento. Assim como a Trindade Divina (Deus-Pai, Deus-Filho e Deus Espírito Santo), o cristão também é tridimensional: corpo, alma e espírito. Pelo que o apóstolo Paulo escreveu em 2Coríntios 12.1-4, após ele ser arrebatado até o 3º Céu, o Paraíso é o mais excelente dos Céus, onde existe um Trono de Deus. 

 
Fonte: Dr. Venâncio Josiel dos Santos

Publicado por: Alba Bloechliger | 17/09/2010

O que quer dizer “Dia do Senhor”?

 

De Isaías ao Apocalipse, a frase “dia do Senhor” aparece em 25 versículos, e expressões semelhantes surgem em vários outros. A linguagem bíblica, freqüentemente citando “o dia do Senhor”, é facilmente interpretada como se falasse de um só dia, talvez o dia final quando o Senhor voltará para julgar todas as pessoas. Mas o assunto não é tão simples assim. Esta pergunta serve para ilustrar bem uma regra fundamental de estudo bíblico: é necessário examinar palavras e frases em seus contextos.

Considerando as citações bíblicas sobre o “dia do Senhor”, podemos ver que a mesma frase têm, pelo menos, quatro significados diferentes. Em cada caso, discernimos o sentido no contexto. Vamos examinar exemplos destes significados.

Um dia de julgamento de pessoas, cidades, povos ou nações. Este é o sentido mais comum, especialmente nas profecias do Velho Testamento. Isaías falou desta maneira do castigo da Babilônia (Isaías 13:6,9). Jeremias descreveu o castigo do Egito como “o Dia do Senhor. . . dia de vingança contra os seus adversários” (Jeremias 46:10). Seu contemporâneo, Ezequiel, também usou a mesma linguagem ao falar sobre o castigo do Egito (Ezequiel 30:3) e o de Jerusalém (Ezequiel 13:5; veja Sofonias 1:7,14). Joel usa esta frase para falar do castigo do povo judeu (Joel 1:15; 2:1) e do julgamento de várias nações (Joel 3:14; veja Obadias 15).

Uma referência ao cumprimento do plano de Deus por meio de Jesus Cristo em sua primeira vinda (Joel 2:31; Malaquias 4:5; Atos 2:20).

O dia final, quando Jesus voltará e chamará todos ao julgamento (1 Tessalonicenses 5:2; 2 Pedro 3:10).

O dia santificado para o louvor do Senhor. Entre os israelitas do Antigo Testamento, foi o dia do sábado, quando lembraram do descanso de Deus da obra da criação (Isaías 58:13). Para os cristãos na Nova Aliança, é o primeiro dia da semana, quando lembramos da obra de Jesus, morrendo na cruz e sendo ressuscitado no primeiro dia para nos mostrar-nos o caminho à vida eterna (Apocalipse 1:10; veja Lucas 24:1; Atos 20:7; 1 Coríntios 16:2).

O dia do Senhor representa duas opções e dois destinos. É dia de destruição e de salvação. O mesmo dia que trouxe castigo aos opressores livrou os oprimidos. O mesmo dia que trouxe salvação aos que receberam a palavra condenou os desobedientes. O mesmo dia que marcará a entrada no céu para alguns será o começo do castigo eterno para outros (Mateus 25:46). E o mesmo dia em que os cristãos comemoram o sofrimento de Jesus na cruz é ocasião de escândalo e loucura para outros (1 Coríntios 1:23-25).

O Dia do Senhor: salvação ou condenação? A decisão é nossa!

-por Dennis Allan

Publicado por: Alba Bloechliger | 08/09/2010

Bíblia Apologética

A Bíblia Apologética é uma extensão do trabalho do Instituto Cristão de Pesquisas, uma organização que se dedica à defesa das doutrinas geralmente aceitas pelas igrejas protestantes. Além de artigos históricos e analíticos de grupos descritos como seitas, esta Bíblia traz comentários de rodapé refutando diversos argumentos feitos por grupos que não seguem a tradicional linha protestante. Responde a pontos doutrinários do mormonismo, Testemunhas de Jeová, catolicismo, judaísmo, islamismo, maçonaria, espiritismo, adventismo, etc.

Sem dúvida, muitos dos comentários feitos nesta Bíblia esclarecem questões polêmicas e oferecem algumas dicas boas para responder às falsas doutrinas de vários grupos religiosos. Defendem a divindade de Jesus, a inspiração das Escrituras, a ressurreição corporal, a realidade do castigo eterno, a personalidade do Espírito Santo, etc. Ensinam contra as práticas de poligamia e homossexualismo,e doutrinas da reencarnação, da virgindade perpétua de Maria, etc.

Ao mesmo tempo, fiquei decepcionado com esta Bíblia por vários motivos. Entre suas falhas:

Œ A tradição protestante acima da Bíblia. Os comentaristas valorizam demais a posição histórica “da Igreja” (que quer dizer, as doutrinas geralmente aceitas pelos herdeiros da tradição da Reforma Protestante).


 Cuidado de não ofender os leitores “evangélicos”. Embora existam diferenças importantes entre presbiterianos, batistas, luteranos, metodistas, as principais igrejas pentecostais, etc., os comentaristas não ousam entrar nestas questões. Se o propósito é defender a verdade, por que fugir de controvérsias sobre dons do Espírito Santo, batismo de recém-nascidos, etc.? Por que não criticar as igrejas que desrespeitam as qualificações de pastores, permitem que as mulheres tomem posições de autoridade sobre homens ou profiram doutrinas humanas sobre o reino milenar terrestre? É válido condenar quem está fora da corrente protestante enquanto olha com vistas grossas os divergentes ensinamentos das grandes igrejas evangélicas?

Ž Quando forçados a escolher entre a Bíblia e a tradição protestante, os redatores dessa Bíblia seguem os homens. Observando suas manobras impressionantes para negar a necessidade do batismo para a salvação, contradizendo as palavras de Jesus (Marcos 16:16), Pedro (Atos 2:38), Ananias (Atos 22:16) e Paulo (Gálatas 3:27), percebemos que há lealdade maior à tradição comentar nada sobre textos freqüentemente distorcidos para defender o batismo de crianças pequenas ou para exigir os dízimos dos fiéis, mostram mais preocupação com as opiniões de líderes religiosos atuais do que com a autoridade absoluta do Mestre de todos.

Se as minhas críticas da Bíblia Apologética chegarem até os responsáveis pela redação dela, é bem provável que eu, também, receba o rótulo de herético ou de defensor de seitas. Mas não devemos nos preocupar com tais táticas de homens, mesmo de líderes religiosos. “Antes, importa obedecer a Deus do que aos homens” (Atos 5:29). Adotemos a mesma atitude de Paulo: “Porventura, procuro eu, agora, o favor dos homens ou o de Deus? Ou procuro agradar a homens? Se agradasse ainda a homens, não seria servo de Cristo” (Gálatas 1:10).

A Bíblia Apologética, como qualquer Bíblia com notas de rodapé, deve ser usada com bastante cautela. Ela contém notas que ajudam a responder aos ensinamentos errados de alguns grupos religiosos, mas nem todos os seus argumentos vêm da palavra de Deus. As notas dessa ou qualquer outra Bíblia devem ser analisadas da mesma maneira que o discípulo cuidadoso examina este artigo ou ouve qualquer sermão ou palestra. Com o mesmo espírito demonstrado na Beréia, deve examinar cada dia nas Escrituras para ver se as coisas realmente são assim (Atos 17:11). As instruções de Paulo valem hoje: “…julgai todas as coisas, retende o que é bom; abstende-vos de toda forma de mal” (1 Tessalonicenses 5:21-22). 

Ao invés de agradar à maioria religiosa, ou ganhar a aprovação de líderes de igrejas, devemos avaliar qualquer prática ou doutrina pelo critério proposto por Jesus quando ele enfrentou os chefes em Jerusalém: Donde vem esta doutrina, “do céu ou dos homens?” Porque no final de contas, não seremos julgados pela Torre de Vigia, nem pelo Vaticano, nem pelo Instituto Cristão de Pesquisas. A palavra proferida por Jesus nos julgará no último dia (João 12:48). Sejamos fiéis à verdade que ele revelou!

-por Dennis Allan

 

Publicado por: Alba Bloechliger | 12/08/2010

A Alma que Pecar, Essa Morrerá

Mensagens do livro de Ezequiel sobre a Responsabilidade pelo Pecado

Ezequiel, um profeta de Deus do 6º século a.C., entendeu bem o problema do pecado. A missão dele foi ajudar o povo a entender a gravidade dos seus erros e as consequências de suas iniquidades. Para este propósito, Deus escolheu alguém que já estava sofrendo com os exilados que foram levados ao cativeiro na Babilônia por causa do pecado de Judá. E Deus deixou que Ezequiel sofresse ainda mais para compreender e poder comunicar melhor sobre o problema do pecado. A mensagem dele faz parte do “aio” ou tutor que nos ajuda a compreendermos o problema do pecado e a necessidade do Salvador (cf. Gálatas 3:22-26). Vamos observar algumas destas lições do livro de Ezequiel.

A Responsabilidade Individual:

A Alma Que Pecar, Essa Morrerá (Ezequiel 18)

Num período de castigo nacional, teria sido fácil para os exilados tratar o pecado como um problema da sociedade ou da nação, sem reconhecer a responsabilidade individual. Sabendo que os pecados que levaram ao cativeiro foram cometidos ao longo de séculos pelos antepassados deles, seria ainda mais fácil transferir a responsabilidade da culpa aos outros. Assim, os pecadores ao redor de Ezequiel se sentiriam vítimas, e estariam sofrendo pelos pecados dos outros. Capítulo 18 do livro responde bem a este raciocínio.

Deus pergunta: “Que tendes vós, vós que, acerca da terra de Israel, proferis este provérbio, dizendo: Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos é que se embotaram?” (18:2). Ele continua dizendo que ia acabar com este pensamento, deixando bem clara a responsabilidade individual: “Tão certo como eu vivo, diz o Senhor Deus, jamais direis este provérbio em Israel. Eis que todas as almas são minhas; como a alma do pai, também a alma do filho é minha; a alma que pecar, essa morrerá” (18:3-4).

No resto do capítulo, as ilustrações usadas pelo Senhor esclarecem este ensinamento importante. Ele apresenta vários casos para mostrar que a responsabilidade é individual, que ninguém herda o pecado ou a depravidade dos antepassados. Considere as ilustrações, acompanhando as leituras do próprio capítulo 18 sobre uma família de três gerações:

Primeira geração: Um homem justo cumpre a vontade de Deus e, por isso, vive (18:5-9).

Segunda geração: O filho do justo desobedece aos princípios de Deus e, devido ao seu pecado, morre (18:10-13).

Terceira geração: O neto do justo, filho do ímpio, decide não imitar os pecados do pai e vive conforme a palavra do Senhor. Ele não sofre as consequências do pai dele. Ele vive por ser justo diante de Deus (18:14-20).

Deus continua com mais alguns casos para mostrar a possibilidade da própria pessoa decidir mudar, assim mostrando a sua graça e justiça e o livre arbítrio do homem. Considere:

O pecador que se arrepende: Se um perverso (esta palavra significa pecador) se converter ao Senhor, deixando de viver no pecado, Deus perdoa seus pecados e ele vive (18:21-22,27-28). É exatamente isso que Deus quer, porque ele não quer a morte de ninguém (18:23,32; 2 Pedro 3:9). Aqui observamos um dos grandes erros daqueles que ensinam que Deus, na sua soberania e poder irresistível, predestina especificamente a salvação ou condenação de cada pessoa. Se ele fizesse isso, estaria mentindo ao dizer que ele não quer a morte de ninguém. Deus é justo e misericordioso, e deixa a escolha entre a vida e a morte com cada pessoa (18:30-31; cf. Deuteronômio 30:15; Mateus 7:13-14).

O justo que se desvia: Se um homem justo abandonar o caminho do Senhor para se tornar um pecador, ele não será salvo pelas coisas boas que fez no passado, será condenado pelo caminho errado que escolheu (18:24-26).

A Responsabilidade para com o Próximo:

O Papel do Vigia (Ezequiel 3)

O pecado é individual e traz consequências sobre o próprio pecador. Mas, o livro de Ezequiel ensina, também, a importância de nos preocupar com os outros, tentando resgatar os pecadores. Quando Deus chamou Ezequiel para pregar ao povo de Judá, ele usou a figura de um atalaia ou vigia que avisa as pessoas da chegada de um inimigo (3:16-17). De certa forma, o trabalho dos cristãos hoje pode ser comparado ao dever da sentinela. Considere o ensinamento do capítulo 3 (pode ver um trecho parecido no capítulo 33, também).

Deus falou do trabalho de Ezequiel em algumas situações:

Se não avisar o pecador: Se o vigia não avisar o perverso da necessidade de se converter, acontecem duas coisas: (a) o pecador morre no pecado, e (b) o atalaia se torna culpado por não ter avisado (3:18).

Se avisar o pecador: Se o atalaia alertar o perverso sobre seu pecado, acontecem duas coisas: (a) se o pecador persistir no pecado, ele ainda morre, mas (b) o vigia fica sem culpa, porque cumpriu a sua responsabilidade (3:19).

Se não avisar o justo desviado: Se um justo desviar do caminho de Deus e o vigia não alertá-lo, acontece o seguinte: (a) o desviado morre no seu pecado, e (b) o vigia se torna culpado por não ter avisado (3:20).

Se avisar o justo: Se o atalaia avisar o justo para não desviar, os resultados são positivos para os dois: (a) o justo recebe a instrução, continua sendo fiel, e vive, e (b) o vigia é salvo por cumprir o seu dever (3:21).

Destes exemplos, aprendemos algumas coisas importantes: (1) A palavra de Deus tem poder para atingir o coração do homem, se este permitir que ela penetre (cf. Lucas 8:11-15). (2) Cada pessoa decide como agir, assumindo a responsabilidade e sofrendo o castigo pelos seus próprios pecados. (3) Aqueles que recebem a palavra de Deus têm obrigação de avisar os outros sobre o perigo iminente. No Novo Testamento, os cristãos recebem esta responsabilidade (cf. Gálatas 6:1-2; Tiago 5:19-20; Judas 22-23).

A Responsabilidade Coletiva:

A Casa de Israel é Castigada (Ezequiel 22)

O livro de Ezequiel inclui, também, uma mensagem forte sobre as consequências coletivas do pecado. Deus rejeitou a nação, a casa de Israel, por causa dos pecados persistentes do povo. Ele disse: “a casa de Israel se tornou para mim em escória….Congregar-vos-ei e assoprarei sobre vós o fogo do meu furor…. e sabereis que eu, o Senhor, derramei o meu furor sobre vós” (22:18-22). Neste capítulo, ele mostra como a culpa caiu sobre a nação inteira. Ele enfatiza a culpa dos líderes maus e negligentes: os profetas devoravam as almas e pregavam mensagens falsas ao invés de condenar o pecado (22:25,28-29); os sacerdotes profanavam as coisas santas (22:26); os príncipes destruíam almas (22:27). Com tudo isso, ninguém teve coragem de ficar em pé e tentar reverter a corrupção e maldade de Israel. Ninguém tapou o buraco para fechar a brecha (22:30).

Quando um povo se torna cúmplice do pecado e deixa a maldade dominar, traz sobre si a consequência. O povo de Israel, no Antigo Testamento, foi levado ao cativeiro. E hoje, uma igreja que tolera o pecado se torna cúmplice e é corrompida pelo fermento da maldade (1 Coríntios 5:6-7). Uma igreja que não rejeita falsos mestres e não corrige o pecado no seu meio traz sobre si a ira do Senhor (Apocalipse 2:5,14-16).

A Misericórdia Divina:

A Resposta para o Problema do Pecado

A justiça do homem, mesmo se juntasse os homens mais fiéis da história, não seria suficiente para resgatar os outros do seu pecado (14:12-20). Mas a mensagem final do livro de Ezequiel não é uma de morte e derrota. Depois de avisar e explicar os castigos por causa do pecado, Deus apresenta uma mensagem de esperança e redenção. Entre as palavras do livro, especialmente dos últimos capítulos, são estas mensagens animadoras: “Porque assim diz o Senhor Deus: Eis que eu mesmo procurarei as minhas ovelhas e as buscarei” (34:11). “Eu, o Senhor, lhes serei por Deus, e o meu servo Davi será príncipe no meio delas” (34:24). “Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espírito novo” (36:26). “Farei com eles aliança de paz; será aliança perpétua” (37:26). “…e o nome da cidade desde aquele dia será: O Senhor Está Ali” (48:35). Todas essas promessas olham para a vinda de Jesus Cristo como a solução definitiva para o problema do pecado do homem. É nele que Deus ressuscita, apascenta e mantém comunhão com seu rebanho resgatado.

Conclusão

Muitas pessoas, até muitos líderes religiosos, tentam minimizar a gravidade do pecado e facilitar a iniquidade. Mas devemos entender que o pecado é fatalmente perigoso. Devemos lutar com tudo que somos para tirar o pecado da nossa própria vida, avisar os outros sobre o perigo do pecado, e manter a pureza da igreja do Senhor. Ezequiel entendeu estas lições. Nós, hoje em dia, precisamos muito da mesma convicção e determinação de expulsar o pecado do nosso meio. Que Deus nos ajude a amar o bem e odiar o mal. Lembremos: Deus não tem prazer na morte de ninguém. Ele quer que todos se convertam a ele (18:23,32).

– por Dennis Allan

Publicado por: Alba Bloechliger | 02/08/2010

Predestinação

“Fomos também feitos herança, predestinados segundo o propósito daquele que faz todas as cousas conforme o conselho da sua vontade” (Efésios 1:11). A controvertida palavra proorizo é consistentemente dada como “predestinado” ou “preordenado.” Pro significa “de antemão”; horizo, de onde vem horizonte, significa “lançar uma fronteira, marcar definitivamente, determinar.” O Novo Testamento ensina que Deus decidiu alguma coisa de antemão sobre 1. sua sabedoria ou plano para salvar o homem por Cristo (1 Coríntios 2:7); 2. os acontecimentos da morte de Cristo (Atos 4:28); e 3. aqueles que seriam salvos (Romanos 8:29-30; Efésios 1:5,11).
   
Isto significa que o futuro está fixado? O homem tem livre arbítrio? Deus tem perfeito conhecimento prévio. A tensão resulta da tentativa equilibrar o propósito predeterminado e o conhecimento prévio de Deus com a resposta do homem a Deus. “O que dizem as Escrituras” (Romanos 4:3) com respeito às facetas da predestinação relatadas?
   
O homem tem livre arbítrio. Ele tem poder para escolher. Ele é posto em pé, com capacidade para escolher entre o bem e o mal, a vida ou a morte, para buscar a Deus, para querer, para vir à luz, para buscar a imortalidade, para perguntar, para buscar e bater, e para encontrar e entrar no caminho estreito que conduz à vida (Eclesiastes 7:29; Isaías 7:16; Deuteronômio 30:15; Jeremias 29:13; João 7:17; 3:21; Romanos 2:7; Mateus 7:7-8,13-14). Alguns dizem: “Não posso evitá-lo; é assim que Deus me fez. Não posso fazer nada com isso.” Mas o homem pode assumir plena responsabilidade por sua vida (2 Coríntios 5:10).

Deus nunca revogou o livre arbítrio do homem, fazendo dele um pião cósmico. Faraó pecou endurecendo seu próprio coração (Êxodo 9:34; 8:15). Deus deu a Faraó oportunidades para crer, mas sabia que ele decidiria ser teimoso (7:14). O mesmo sol que derrete a cera, endurece a argila. Desde que Deus apresentou a Faraó estas circunstâncias sabendo que ele lhes resistiria, é dito que Deus endureceu o coração dele (4:21; 7:3; 9:12; 10:27; 11:10; 14:8). Assim, Deus predeterminou que ele seria glorificado pela resistência dos egípcios (6:7; 9:16; 11:9; 14:17-18). A providência de Deus pode usar as livres escolhas dos homens maus para cumprir seu propósito (Jeremias 21:1-14; 25:4-14; Isaías 10:5-7, 15; Habacuque 1:6, 12). Se o homem não obedece, não é porque foi predestinado para que não possa obedecer. É porque ele não obedece (João 5:40; 3:19-20).

Deus deseja que todos sejam salvos (1 Timóteo 5:24). Ele não quer que ninguém seja perdido, pois não se deleita na morte dos ímpios (2 Pedro 3:9; Ezequiel 18:32). Não sendo parcial nem arbitrário, ele ama todos os homens igualmente (Atos 10:34; Romanos 2:11; 5:8; João 3:16). Jesus morreu por todos, pois o evangelho é para todos (Hebreus 2:9; 1 João 2:2).
   
Assim, Deus não poderia ter tirado nomes de um chapéu antes da fundação do mundo e feito arbitrariamente uma lista dos que iriam para o céu ou o inferno. Seja em que lista que você estivesse, você não poderia fazer nada sobre isso??? Não, pois Deus é bom e justo (Deuteronômio 32:4)!
   
Deus sabe todas as coisas. Nada é oculto de seu infinito entendimento (Hebreus 4:13; Salmo 147:5). Sendo onisciente, ele sabe o fim desde o começo e pode, sem errar, predizer o futuro (Isaías 46:10; 41:23). Exatamente como ele faz isto está além do nosso conhecimento (Romanos 11:33). Desde que ele habita a eternidade (Isaías 57:15), ele transcende tempo e espaço, não sendo sujeito a suas limitações. Ele não tem futuro nem passado, mas somente um eterno agora, como um infinito EU SOU (Êxodo 3:14). Ele não vê o que consideramos o futuro como uma potencialidade não exercida, mas como realidade efetiva, fixada pelos resultados da livre escolha do homem dentro de seu propósito transcendente. Se você gravasse com uma filmadora de vídeo um jogo de futebol, o que você visse estaria fixado. Mas, gravando-o, você não determina a contagem final. Outros o fariam. Deus, de Seu elevado ponto de observação, vê e opera a história sem interferir com a liberdade do homem ao usá-la.

O perfeito conhecimento prévio de Deus não viola a escolha do homem. Há uma diferença entre saber uma coisa e fazer com que ela aconteça. Eu sei que John F. Kennedy foi morto em 22 de novembro de 1963. Entretanto meu conhecimento não altera um acontecimento passado. O conhecimento de Deus também se estende ao que consideramos o futuro. Ele pode prever um evento sem fazer com que aconteça. Ele chamou Ciro e Josias pelos nomes muitos anos antes deles nascerem e soube exatamente o que eles livremente fariam (Isaías 44:28-45:7; 1 Reis 13:2).

Se Deus experimenta os acontecimentos como o fazemos, então seria impossível predizer sempre acuradamente o futuro. Se há coisas que ele não sabe, então ele as aprenderá e se surpreenderá quando acontecerem, até mesmo no Dia do Julgamento. Se fosse assim, ele não seria imutável e onisciente! Alguns pensam que ele decide não saber algumas coisas. Mas ele teria que primeiro conhecê-las para que pudesse saber que tinha escolhido não conhecê-las (?). Deus, contudo, sabe todas as coisas de sua eterna perspectativa. Ele sabe, desde a fundação do mundo, os nomes dos que não seriam inscritos no livro da vida e, daí, os nomes que serão (Apocalipse 13:8; 17:8).

Deus tem um eterno propósito. Sua determinação eterna é um plano de salvação para o homem (1 Pedro 1:20; 1 Coríntios 2:7; Efésios 1:11). O propósito de Deus para salvar o homem será aceito por aqueles que o amam e obedecem (Romanos 8:28; Atos 10:35). “Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho… e aos que predestinou, a esses também chamou” (Romanos 8:29-30). Ele sabia de antemão que alguns responderiam livremente ao seu gracioso plano. Aqui, o propósito de Deus de redenção é visto como completo, para mostrar a segurança dele. O plano de Deus é dito como sendo cumprido quando o cumprimento ainda é futuro (Gênesis 17:5; Josué 6:2; Atos 18:10). Seu propósito não pode falhar. Os homens podem escolher ser parte dele. Estes são predestinados. Você pode predestinar uma secretária determinando previamente as habilidades exigidas. Aquela que preencher sua especificação foi predestinada! Deus predeterminou que os salvos seriam somente aqueles que escolhem ser “conformes à imagem de seu Filho”. Estes obedecerão ao chamado do evangelho. Esta adoção benevolente de filhos obedientes em Cristo é a predestinação: “.. nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade” (Efésios 1:5). Estejamos encorajados, porque podemos escolher ser uma parte do eterno propósito de Deus.

­por W. Frank Walton

Publicado por: Alba Bloechliger | 09/07/2010

As Bestas do Mar e da Terra

Satanás quer desesperadamente vencer os cristãos. Por causa do sacrifício de Jesus ele não pode mais acusá-los de pecado; assim sendo, agora ele só pode perseguir, enganar e seduzir. Para fazer isto, ele convoca todos os aliados possíveis.

A Besta do Mar

A primeira besta surgiu do mar e guerreou contra os cristãos durante quarenta e dois meses. Esta besta representa a persegui-ção, que é uma das táticas do diabo para tentar render-nos. Toda oposição nos aflige, mas o ataque físico é uma prova especialmente severa. Somente pela fé e pela perseverança podemos permanecer fortes (Apocalipse 13:10).

Sabemos que esta besta do mar é o “monstro” de Daniel 7 por causa das semelhanças: emergência do mar (7:3), dez chifres (7:7), nomes blasfemos (7:8, 21), leopardo/urso/leão (7:4-6, 12), grande poder (7:7), palavras arrogantes (7:8, 21), período de tempo (7:25), guerra contra os santos (7:21, 25), etc. Estas comparações são tão próximas que não poderia haver dúvida de que a besta do mar em Apocalipse 13 é a mesma besta monstruosa de Daniel 7. Desde que a besta de Daniel é a quarta na série de impérios mundiais (os três primeiros são Babilônia, 2:37-38; Medo-Pérsia, 8:20; e Grécia, 8:21), ela deve ser o Império Romano. Durante os primeiros dias da igreja Satanás usou o Império Romano para perseguir os cristãos.

A Besta da Terra

A segunda besta saiu da terra. Esta besta produziu grandes sinais para fazer os homens adorarem a primeira besta. A besta da terra ilustra a segunda arma que o diabo usa para tentar conquistar os cristãos: a falsa religião. Observe como a besta da terra imitou Cristo: o cordeiro (Apocalipse 5:6), os sinais (11:4-5), marca nos seguidores (7:1-8), número seis (o número de Deus através de todo o livro é sete). Satanás é um mestre do disfarce (2 Coríntios 11:13-15). E procura constante-mente falsificar as verdades de Deus.

Neste contexto histórico, a besta da terra simbolizava provavelmente a adoração do imperador Romano. Muitos dos imperadores consideravam-se divindades e exigiam que seus súditos se prostrassem diante da imagem deles e lhes oferecessem incenso. Aqueles que se recusassem eram perseguidos.

Aplicação

É uma infelicidade que o sensacionalismo domine a interpretação de Apocalipse. Alguns imaginam a marca da besta e o número 666 espreitando em cada esquina. Fazendo assim, eles não somente não entendem o significado do livro, mas também se descuidam das reais ameaças de Satanás hoje em dia. A marca da besta não era mais literal do que o selo de Deus (Apocalipse 7); 6 (repetido três vezes para ressaltar) é principalmente uma referência ao fracasso, em contraste com 7, que representa o sucesso. Tudo isto tinha referência principalmente aos acontecimentos daqueles dias e se aplica a nós somente no sentido que o diabo continua a usar os aliados da perseguição e falsa religião em suas batalhas contra nós. Fiquemos firmes: assim como Jesus derrotou o diabo, assim nós também podemos (17:14).

– por Gary Fisher

Publicado por: Alba Bloechliger | 03/07/2010

RESPEITAR A MÃE

Em Efésios 6:1-4, Paulo diz: “Filhos, obedecei a vossos pais no Senhor, pois isto é justo. Honra a teu pai e a tua mãe (que é o primeiro mandamento com promessa), para que te vá bem, e sejas de longa vida sobre a terra. E vós, pais, não provoqueis vossos filhos à ira, mas criai_os na disciplina e na admoestação do Senhor.”

Nesses versículos, encontramos instruções dirigidas aos filhos e aos pais. A base desses mandamentos já foi dada em Efésios 5:21: “…sujeitando-vos, uns aos outros no temor de Cristo”. Os filhos precisam se sujeitar aos pais, sendo obedientes a eles. Os pais, também, servem aos filhos, criando-os e corrigindo-os com amor.

Quando estudamos esses primeiros versículos de Efésios 6, é fácil esquecer de um versículo importante: “Honra a teu pai e a tua mãe (que é o primeiro mandamento com promessa)” (versículo 2). Muitos filhos respeitam o pai. Quando ele fala, eles ouvem. Os filhos baixam as cabeças para ouvir, com respeito e até vergonha, as palavras de correção que vêm do pai. Mas, quando a mãe corrige as atitudes dos filhos, são diferentes. Por quê, se o versículo diz honrar pai e mãe? Vamos pensar um pouco mais sobre esse segundo aspecto do mandamento.

Jesus sabia que a honra para pai e mãe fazia parte da lei do Velho Testamento, que ele citou em Mateus 19:19. Pelo fato que o mesmo mandamento foi incluído no Novo Testamento, podemos perceber a importância desse princípio. Desde a criação, Deus pretendia que os filhos honrassem ambos os pais. Há um exemplo de tal honra implícito na história de Noé. No meio a um mundo corrupto, Noé e sua mulher criaram três filhos. Esses três, junto com suas esposas, entraram na arca com Noé (Gênesis 5:32; 7:13). Mesmo se mais ninguém acreditava na mensagem pregada por Noé, os próprios filhos honraram os pais.

O livro de Provérbios contém muito conselho sobre a obediência e honra aos pais. Às vezes, os textos destacam a honra devida à mãe, que é nossa ênfase neste artigo. “Filho meu, ouve o ensino de teu pai e não deixes a instrução de tua mãe. Porque serão diadema de graça para a tua cabeça e colares, para o teu pescoço” (Provérbios 1:8-9).

As instruções que ouvimos da boca da mãe servem para nos guiar o resto da vida: “Filho meu, guarda o mandamento de teu pai e não deixes a instrução de tua mãe; ata_os perpetuamente ao teu coração, pendura_os ao pescoço. Quando caminhares, isso te guiará; quando te deitares, te guardará; quando acordares, falará contigo. Porque o mandamento é lâmpada, e a instrução, luz; e as repreensões da disciplina são o caminho da vida” (Provérbios 6:20-23).

O filho obediente traz alegria aos pais: “O filho sábio alegra a seu pai, mas o filho insensato é a tristeza de sua mãe” (Provérbios 10:1). Podemos ver essa verdade na vida de muitas famílias. Quando os filhos se mostram rebeldes e insensatos, as mães sofrem, talvez mais do que qualquer outra pessoa. Veja, também, Provérbios 15:20-22.

Na nossa sociedade, há uma grande e triste tendência de desprezar os velhos. Muitos filhos negligenciam as necessidades dos pais ou até os abandonam em lares da terceira idade ou outras instituições, porque não querem assumir a responsabilidade deles. Provérbios 23:22 diz: “Ouve a teu pai, que te gerou, e não desprezes a tua mãe, quando vier a envelhecer.” Honra inclui a responsabilidade de fornecer as necessidades físicas dos pais (veja Mateus 15:4-6).

No Novo Testamento, encontramos duas mulheres que tiveram influência muito boa e importante na vida de um jovem. Timóteo, um evangelista bem respeitado, foi instruído desde a infância nas coisas de Deus (2 Timóteo 3:14-15). A avó dele (Lóide) e, depois dela, a mãe (Eunice) educaram Timóteo no caminho de Deus (2 Timóteo 1:5). Muitas mães têm feito a mesma coisa, guiando os filhos ao Senhor pela palavra e pelo exemplo de vidas retas e dedicadas no serviço de Deus. Uma mãe dessas merece todo respeito e honra dos filhos.

Vamos encerrar com as palavras sábias de Provérbios 23:15-10: “Filho meu, se o teu coração for sábio, alegrar_se_á também o meu; exultará o meu íntimo, quando os teus lábios falarem coisas retas. Não tenha o teu coração inveja dos pecadores; antes, no temor do SENHOR perseverarás todo dia. Porque deveras haverá bom futuro; não será frustrada a tua esperança. Ouve, filho meu, e sê sábio; guia retamente no caminho o teu coração. Não estejas entre os bebedores de vinho nem entre os comilões de carne.”

-por João Batista dos Santos

Publicado por: Alba Bloechliger | 03/07/2010

Devemos obedecer os nossos pais incrédulos?

Apesar de todos os obstáculos que o diabo coloca no caminho dos jovens, alguns demonstram a pureza de coração para se submeterem ao Senhor na sua juventude (Eclesiastes 12:1). Devemos agradecer a Deus pelos jovens fiéis.

Alguns desses jovens se encontram sozinhos nas suas famílias, sem nenhum apoio dos seus pais. Pais incrédulos ou afastados de Deus não guiam os filhos no caminho de Deus e podem até atrapalhar a jornada do jovem discípulo. Nestes casos, o filho é obrigado ser obediente aos pais?

Deus ordenou as relações humanas pela definação divina de diversos papéis. Estes papéis não determinam o valor de uma pessoa diante do Senhor, nem identificam superioridade moral ou espiritual. Os princípios de Deus governam relacionamentos entre seres humanos nesta vida, e devem ser respeitados por todos.

Antes de considerar a situação de filhos e pais, vamos examinar as instruções de Deus sobre algumas outras relações humanas. Desta maneira, ficará mais fácil compreender a vontade dele para os filhos de pais descrentes.

● Submissão aos oficiais do governo. O Novo Testamento foi escrito durante o domínio do governo romano e seus imperadores pagãos e cruéis. Pedro falou para os cristãos sujeitarem-se às autoridades do governo (1 Pedro 2:13-17). Paulo ensinou a mesma coisa (Romanos 13:1-7).

● Submissão aos senhores no trabalho. Os cristãos sempre devem ser bons funcionários, mesmo quando os seus superiores não forem pessoas boas e justas (1 Pedro 2:18-20).

● Submissão ao marido. As mulheres devem ser submissas aos maridos. Mesmo se o marido for descrente, a mulher deve obedecê-lo (1 Pedro 3:1-2).

● E os filhos? Com estes exemplos, torna-se fácil entender que filhos de pais incrédulos ainda devem ser submissos. A instrução dada em Efésios 6:1-3 aplica-se geralmente aos filhos, tanto de pais cristãos como de pais descrentes.

● Uma exceção importante. Em todos esses casos, devemos lembrar que a autoridade de Deus ultrapassa qualquer autoridade humana. Se uma pessoa em posição de autoridade mandar fazer algo que contradiz as ordens de Deus, os seus subordinados devem desobedecer aquela instrução e fazer o que Deus manda. O mesmo apóstolo Pedro que ensinou submissão ao governo recusou obedecer uma ordem dos líderes em Jerusalém, dizendo: “Antes, importa obedecer a Deus do que aos homens” (Atos 5:29).

–por Dennis Allan

Publicado por: Alba Bloechliger | 13/05/2010

“Quem foram os autores dos livros da Bíblia?”

Além dos autores humanos, a Bíblia foi essencialmente escrita por Deus. 2 Timóteo 3:16 nos diz que a Bíblia foi “inspirada” por Deus. Deus supervisionou os autores humanos da Bíblia de tal forma que, enquanto cada um usou o seu próprio estilo de escrever e personalidade, eles ainda registraram exatamente o que Deus queria que dissessem. A Bíblia não foi ditada por Deus, mas foi perfeitamente guiada e completamente inspirada por Ele.

Humanamente falando, a Bíblia foi escrita por aproximadamente 40 homens de diversos estilos de vida diferentes, durante um período de 1500 anos. Isaías era um profeta, Esdras era um sacerdote, Mateus um coletor de impostos, João era um pescador, Paulo era um fabricante de tendas, Moisés era um pastor. Apesar de ter sido escrita por autores diferentes durante 15 séculos, a Bíblia não se contradiz e não contém erros. Todos os autores apresentam perspectivas diferentes, mas todos proclamam o mesmo Deus único e verdadeiro, e o mesmo único caminho para salvação – Jesus Cristo (João 14:6; Atos 4:12). Poucos dos livros da Bíblia nomeiam especificamente o seu autor. Veja a seguir uma lista dos livros da Bíblia com o nome de quem os estudiosos acreditam ter sido o autor humano, assim como a data aproximada de quando cada um foi escrito.

Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio = Moisés – 1400 A.C.
Josué = Josué – 1350 A.C.
Juízes, Rute, 1 Samuel, 2 Samuel = Samuel / Natã / Gade – 1000 – 900 A.C.
1 Reis, 2 Reis = Jeremias – 600 A.C.
1 Crônicas, 2 Crônicas, Esdras, Neemias = Esdras – 450 A.C.
Ester = Mardoqueu – 400 A.C.
Jó = Moisés – 1400 A.C.
Salmos = vários autores diferentes, grande parte foi escrita por Davi – 1000 – 400 A.C.
Provérbios, Eclesiastes, Cânticos = Salomão – 900 A.C.
Isaías = Isaías – 700 A.C.
Jeremias, Lamentações = Jeremias – 600 A.C.
Ezequiel = Ezequiel – 550 A.C.
Daniel = Daniel – 550 A.C.
Oséias = Oséias – 750 A.C.
Joel = Joel – 850 A.C.
Amós = Amós – 750 A.C.
Obadias = Obadias – 600 A.C.
Jonas = Jonas – 700 A.C.
Miquéias = Miquéias – 700 A.C.
Naum = Naum – 650 A.C.
Habacuque = Habacuque – 600 A.C.
Sofonias = Sofonias – 650 A.C.
Ageu = Ageu – 520 A.C.
Zacarias = Zacarias – 500 A.C.
Malaquias = Malaquias – 430 A.C.
Mateus = Mateus – 55 D.C.
Marcos = João Marcos – 50 D.C.
Lucas = Lucas – 60 D.C.
John = John – A.D. 90
João = João 90 D.C.
Atos = Lucas – 65 D.C.
Romanos, 1 Coríntios, 2 Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, 1 Tessalonicenses, 2 Tessalonicenses, 1 Timóteo, 2 Timóteo, Tito, Filemom = Paulo, 50-70 D.C.
Hebreus = Desconhecido, talvez Paulo, Lucas, Barnabás ou Apolo – 65 D.C.
Tiago = Tiago – 45 D.C.
1 Pedro, 2 Pedro = Pedro – 60 D.C.
1 João, 2 João, 3 João = João – 90 D.C.
Judas = Judas – 60 D.C.
Apocalipse = João – 90 D.C.

http://www.gotquestions.org/portugues/autores-Biblia.html

Publicado por: Alba Bloechliger | 06/05/2010

O QUE ACONTECERÁ QUANDO EU MORRER?

O mistério que há em torno da morte ajuda a fazer da “morte” uma das nossas palavras mais temidas. O temor é natural quando se trata do desconhecido, mas somos informados acerca da morte. O mundo diz que a morte não pode ser vencida; viva o presente. Deus diz que a morte pode ser uma amiga se estivermos preparados. Podemos encarar a morte com previsão, e não com medo. Aliviemo-nos recorrendo às Escrituras.

A morte significa separação. A morte ocorre quando o corpo se separa do espírito (Tiago 2:26). Isso aconteceu a Jesus. Seu corpo foi colocado numa sepultura, mas seu espírito foi para o Hades (Atos 2:31). Jesus chamou esse lugar para os espíritos de Paraíso (Lucas 23:43).

A ressurreição de Jesus mudou a morte para sempre. O diabo tinha o poder da morte sobre o homem, mantendo este escravo (Hebreus 2:14-15). Jesus libertou o homem das cadeias do medo. Como? Ele libertou o homem dizendo-lhe exatamente o que acontece e apresentando uma maneira de vitória. Não há manifestação maior dessa esperança do que em Apocalipse 1. O apóstolo João escreve a um grupo que estava desanimado e oprimido. Ele transmite as palavras de Cristo: “Eu sou . . . aquele que vive; estive morto, mas eis que estou vivo pelos séculos dos séculos e tenho as chaves da morte e do inferno” (Apocalipse 1:17-18). Jesus tem esse grande poder de dar consolo e ânimo a seus seguidores. Se vivermos escravos da morte, perderemos a grande alegria de servir a Cristo.

O que nós, como cristãos, podemos ter como certo quando morrermos? Deixaremos para trás a doença e o sofrimento. A maioria das pessoas sofre, às vezes durante muito tempo, antes de morrer. Imagine-se num sofrimento indescritível num momento e no próximo estar na presença de Deus! Veja o caso de Estêvão (Atos 7:51-60). Ele está pregando, e as pessoas não querem ouvir. Elas começam a apedrejá-lo violentamente. Ele se revolve de dor à medida que recebe pedra em cima de pedra. Quando a morte chegar, será um amigo ou um inimigo? Seu espírito foi levado a Deus, que enxugou as suas lágrimas (Apocalipse 7:17; veja Lucas 16:22). Que bênção!

Podemos estar certos de que estaremos conscientes. Continuando com Estêvão, o trecho afirma que “adormeceu” (Atos 7:60). Isso não é o “sono da alma” ensinado por alguns. É um eufemismo para “morte”. Jesus disse em João 11:11: “Nosso amigo Lázaro adormeceu, mas vou para despertá-lo”. Quando os discípulos entenderam mal, Jesus disse: “Lázaro morreu” (João 11:14). Ele entendia a morte como algo que traz sossego e descanso em vez de ser um inimigo terrível. Em Lucas 16:19-31, Jesus disse que o rico perverso e Lázaro, o justo, estavam os dois conscientes, um no paraíso, outro no tormento.

A morte significará sermos reintegrados com os nossos queridos que estão com o Senhor. Davi disse acerca de sua criança que partiu: “Eu irei a ela, porém ela não voltará para mim” (2 Samuel 12:23). Não apenas veremos os nossos conhecidos, mas os que foram redimidos em todas as eras (Hebreus 12:22-23). Não será maravilhoso ver e ouvir Abraão, Moisés e Daniel ‒ “espíritos dos justos aperfeiçoados”?

Mas o mais maravilhoso na morte é que ela nos conduzirá à presença de nosso Pai, de Jesus, e do Espírito Santo. Em Apocalipse 7, as multidões que louvam a Deus são aqueles que saíram da grande tribulação (Apocalipse 7:9-10, 14-17). Esta bênção está reservada só para os mártires? Não. Paulo disse que “para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro” (Filipenses 1:21). Não temos a mesma promessa ‒ que, após a morte, estaremos com Cristo?

Todos os cristãos precisam ver a morte como um começo e não como um fim. Sim, “enquanto no corpo, estamos ausentes do Senhor” (2 Coríntios 5:6) A morte acabará com essa ausência! Sei que queremos ficar aqui para a nossa família e para influenciar outras pessoas, mas não podemos ficar para sempre. Por que não viver e morrer com expectativa?

Não devemos encarar a morte da mesma forma que o mundo a encara. Para o cristão, a morte nos traz alívio do sofrimento, para um estado consciente de bênção, para uma reunião com os amados e para a presença de Deus. Como disse Paulo, isso é “incomparavelmente melhor”. Quando ele foi retirado da prisão, ele viu mais do que um executor (2 Timóteo 4:7-8). Ele viu um momento de dor, depois de glória! Foi glória para ele e deve ser para nós.

–por Lee Forsythe

Publicado por: Alba Bloechliger | 14/04/2010

Deus Separando Seu Povo

A Separação Pela Promessa

“Ora, disse o Senhor a Abrão: Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai e vai para a terra que te mostrarei” (Gênesis 12:1).

Assim Deus começou a separar um povo especial que iria receber bênçãos especiais e por meio do qual “serão benditas todas as famílias da terra” (Gênesis 12:3).

O primeiro filho de Abraão nasceu da escrava Hagar, mas Ismael, nascido “segundo a carne” (Galátas 4:23), não era o filho da promessa. Deus disse a Abraão: “Sara, tua mulher, te dará um filho, e lhe chamarás Isaque; estabelecerei com ele a minha aliança, aliança perpétua para a sua descendência” (Gênesis 17:19).

Isaque casou-se com Rebeca, e ela concebeu gêmeos. “Os filhos lutavam no ventre dela; então, disse: Se é assim, por que vivo eu? E consultou ao Senhor. Respondeu-lhe o Senhor: Duas nações há no teu ventre, dois povos, nascidos de ti, se dividirão: um povo será mais forte que o outro, e o mais ve-lho servirá ao mais moço” (Gênesis 25:22-23). A promessa não haveria de se cumprir por meio do mais velho dos gêmeos, Esaú, mas pelo mais novo, Jacó.

Os doze filhos de Jacó passaram a ser a nação de Israel, quando Moisés os tirou do Egito. Mas uma tribo foi destacada através da qual o Salvador prometido viria. Quando Jacó estava velho, ele abençoou a Judá. “O cetro não se arredará de Judá, nem o bastão de entre seus pés, até que venha Siló; e a ele obedecerão os seus povos” (Gênesis 49:10). Mais tarde, Deus especificou que Davi, o descendente de Judá, seria o ancestral do Messias (Salmos 89:3-4; Atos 2:30).

Quando Paulo tratou de como Deus escolheu os que seriam os antepassados de Cristo, ele disse: “Assim, pois, não depende de quem quer, ou de quem corre, mas de usar Deus a sua misericórdia” (Romanos 9:16). O homem não determinou quem traria a salvação ao mundo S Deus sim. Ele escolheu os que quis e depois registrou as suas promessas para que, quando se cumprissem, a nossa fé pudesse ser forte. A salvação ocorreu por meio de Jesus, filho de Davi, filho de Judá, filho de Jacó, filho de Isaque, filho de Abraão.

A Separação Física

Deus também separou seu povo dos pagãos que o cercavam. A ordem a Abraão era: “Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai” (Gênesis 12:1). Ismael foi separado de Isaque; Jacó, de Esaú. E, mais tarde, a família de Jacó foi obrigada a sair da terra de Canaã e se estabelecer no Egito. Quando Deus tirou o povo do Egito pelas mãos de Moisés, deu-lhe uma lei que lhe proibia de casar-se com as nações pagãs de Canaã para onde estavam indo e de participar de algum modo do culto pagão. Ele tinha de ser um povo separado.

Dois Motivos

Deus separou o seu povo por dois motivos importantes:

O primeiro era para demonstrar que a salvação vem pelos planos de Deus. As promessas foram feitas milhares de anos antes de Cristo e escritas por Moisés por volta de 1400 a.C. A separação física daqueles por meio de quem a promessa da vinda do Messias iria ser realizada fez cumprir-se o objetivo de preservar a linhagem de Abraão como algo distinto. Quando Jesus nasceu, seus antepassados eram conhecidos (Mateus 1:1-16; Lucas 3:23-28). Ele, à semelhança de Isaque, nasceu de acordo com a promessa.

O segundo motivo por que Deus separou o seu povo dos idólatras que o cercavam era para evitar a contaminação com o culto e a imoralidade deles. Quando Deus prometeu dar a Israel a terra de Canaã, uma terra cheia de gente idólatra, ele disse: “Não farás aliança nenhuma com eles, nem com os seus deuses. Eles não habitarão na tua terra, para que te não façam pecar contra mim; se servires aos seus deuses, isso te será cilada” (Êxodo 23:32-33). Os cristãos têm a advertência: “As más conversações corrompem os bons costumes” (1 Coríntios 15:33) e “Por isso, retirai-vos do meio deles, separai-vos, diz o Senhor; não toqueis em cousas impuras; e eu vos receberei” (2 Coríntios 6:17). A separação do mal e das más influências é tão importante para os cristãos quanto o foi para Israel.

Conclusão

1.Entre as várias provas de que Jesus é o Cristo está o fato de que ele veio exatamente como prometido.

Devemos imitar os que se separaram dos que os cercavam. Somos nação santo, povo de propriedade de Deus (1 Pedro 2:9) e, portanto, separados.

– por Paul K. Williams

Publicado por: Alba Bloechliger | 07/04/2010

Algum povo continuará a viver na terra para sempre?

Seria impossível para algum povo viver para sempre na terra, uma vez que ela será destruída quando Cristo retornar. “Virá, entretanto, como ladrão, o Dia do Senhor, no qual os céus passarão com estrepitoso estrondo, e os elementos se desfarão abrasados; também a terra e as obras que nela existem serão atingidas. . . .” (2 Pedro 3:10-12). O próprio Jesus disse que a terra passaria (Mateus 24:35).

Apesar disto, alguns grupos religiosos insistem em que haverá servos de Deus que viverão para sempre num paraíso na terra. Este ensinamento apela para muitos porque eles estão muito ligados a esta vida e gostam da idéia de serem capazes de permanecer para sempre numa terra purificada. Para o verdadeiro cristão, estes ensinamentos não têm atração. Sua cidadania é no céu (Filipenses 3:20), e ele anseia por partir e estar com Cristo ali (Filipenses 1:21-24). Sua esperança é preservada no céu (Colossenses 1:5; 1 Pedro 1:3-5), e seus pensamentos estão totalmente centralizados na oportunidade de estar com o Senhor um dia (1 Pedro 1:13; Hebreus 11:13-16).

Apocalipse 7, um texto que usa o número 144.000, é algumas vezes abusado para ensinar que somente 144.000 estarão no céu e que o resto dos cristãos (uma grande multidão) permanecerá na terra. Apocalipse 7 é uma mensagem um tanto difícil, mas um mero olhar para ela mostrará que os 144.000 eram os irmãos fiéis na terra (Apocalipse 7:1-3), enquanto a grande multidão (servos de Deus que tinham morrido) estavam no céu (Apocalipse 7:9). Isto é o exato oposto do que aqueles ensinam, que 144.000 serão os únicos no céu. Quando morrerem, naturalmente, os 144.000 também deixarão a grande tribulação e se juntarão na celebração no céu, em torno do trono de Deus. Apocalipse 7 não dá apoio à doutrina de um paraíso eterno na terra.

As Escrituras afirmam claramente que só há uma esperança (Efésios 4:4), que é a esperança no céu (Mateus 6:19-21).

-por Gary Fisher

Publicado por: Alba Bloechliger | 30/03/2010

VERDADEIRO SIGNIFICADO DA PÁSCOA

Não tem nada a ver com ovos nem coelhos. Sua origem remonta os tempos do Velho Testamento, por ocasião do êxodo do povo de Israel da terra do Egito. A Bíblia relata o acontecimento no capítulo 12 do livro do Êxodo. Faraó, o rei do Egito, não queria deixar o povo de Israel sair, então muitas pragas vieram sobre ele e seu povo. A décima praga porém, foi fatal : a matança dos primogênitos – o filho mais velho seria morto. Segundo as instruções Divinas, cada família hebréia, no dia 14 de Nisã, deveria sacrificar um cordeiro e espargir o seu sangue nos umbrais das portas de sua casa. Este era o sinal, para que o mensageiro de Deus, não atingisse esta casa com a décima praga. A carne do cordeiro, deveria ser comida juntamente com pão não fermentado e ervas amargas, preparando o povo para a saída do Egito. Segundo a narrativa Bíblica, à meia-noite todos os primogênitos egípcios, inclusive o primogênito do Faraó foram mortos. Então Faraó, permitiu que o povo de Israel fosse embora, com medo de que todos os egípcios fossem mortos.

Em comemoração a este livramento extraordinário, cada família hebréia deveria observar anualmente a festa da Páscoa, palavra hebraica que significa “passagem” “passar por cima”. Esta festa, deveria lembrar não só a libertação da escravidão egípcia, mas também a libertação da escravidão do pecado, pois o sangue do cordeiro, apontava para o sacrifício de Cristo, o Cordeiro que tira o pecado do mundo.

A chamada páscoa cristã, foi estabelecida no Concílio de Nicéia, no ano de 325 de nossa era. Ao adotar a Páscoa como uma de suas festas, a Igreja Católica, inspirou-se primeiramente em motivos judaicos: a passagem pelo mar Vermelho, a viagem pelo deserto rumo a terra prometida, retirando a peregrinação ao Céu, o maná que exemplifica a Eucaristia, e muitos outros ritos, que aos poucos vão desaparecendo.

A maior parte das igreja evangélicas porém, comemora a morte e a ressurreição de Cristo através da Cerimônia da Santa Ceia. Na antiga Páscoa judaica, as famílias removiam de suas casas, todo o fermento e todo o pecado, antes da festa dos pães asmos. Da mesma forma, devem os cristãos confessar os seus pecados e deles arrepender-se, tirando o orgulho, a vaidade, inveja, rivalidades, ressentimentos, com a cerimônia do lava-pés, assim como Jesus fez com os discípulos. Jesus instituiu uma cerimônia memorial, a ceia, em substituição à comemoração festiva da páscoa. I Coríntios 11:24 a 26 relata o seguinte:
Jesus tomou o pão, “e tendo dado graças o partiu e disse: Isto é o meu corpo que á dado por vós; fazei isto em memória de mim. Por semelhante modo, depois de haver ceado, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é a nova aliança no Meu sangue, fazei isto todas as vezes que o beberdes, em memória de mim. Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do senhor, até que ele venha.”

Publicado por: Alba Bloechliger | 15/03/2010

Em que dia da semana Jesus morreu?

 

Uma estória:
Papai, o que é Páscoa?

– Ora, Páscoa é… bem… é uma festa religiosa!

– Igual ao Natal?

– É parecido. Só que no Natal comemora-se o nascimento de Jesus, e na Páscoa, se não me engano, comemora-se a sua ressurreição.

– Ressurreição?

– É, ressurreição. Marta, vem cá!

– Sim?

– Explica pra esse garoto o que é ressurreição pra eu poder ler o meu jornal.

– Bom, meu filho, ressurreição é tornar a viver após ter morrido. Foi o que aconteceu com Jesus, três dias depois de ter sido crucificado. Ele ressuscitou e subiu aos céus. Entendeu?

– Mais ou menos… Mamãe, Jesus era um coelho?

– Que é isso menino? Não me fale uma bobagem dessas! Coelho! Jesus Cristo é o Papai do Céu! Nem parece que esse menino foi batizado! Jorge, esse menino não pode crescer desse jeito, sem ir numa missa pelo menos aos domingos. Até parece que não lhe demos uma educação cristã! Já pensou se ele solta uma besteira dessas na escola? Deus me perdoe! Amanhã mesmo vou matricular esse moleque no catecismo!
– Mamãe, mas o Papai do Céu não é Deus?
– É filho, Jesus e Deus são a mesma coisa. Você vai estudar isso no catecismo. É a Trindade. Deus é Pai, Filho e Espírito Santo.
– O Espírito Santo também é Deus?
– É sim.
– E Minas Gerais?
– Sacrilégio!!!
– É por isso que a Ilha da Trindade fica perto do Espírito Santo?
– Não é o Estado do Espírito Santo que compõe a Trindade, meu filho, é o Espírito Santo de Deus. É um negócio meio complicado, nem a mamãe entende direito. Mas se você perguntar no catecismo a professora explica tudinho! – Bom, se Jesus não é um coelho, quem é o coelho da Páscoa?
– Eu sei lá! É uma tradição. É igual a Papai Noel, só que ao invés de presente ele traz ovinhos – Coelho bota ovo?
– Chega! Deixa eu ir fazer o almoço que eu ganho mais!
– Papai, não era melhor que fosse galinha da Páscoa?
– Era… era melhor, sim… ou então urubu.
– Papai, Jesus nasceu no dia 25 de dezembro, né? Que dia que ele morreu?
– Isso eu sei: na Sexta-feira santa
– Que dia e que mês?

– Que dia e que mês?
– (???) Sabe que eu nunca pensei nisso? Eu só aprendi que ele morreu na Sexta-feira Santa e ressuscitou três dias depois, no Sábado de Aleluia.
– Um dia depois!
– Não, três dias depois.
– Então morreu na quarta-feira.
– Não! Morreu na Sexta-feira Santa… ou terá sido na Quarta-feira de Cinzas? Ah, garoto, vê se não me confunde! Morreu na sexta mesmo e ressuscitou no sábado, três dias depois! Como? Pergunte à sua professora de catecismo!
– Papai, por que amarraram um monte de bonecos de pano lá na rua?
– É que hoje é Sábado de Aleluia, e o pessoal vai fazer a malhação do Judas. Judas foi o apóstolo que traiu Jesus.
– O Judas traiu Jesus no sábado?
– Claro que não! Se Jesus morreu na sexta!!!
– Então por que eles não malham o Judas no dia certo?
– Ui…
– Papai, qual era o sobrenome de Jesus?
– Cristo. Jesus Cristo.
– Só?
– Que eu saiba sim, por quê?
– Não sei não, mas tenho um palpite de que o nome dele era Jesus Cristo Coelho. Só assim esse negócio de coelho da Páscoa faz sentido, não acha?
– Ai Coitada!
– Coitada de quem?
– Da sua professora de catecismo!

Será que alguém tem uma resposta correta?

Publicado por: Alba Bloechliger | 31/01/2010

As exortações a orar dadas por nosso Senhor

Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca” (Mateus 26:41) é apenas uma das exortações do nosso Senhor a orar. Dizer que Jesus nos exorta a orar é dizer que ele nos encoraja e nos convida a orar.

Você acha alguma coisa de inusitado no fato de Jesus ter que encorajar seus discípulos a orar? Que ele tem que convidar e implorar para que participem da comunhão com o Pai celestial? Depois de tudo, para muitos de nós, é preciso muito pouco encorajamento para levar-nos a fazer as coisas de que gostamos.

Eu gosto de golfe. Em conseqüência, não é preciso nenhum encorajamento para me fazer ir jogar. É só me fazer um convite, dar-me um pouco de dinheiro e um bocado de bolas de golfe e estarei jogando dentro de uma hora! Há outras coisas de que gostamos que não exigem encorajamento para levar-nos a fazê-las. Sendo isto verdade, eu me pergunto: por que Cristo tem que nos encorajar a orar? Por que precisamos ser encorajados a participar de uma coisa tão boa, e tão boa para nós? Gostaria de sugerir três razões por que nosso Senhor tem que encorajar-nos a orar.

Œ Nosso amor por Deus ainda não é o que deveria ser. Quantas vezes você negligencia no falar com as pessoas que ama? Um dia se passou, desde a última vez em que você disse a sua esposa ou a seus filhos que você os ama? A verdade é que falamos com os que amamos de modo regular, se não diariamente. Estará o Pai celestial entre estes amados? Está ele no alto da lista? Tristemente, para muitos cristãos, o tempo passado em oração ao Pai não é uma atividade de que gostem! Assim, precisamos que nosso Senhor Jesus nos exorte e encoraje a orar!

Ouça Jesus nos exortar a orar deste modo: “Pai nosso, que estás nos céus…” (Mateus 6:9). Ouça-o encorajar de novo: “Quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará boas coisas aos que lhe pedirem” (Mateus 7:11). A realidade que Deus é nosso Pai celestial deve nos comover e criar um desejo dentro de nós de falar com ele. Assim, Pedro acrescenta “lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós” (1 Pedro 5:7). Aceitaremos a exortação a orar ao “Pai nosso, que estás no céu”?

 Às vezes temos a idéia de que não precisamos orar! Qualquer número de equívocos poderia explicar como temos esta idéia. Talvez pensemos que não seremos ouvidos ou atendidos quando oramos. Para isto Jesus exortaria: “Até agora nada tendes pedido em meu nome; pedi e recebereis, para que a vossa alegria seja completa” (João 16:24).

Ou, talvez, pensemos que somos bastante fortes, sem gastar muito tempo em oração. Quando pensamos assim, não somos os primeiros discípulos a fazer isso. Na noite da traição e prisão de Jesus, ele tinha advertido os seus discípulos de que eles o negariam e o abandonariam. Os discípulos não queriam nem ouvir tal coisa, e prometeram fidelidade a Cristo até o último homem (Mateus 26:31-35). Contudo, quando os discípulos pensavam que não poderiam cair, ouviram Jesus implorar-lhes: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca” (Mateus 26:41).

Quando pensamos que estamos muito ocupados, muito cansados, muito importantes, ou muito fortes para orar é quando precisamos dar ouvidos à exortação a “vigiar e orar”!

Ž  A oração nos faz sentir constrangidos! Por quê? Porque, quando oramos, tudo conosco é desnudado. Não pode haver nem encobrimento, nem poses, nem charadas; não quando oramos! Porque então, como em nenhum outro momento, vemos nosso eu verdadeiro. Vemos o bom, o mau e o feio em nós mesmos, porque sabemos que Deus os vê. Ele vê nossos pecados, nossas fraquezas, nossa negligência e nossa hipocrisia. Para dizer o mínimo, esta consciência nos deixa constrangidos. Para dizer o máximo, ela nos faz sentir que estamos contaminando terreno sagrado e que certamente somos indignos de estar na sua presença.

O que Cristo nos diz quando nos sentimos assim? Que palavra de exortação ele dá para encorajar seus discípulos que estão temerosos de se aproximar ao trono do Pai? Primeiro, ele exige que estejamos nele e que sua palavra esteja em nós (João 15:1-8). Então, nosso Senhor, através de sua palavra, responderá a nossos temores, esclarecerá nossos mal-entendidos, removerá nossas dúvidas, repreenderá nossas negligências e criará um anseio por nosso Pai, dentro de nós.

Mais do que tudo, Jesus convida-nos a orar e nos chama para perto do trono do Pai, dizendo-nos que não temos que ir sós! Nele, por ele e com ele podemos aproximar-nos do trono da graça com confiança (Hebreus 4:16). Deveria-nos confortar e nos fortalecer em oração saber que nosso Senhor vive sempre para interceder por nós (Hebreus 7:25). Poderia Jesus oferecer maior incentivo a orar do que sua promessa de nos encontrar e nos ajudar no trono do Pai?

Avante! Aproxime-se e ore fervorosamente, derramando seu coração em Deus. “Buscai e achareis”!

Tim Murray

Publicado por: Alba Bloechliger | 09/01/2010

Dizimar não é uma doutrina cristã

Introdução

         Este ensaio é um resumo do meu livro “Should the Church Teach Titing? – A Theologian’s Conclusions About a Taboo Doctrine” (Deveria a Igreja Ensinar a Dizimar? – Conclusões de um Teólogo Sobre Uma Doutrina Tabu). O próprio livro é uma versão ampliada de minha tese de Ph.D. Desafio os mestres da Bíblia a ousarem abrir em seus seminários uma pesquisa que promova estudos sobre este assunto, aos níveis de Mestrado, Doutorado e Ph.D. Realmente, esta doutrina é importante demais para ser tão ignorada!

         Em muitas igrejas, hoje em dia, a doutrina de dizimar tem atingido o nível de escândalo moderno. Conquanto os livros sobre Hermenêutica e os teólogos omitam o dizimar, por outro lado a prática tem se tornado rapidamente uma exigência aos membros da igreja, nas várias denominações, que insistem em dizer que estão embasadas nas sólidas doutrinas da Bíblia. Existe ainda uma crescente evidência de que os leigos que questionam a legitimidade do dizimar na Nova Aliança, são em geral criticados como criadores de casos ou taxados de  cristãos imaturos.

O Dizimar moderno baseia-se em falsas premissas – A declaração de uma denominação sobre mordomia é típica do que muitas outras ensinam sobre o dízimo. Ela diz que “Dizimar é o modelo bíblico e o ponto inicial que Deus tem estabelecido e que não deve ser substituído nem comprometido por nenhum outro modelo”. Ela acrescenta que o dízimo deve ser entregue a partir da renda bruta, o qual é devido à igreja, antes dos impostos.

         Os seguintes pontos deste ensaio vão contestar os ensinos usados para estruturar o dízimo com o que realmente diz a Palavra de Deus.

Ponto 1Os princípios de dar no Novo Testamento, na 2 Coríntios 8,9 são superiores ao dizimar.

 

         O falso ensino é que dizimar é uma exigência obrigatória, a qual sempre precede o dar voluntariamente. O dar voluntariamente precedia o dizimar.

 

Os seguintes princípios de dar voluntariamente na Nova Aliança estão fundamentados na 2 Coríntios 8 e 9 (1). Dar é uma “graça”. A 2 Coríntios 8 usa oito vezes a palavra “graça”, referindo-se à ajuda aos santos pobres (2). Dar primeiro a Deus  (8:5). (3) Dar-se a si mesmo para conhecer a vontade de Deus (8:5) (4) Dar em resposta ao dom de Cristo (8:9 e 9:15). (5) Dar com desejo sincero (8:8, 10, 12 e 9:7) (6) Não dar por causa de mandamento algum (8:8,10; 9:7). (7) Dar além de sua capacidade (8:3, 11, 12) (8) Dar para produzir igualdade. Isso quer dizer que os que têm mais devem dar mais, a fim de suprir a incapacidade dos que não podem dar mais (8:12,14) (9) Dar com alegria (8:2). (10) Dar porque está crescendo espiritualmente (8:3,4,7). (11) Dar porque deseja crescer espiritualmente (9:8, 10, 11). (12) Dar porque está ouvindo o Evangelho ser pregado (9:13).

Ponto 2 – Na Palavra de Deus o dízimo é sempre em alimento

O falso ensino é que os dízimos bíblicos incluem todas as fontes de renda.

 

         Não usem o Dicionário de Webster. Usem a Palavra de Deus para definir a palavra “dízimo”. Abram uma boa “Concordância Bíblica”. Vocês vão descobrir que a definição usada pelos advogados do dízimo está errada.  Na Palavra de Deus o vocábulo “dízimo” não aparece sozinho. Embora já existisse dinheiro, a substância do dízimo divino jamais foi dinheiro.  Ele era o “dízimo do alimento”. Isso é muito importante. ** Os verdadeiros dízimos bíblicos eram sempre somente o alimento proveniente das fazendas e rebanhos, somente dos israelitas que vivessem exclusivamente dentro da Terra Santa de Deus, as fronteiras nacionais de Israel ** A fartura provinha da mão de Deus e não da manufatura ou habilidade do homem.

         Existem 15 versos de 11 capítulos e 8 livros, de Levítico 27 a Lucas 11, que descrevem o conteúdo do dízimo. E o conteúdo jamais, repito, jamais incluía dinheiro, prata, ouro ou qualquer outra coisa, além de alimento. Mesmo assim, a definição incorreta de “dizimar” é a maior mentira que está sendo pregada sobre esse ato, hoje em dia. (Vejam Levítico 27:30,32; Números 18:27,28; Deuteronômio 12:17; 14:22, 23, 26; 2 Crônicas 31:5; Neemias 10:37; 13:5; Malaquias 3:10; Mateus 23:23 e Lucas 11:42).

 Ponto 3 – O dízimo de Abraão a Melquisedeque se embasou numa tradição pagã.

O falso ensino é que Abraão deu voluntariamente o dízimo porque foi a vontade de Deus.

 

Contudo, pelas seguintes razões, Gênesis 14:20 não pode ser usado como exemplo para os cristãos dizimarem:

 

1 – A Bíblia não diz que Abraão deu “voluntariamente” esse dízimo.

2 – O dízimo de Abraão não foi um dízimo santo, da Terra Santa de Deus, produzido pelo povo santo de Deus.

3 – O dízimo de Abraão foi do espólio de guerra, o que era comum a muitas nações.

4 – Em Números 31, Deus exige apenas 1% dos espólios de guerra.

5 – O dízimo de Abraão a Melquisedeque aconteceu apenas uma vez e Abraão mudava sempre de lugar.

6 – O dízimo de Abraão não proveio de sua riqueza pessoal.

7 – Abraão nada conservou para si mesmo, tendo devolvido tudo.

8 – O dízimo de Abraão não é mencionado em nenhuma parte da Bíblia, a fim de respaldar o ato de dizimar.

9 – Gênesis 14:21 é o texto chave. Visto como muitos comentários explicam o verso 21 como exemplo da tradição pagã árabe, é uma contradição explicar os 90% do verso 21 como pagão, ao mesmo tempo insistindo-se em que os 10% do verso 20 eram a vontade de Deus.

10 – Se Abraão serve de exemplo para o cristão dar 10% a Deus, então deveria também ser um exemplo para ele dar os restantes 90% a Satanás, ou ao Rei de Sodoma!

11 – 0 Visto como nem Abraão nem Jacó tinham um sacerdócio levítico para manter, eles não tinham lugar algum onde entregar os dízimos, durante os seus muitos movimentos.

Ponto 4 – Os Primeiros Dízimos eram recebidos pelos servos dos sacerdotes.

        O falso ensino é que os sacerdotes do Velho Testamento recebiam todo o primeiro dízimo.

 

         A verdade é que o dízimo “completo”, o primeiro dízimo, não ia para os sacerdotes, de modo algum. Em vez disso, conforme Números 18:21-24 e Neemias 10:37, ele ia para os servos dos sacerdotes, os levitas. Em seguida, conforme Números 18:25-28 e Neemias 10:38, os levitas davam o “melhor décimo” desses dízimos (1%) recebidos aos sacerdotes que ministravam os sacrifícios pelos pecados e serviam dentro dos locais sagrados. Os sacerdotes não dizimavam pessoalmente, de modo algum.

         É também importante saber que em troca de receber, esses dízimos, tanto os levitas como os sacerdotes perdiam todo o direito à herança permanente da terra dentro de Israel (Números 18:20-26; Deuteronômio 12: 12; 14:27,29; 18:1-2; Josué 13:14,33; 14:3; 18:7; Ezequiel 44:28). Os levitas que recebiam o primeiro dízimo eram proibidos de ministrar os sacrifícios de sangue, sob pena de morte (Números 18:3). Não há continuação dessa ordenança na Nova Aliança.

Ponto 5 – A frase: “É santo ao Senhor” não torna o dízimo um princípio eterno moral.

 

O falso ensino  é que Levítico 27:30-32 prova que o dízimo é um “eterno princípio moral” porque “ele é santo do Senhor”.

         Contudo, os mestres do dízimo devem ignorar a frase mais forte “ele é santíssimo ao Senhor”, nos imediatos versos precedentes: 28 e 29. Isso porque os versos 28 e 29 não são definitivamente “eternos princípios morais” na igreja. Em seu contexto, as frases “É santo ao Senhor” e “é santíssimo ao Senhor” não podem se interpretadas como “eternos princípios morais”. Por que? Porque quase qualquer outro uso desta frase em Levítico foi há muito descartado pelos cristãos. Frases semelhantes são também usadas para descrever todos os festivais, ofertas sacrificais, distinção entre alimentos puros e impuros, os sacerdotes da Antiga Aliança e o santuário da antiga Aliança.

Ponto 6 – Existem na Bíblia quatro tipos diferentes de Dízimos.

O falso ensino ignora todos os outros dízimos e focaliza somente a parte do primeiro dízimo religioso.

Na realidade, o primeiro dízimo religioso chamado o “Dízimo Levítico” tinha duas partes. Novamente todo o primeiro dízimo era dado aos levitas, os quais eram apenas servos dos sacerdotes (Números 18:21-24; Neemias 10:37). Por sua vez, os levitas davam 1/10 de todos os dízimos aos sacerdotes (Números 18:25-28; Neemias 10:38). Conforme Deuteronômio 12 e 14, o segundo dízimo religioso, chamado o “Dízimo de Festa”, era comido pelos adoradores, nas ruas de Jerusalém, durante os três festivais anuais (Deuteronômio 12:1-19; 14:22-26). E conforme Deuteronômio 14 e 26, o terceiro dízimo, chamado o “dízimo dos pobres” guardados nas casas, a cada três anos, era usado para alimentar os pobres (Deuteronômio 14:28-29; 26:12-13).

Ainda conforme o 1 Samuel 8:14-17, o Rei coletava o primeiro e o melhor 10% para uso político. Durante o tempo de Jesus, Roma coletava os primeiro 10% da maior parte dos alimentos e 20% da colheita de frutas como espólio de guerra.

É de admirar que as igrejas estejam tentando omitir isso, quando falam somente de um dízimo religioso, simplesmente porque este se encaixa melhor em seus propósitos, ignorando os outros dois importantes dízimos religiosos.

Outro erro comum é equacionar o dízimo com “as primícias”, ou até mesmo com “o melhor”. Enquanto o dízimo do dízimo (1%) que era dado aos sacerdotes, era “o melhor” do que os levitas recebiam, o dízimo que os levitas recebiam era 1/10, mas não necessariamente “o melhor”. (Levítico 27:32,33). Também, enquanto as primícias e o primogênito de cada animal puro eram levados diretamente ao Templo, o dízimo era entregue diretamente nas cidades levíticas (Neemias 10:35-38).

Segundo alguns historiadores, “as primícias” eram ofertas extremamente pequenas. Em geral “as primícias” de uma vila inteira podiam ser carregadas em um único animal.

Ponto 7 – Jesus, Pedro Paulo e os pobres não dizimaram.

O falso ensino é que de todo mundo no Velho Testamento era exigido que trouxesse sua oferta a Deus a nível de 10%.

Na realidade nenhum dízimo era exigido dos pobres. Nem também provinha o mesmo das mãos do artesão ou do seu ofício. Somente os fazendeiros e pecuaristas possuíam o que era definido como ganho ao dízimo. Jesus era carpinteiro; Paulo era artesão de tendas e Pedro era pescador. Nenhuma dessas ocupações os qualificava como pagadores do dízimo, visto como não cultivavam a terra nem possuíam rebanhos para o seu sustento. Desse modo, é incorreto ensinar que todo mundo pagava a exigência mínima de um dízimo e, então, que dos cristãos da Nova Aliança deveria ser exigido, apenas para início, esse mesmo mínimo da Velha Aliança dos israelitas. Esta afirmação é comumente repetida nas igrejas, ignorando completamente a exata definição do dízimo como alimento obtido nas fazendas e no aumento dos rebanhos.

Também é errado ensinar que era exigido dos pobres de Israel que estes pagassem o dízimo. Na verdade, eles até recebiam dízimos. Boa parte do dízimo dos festivais era entregue aos pobres. De fato, muitas leis protegiam os pobres do abuso dos sacrifícios dispendiosos, para os quais eles não podiam ofertar. (Vamos ler Levítico 14:21; 25:6,25-28,35,36; 27:8; Deuteronômio 12:1-19; 14:23,28-29; 15:7,8,11; 24:12,14,15,19,20; 26:11-13; Malaquias 3:5; Mateus 12:1,2; Marcos 2:23-24; Lucas 2:22-24; 6:1-2; 2 Coríntios 8:12-14; 1 Timóteo 5:8; Tiago 1:27).

Ponto 8 – Os dízimos eram muitas vezes usados como impostos políticos.

O falso ensino é que os dízimos nunca são comparados aos impostos ou taxas.

       

        Contudo, na economia hebraica, o dízimo era usado de maneira totalmente diferente da que hoje é pregada. Mais uma vez, os levitas que recebiam o dízimo inteiro nem sequer eram ministros ou sacerdotes – eles eram apenas servos dos sacerdotes. Números 3 descreve os levitas como sendo carpinteiros, fundidores de metal, artesãos de couro e artistas, que mantinham o pequeno santuário. E 2 Crônicas 23-27, durante o tempo dos reis Davi e Salomão, os levitas também foram peritos artesãos, os quais inspecionavam as obras do Templo. Vinte e quatro mil deles trabalhavam no Templo como construtores e supervisores; seis mil eram oficiais e juízes; quatro mil eram guardas e quatro mil eram músicos.

        Como representantes políticos do rei, os levitas usavam o seu dízimo para servir aos oficiais, juízes, coletores de impostos, tesoureiros, guardas do Templo, músicos, padeiros, cantores e soldados profissionais (1 Crônicas 12:23,26; 27:5). É obvio que esses exemplos do uso bíblico da entrada do dízimo nunca se tornam exemplos para a igreja de hoje.

        É importante saber que na Antiga Aliança os dízimos nunca eram usados para evangelizar os não israelitas. Neste ponto o dízimo falhou. Vejam Hebreus 7:12-19. Os dízimos jamais estimularam os levitas e sacerdotes da Antiga Aliança a estabelecer uma única missão fora do país, para encorajar um só gentio a se tornar israelita (Êxodo 23:32; 34:12,15; Deuteronômio 7:2).

         O dízimo da Antiga Aliança era motivado e exigido por lei, não pelo amor.  De fato, durante a maior parte da história de Israel, os profetas foram os principais portadores da Palavra de Deus e não os levitas e os sacerdotes que recebiam o dízimo.

Ponto 9 – Os dízimos levíticos eram normalmente levados às cidades levíticas.

        Os falsos mestres querem que pensemos que todos os dízimos eram levados ao Templo e que agora devem ser levados ao armazém do edifício eclesiástico.

 

        O dízimo inteiro jamais foi para o Templo. Na realidade, a extraordinária maioria dos dízimos levíticos jamais foi para o Templo. Os que ensinam o contrário ignoram as cidades levíticas e as 24 localidades dos levitas e sacerdotes. Conforme Números 35, Josué, 20, 21 e 1 Crônicas 6, os levitas e os sacerdotes residiam nas cidades levíticas, em terras emprestadas, onde cultivavam o solo e criavam os animais dizimáveis. Está claro em Números 18:20-24; 2 Crônicas 31:15-19 e Neemias 10:37, que do povo comum esperava-se que trouxesse dízimos às cidades levíticas. Por que? Porque lá vivia a grande maioria dos levitas e sacerdotes com suas famílias, a maior parte do tempo. Vejam também Neemias 13:9.

Ponto 10 – Malaquias 10 é o texto do qual mais se tem abusado na Bíblia sobre o dízimo.

        O falso ensino sobre os dízimos em Malaquias ignora cinco fatos importantes da Bíblia.

1.      – Malaquias é contexto da Antiga Aliança e nunca é citado na Nova Aliança para a Igreja (Levítico 27:34; Neemias 10:28-29; Malaquias 3:7; 4:4).

2.      – Malaquias 1:6; 2:1 e 3:1-5 são muito claramente endereçados aos sacerdotes desonestos, os quais são amaldiçoados porque haviam roubado as melhores ofertas de Deus.

3.      – As cidades levíticas devem ser consideradas, enquanto Jerusalém nunca foi uma cidade levítica (Josué 20, 21). Não faz sentido algum ensinar que 100% dos dízimos eram levados ao Templo, quando a maioria dos levitas e sacerdotes não morava em Jerusalém.

4.      – Em Malaquias 3:10-11, os dízimos ainda são apenas alimentos (Levítico 27:30-33).

5.      – As 24 localidades residenciais dos levitas e sacerdotes também devem ser levados em conta.

Começando com os Reis Davi e Salomão, eles foram divididos em 24 famílias. Essas divisões também continuavam a vigorar no tempo de Malaquias, com Esdras e Neemias. Visto como normalmente apenas uma família servia ao Templo e por uma semana da cada vez, não havia, absolutamente, qualquer razão para que todos os dízimos fossem enviados ao Templo, quando 98% daqueles a quem se destinavam como alimento ainda se encontravam nas cidades levíticas (1 Crônicas 24:26; 28:13,21; 2 Crônicas 8:14; 23:8; 31:2, 15-19; 35:4-5,10; Esdras 6:18; Neemias 11:19,30; 12:24; 13:9-10; Lucas 1:5).

Desse modo, quando o contexto das cidades levíticas, as 24 famílias dos sacerdotes, os filhos menores, as viúvas, Números 18:20-28, 2 Crônicas 31:15-19, Neemias 10-13 e todo o livro de Malaquias são avaliados, vemos que apenas 2% do total do primeiro dízimo eram normalmente exigidos no Templo de Jerusalém.

Tanto a bênção como a maldição de Malaquias 3:9-11, perduraram somente até o término da antiga Aliança, ou seja, até o Calvário. A audiência de Malaquias havia voluntariamente reafirmado a Antiga Aliança (Neemias 10:28-29. “Maldito aquele que não confirmar as palavras desta lei, não as cumprindo. E todo o povo dirá: Amém” (Deuteronômio 27:26, citado em Gálatas 3:10). E Jesus Cristo deu um fim a essa maldição, conforme Gálatas 3:13: “Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro”.

            Hoje em dia, a classe mais pobre é a que mais contribui para beneficência. E, mesmo assim, ela permanece na pobreza. A loteria e os dízimos não são uma garantia para alguém enriquecer depressa, em vez da educação, da determinação e do árduo trabalho. Se Malaquias 3:10 funcionasse realmente com os cristãos da Nova Aliança,  nesse caso milhões de cristãos dizimistas já teriam escapado da pobreza e se tornado o grupo mais rico do mundo, em vez de continuar sendo pobre. Portanto, não existe evidência alguma de que a vasta maioria dos pobres “pagadores do dízimo” tenha sido abençoada pelo mero fato de o entregar. As bênçãos da Antiga Aliança já não estão em efeito (Hebreus 7:18-19; 8:6-8, 13).

Ponto 11 – O dízimo não é ensinado no Novo Testamento.

O falso ensino é que Jesus ensinou a dizimar, em Mateus 23:23, dizendo que isso está claro no Novo Testamento.

 

        A Nova Aliança não teve princípio no nascimento de Jesus, mas na Sua morte (Gálatas 3:19, 24, 25; 4:4). O dízimo não é ensinado na igreja, depois do Calvário.  Quando Jesus falou sobre o assunto em Mateus 23:23, Ele estava simplesmente ordenando a obediência às leis da Antiga Aliança, a qual ele endossou e obedeceu até chegar ao Calvário. Em Mateus 23:23, Ele mandou que os judeus obedecessem aos escribas e fariseus, porque estes se assentavam na cadeira de Moisés. Por acaso Ele ordenou que os gentios por Ele curados comparecessem diante dos sacerdotes judeus?

        Não existe um único texto do Novo Testamento que ensine a dizimar após o período do Calvário. (Atos 2:42-47 e 4:32-35 não são exemplos para se dizimar, a fim de sustentar os líderes da igreja). Conforme Atos 2:46, os cristãos judeus continuavam a adorar no Templo. E conforme Atos 2:44 e 4:33,34, os líderes da igreja compartilhavam igualmente o que recebiam com todos os membros da igreja (o que hoje não se faz). Finalmente, Atos 21:20-25, prova que os cristãos judeus ainda observavam fielmente toda a Lei de Moisés – até 30 anos depois – devendo aí ser incluído o dizimar, pois se não o fizessem, não poderiam ter permissão de entrar no Templo para adorar. Desse modo, todos os dízimos coletados pelos primeiros cristãos judeus eram para o sustento do Templo e não para sustentar a igreja.

Ponto 12 – Os sacerdotes da Antiga Aliança foram substituídos pelos pastores bíblicos.

        O falso ensino é que os anciãos e pastores da Nova Aliança estão simplesmente continuando de onde os sacerdotes da Antiga Aliança deixaram e por isso devem receber o dízimo.

 

        Comparem Êxodo 19:5, 6 com a 1 Pedro 2:9-10. Antes do incidente do bezerro de ouro, Deus havia pretendido que todo israelita se tornasse um sacerdote e o dízimo jamais foi mencionado. Os sacerdotes não dizimavam, mas recebiam 1/10 do primeiro dízimo (Números 18:26-28 e Neemias 10:37-38).

         A função e o propósito dos sacerdotes da Antiga Aliança foram substituídos, não pelos anciãos e pastores, mas pelo sacerdócio de todos os crentes. Como outras ordenanças da Lei, o dízimo foi apenas uma sombra temporária, até a vinda de Cristo (Efésios 2:14-16; Colossenses 2:13-17; Hebreus 10:1). Na Nova Aliança cada crente é um sacerdote de Deus (1 Pedro 2:9-10; Apocalipse 1:6; 5:10). E como sacerdote cada crente oferece sacrifícios a Deus (Hebreus 4:16; 10:19-22; 13:15-16). Então, cada ordenança que havia sido previamente aplicada ao antigo sacerdócio foi anulada no Calvário. Visto não pertencer à Tribo de Levi, até mesmo Jesus Cristo foi desqualificado. Desse modo, o propósito original de dizimar já não existe (Hebreus 7:12-19; Gálatas 3:19, 24, 25; 2 Coríntios 3:10).

Ponto 13 – A Igreja da Nova Aliança não é um edifício nem um armazém.

        O falso ensino é que os edifícios cristãos chamados “igrejas”, “tabernáculos” ou “templos”, substituíram o Templo do Velho Testamento como locais de habitação divina.

 

        A Palavra de Deus jamais descreve os grupos da Nova Aliança como ”tabernáculos”, “templos” ou “edifícios”. Os cristãos não “vão à igreja”. Eles se “reúnem para adorar”. Também, visto que os sacerdotes do Velho Testamento pagavam o dízimo, então, logicamente, o dízimo não pode continuar. Nesse caso, é errado chamar um edifício de “armazém do Senhor” para receber os dízimos (1 Coríntios 3:16-17; 6:19-20; Efésios 1:22-23; 2:21; 4:12-16; Apocalipse 3:12). Com respeito à palavra “armazém” comparem a 1 Coríntios 16:2 com a 2 Coríntios 12:14 e Atos 20:17, 32-35. Durante vários séculos após o Calvário, os cristãos nem mesmo possuíam um edifício próprio (que chamassem de armazém), visto como o Cristianismo era uma religião ilegal.

Ponto 14 – A Igreja cresce quando usa os melhores princípios da Nova Aliança.

O falso ensino é que os princípios de dar graças não são tão bons como os princípios do dizimar na Antiga Aliança.

 

Sob a Nova Aliança:

1 – Conforme Gálatas 5:16-23, não existe lei física que possa controlar  o fruto do Espírito Santo [Infelizmente o Espírito Santo  é Quem mais tem sofrido nas igrejas neopentecostais, que o transformaram num office-boy, o qual tem “obrigação” de descer quando invocado e de fazer tudo que os pastores semi-bíblicos e os crentes imaturos dessas igrejas acham por bem exigir dEle. Essas pessoas mal conhecedoras da Bíblia se comportam com o Espírito Santo exatamente como os feiticeiros se comportam com os maus espíritos].

2 – A 2 Coríntios 3:9-10 ensina: “Se o ministério da condenação [Antiga Aliança] foi glorioso, muito mais excederá em glória o ministério da justiça [Nova Aliança]. Porque também o que foi glorificado nesta parte não foi glorificado, por causa desta excelente glória”.

3 – Hebreus 7 apenas faz a menção pós-Calvário de dizimar, numa explanação de porque o sacerdócio levítico deve ser substituído pelo sacerdócio de Cristo, porque aquele era fraco e ineficiente. Estudem Hebreus 7 e sigam a progressão do verso 5 ao verso 12 e ao verso 19.

4 – A maneira pela qual o dízimo é hoje ensinado reflete o fracasso da igreja em crer e agir segundo os muito melhores princípios do amor, da graça e da fé. O princípio do dízimo obrigatório não pode nem poderia ter sido mais próspero à igreja do que os princípios guiados pelo verdadeiro amor a Cristo e às almas perdidas (2 Coríntios 8:7-8). [Se o dízimo fosse usado para sustentar os missionários, as viúvas pobres e os órfãos, ele seria um princípio de amor e graça, mas, infelizmente, ele é usado hoje em dia para comprar aparelhos de som e para outros fins nada cristãos…]

Ponto 15 – O Apóstolo Paulo preferia que os líderes da igreja se auto-sustentassem.

O falso ensino é que Paulo ensinou e praticou o dízimo.

 

        Nada poderia estar mais longe da verdade. Como um rabino judeu, Paulo estava entre os que insistiam em trabalhar com as próprias mãos pelo seu sustento (Atos 18:3; 1 Tessalonicenses 2:9-10; 2 Tessalonicenses 3:8-14). Embora ele não tenha condenado os que recebiam sustento pela obra em tempo integral, também não ensinou que tal sustento fosse ordenado por Deus, para difusão do Evangelho. (1 Coríntios 9:12). De fato, duas vezes em Atos 20:29, 35 e também na 2 Coríntios 12:14, ele até mesmo encoraja os anciãos da igreja a trabalharem para manter os necessitados da igreja [Eu só queria ver um dos pastores atuais trabalhando para ajudar os pobres da igreja!].

        Para Paulo, a expressão “viver do evangelho” significava “viver segundo os princípios da fé, do amor e da graça” (1 Coríntios 9:14). Conquanto verificasse ter “direito” a alguma ajuda, ele concluía que a  “liberdade” de pregar o seu evangelho era mais importante, a fim de cumprir a sua vocação de Deus (1 Coríntios 9:15; 11:7-13; 12:13,14; 1 Tessalonicenses 2:5-6). Enquanto trabalhava como artesão de tendas, Paulo aceitou uma certa ajuda, porém se gloriava de que o seu pagamento ou salário era o fato de poder pregar livremente, sem se tornar um fardo para os outros (1 Coríntios 9:16-19).

Ponto 16 – O dízimo não se tornou uma lei na igreja, até o Ano 777 d.C.

        O falso ensino é que a igreja histórica sempre ensinou o dízimo.

 

        Até mesmo em Atos 21:20-26, algumas décadas após o Calvário, os primeiros cristãos judeus em Jerusalém continuavam seguindo fielmente a lei da Antiga Aliança e ainda adoravam e ajudavam a manter o templo judaico. Como eles eram judeus obedientes, a lógica nos força a concluir que eles continuavam a entregar os dízimos dos alimentos colhidos ao sistema do Templo.

         Conquanto discordando dos seus próprios teólogos, muitos historiadores da igreja escrevem que o dízimo não se tornou uma doutrina aceita na igreja, durante mais de 700 anos após o Calvário. Os antigos pais da igreja, antes de 321 d.C. (quando Constantino tornou o Cristianismo uma religião legal) se opunham ao dízimo, considerando-o uma doutrina puramente judaica. Clemente de Roma (Ano 95), Justino Mártir (150), o Didaquê (150-200) e Tertuliano (150-220) se opunham ao dízimo. Até mesmo Cipriano (200-258) rejeitou a introdução do dízimo incluído na distribuição aos pobres.

        De fato, os antigos líderes da igreja praticavam o ascetismo. Isso quer dizer que ser pobre era a melhor maneira de servir a Deus. Eles copiavam sua adoração conforme as sinagogas judaicas, as quais tinham rabinos que se auto-sustentavam, recusando-se a  receber dinheiro para ensinar a Palavra de Deus (Ver Schaff – “History of Christian Church”, vol. 2, 63, 128, 98-200, 428-434).

        Segundo os melhores historiadores e enciclopédias, 500 anos se passaram até que a igreja, no Concílio de 585, tentasse, sem sucesso algum, forçar os seus membros a dizimar. Mas não foi antes de 777 d.C. que o Imperador Carlos Magno permitiu legalmente que a igreja coletasse dízimos [É claro que a Igreja de Roma, a qual coroou Carlos Magno,  foi quem ressuscitou o dízimo, por causa da sua desmedida ganância por riqueza material].

Conclusão

        Na Palavra de Deus o vocábulo ”dízimo” não aparece sozinho. Ele é sempre “o dízimo do alimento”. O dízimo bíblico era muito estritamente definido e limitado pelo próprio Deus.

         Os verdadeiros dízimos bíblicos sempre eram:

1.     – Apenas em alimentos.

2.     – Somente de fazendeiros e pecuaristas.

3.     – Somente dos israelitas.

4.     – Somente de quem vivia dentro da Terra Santa de Deus, das fronteiras nacionais de Israel.

5.     – Somente sob os termos da Antiga Aliança.

6.     – A fartura só poderia provir da mão de Deus.

Por conseguinte:

1.      – Itens não alimentícios não podiam ser dizimados.

2.      – Animais limpos caçados e peixes não podiam ser dizimados.

3.      – Os não israelitas não podiam dizimar.

4.      – Alimentos que viessem de fora da Terra Santa de Deus não podiam penetrar no Templo.

5.      – O dízimo legítimo não acontecia quando não houvesse o sacerdócio levítico.

6.      – O dízimo não podia provir do que fosse fabricado pelas mãos do homem, produzido ou apanhado na pesca.

Convido os líderes de igrejas para uma discussão aberta sobre este assunto. O estudo cuidadoso em oração da Palavra de Deus é essencial ao crescimento da igreja. Que Deus os abençoe.

Russel Kelly/Mary Schultze, agosto 2006.

russkellyphd@earthlink.net

Recebido do CPR, em 26/06/06

Publicado por: Alba Bloechliger | 25/11/2009

O que a Bíblia diz sobre o Natal?

Nada. O Natal não é mencionado nenhuma vez nas Escrituras. Todos os anos, em todo o mundo, algumas pessoas guardam o dia escolhido pelos homens para comemorar o nascimento de Jesus. Algumas pessoas o guardam como um dia santo especial, enquanto muitas outras fizeram dele um tempo de comercialização, de interesses egoístas.

As modernas comemorações do Natal têm pouco a ver com os fatos da Bíblia. A Bíblia não revela a data do nascimento de Cristo, nem mesmo o número de magos que o visitaram em Belém. As Escrituras não autorizam uma comemoração especial na igreja, nem um dia santo para comemorar o nascimento de Jesus. Evidentemente, a Bíblia não dá aprovação ao materialismo egoísta, tão comum nessa época do ano.

Mas Jesus nasceu, e por um motivo muito bom. Ele veio para salvar-nos do pecado (1 Timóteo 2:6).  Ele é o Rei, não só dos judeus, mas de todos os homens (Mateus 28:18-20). Sua grande vitória veio, não com seu nascimento, mas com sua morte e ressurreição. Esta é a vitória que o faz nosso Redentor, digno de honra e adoração (Apocalipse 5:8-14).

Hoje, precisamos imitar os magos, que procuraram tão esforçadamente encontrar Jesus. Não podemos nos contentar com as crenças tradicionais, as doutrinas humanas, ou os dogmas das igrejas. Temos que examinar as Escrituras (Atos 17:11). Temos que aceitar o que é certo e rejeitar o que é errado (1 Tessalonicenses 5:21-22). Temos que estar certos de que Jesus veio a esta Terra uma vez, e que ele voltará para chamar-nos ao julgamento (Atos 17:30-31;  2 Coríntios 5:9-10).

Na época do Natal, quando muitas pessoas mostram uma religião superficial e falam sobre um Jesus desconhecido para elas, nós devemos lembrar que é possível ser só cristãos, seguidores de Jesus. Não devemos ensinar ou defender doutrinas de homens. Temos que simplesmente seguir a Jesus e encorajar outros a fazerem a mesma coisa. Que possamos adorar a Cristo de acordo com a vontade dele!

-por Dennis Allan

Publicado por: Alba Bloechliger | 15/11/2009

Estudo Sobre Maria

 A Bíblia fala pouquíssimo sobre Maria.

E nas poucas vezes em que é citada, o teor das mensagens objetivam sempre prestar esclarecimentos sobre a pessoa bendita de Jesus. E ensinam que é a Ele que nós devemos conhecer, e é para Ele que devemos nos voltar.

Esta inclusive é a única mensagem que a própria Maria nos deixou, através do único testemunho que deu, e que está registrado no Evangelho segundo S. João:

Jo 2.5 – “Sua mãe disse aos serventes: ” FAZEI TUDO QUANTO ELE VOS DISSER.”

Maria só é mencionada no Novo Testamento, em aproximadamente quarenta versículos:

 

  • 27 vezes, a mencionam apenas para relatar fatos sobre a geração, nascimento e infância de JESUS;
  • 8 vezes, para mencionar a família de JESUS;
  • 3 vezes, para narrar o primeiro milagre realizado por JESUS;
  • 2 vezes, para esclarecer sobre o seu amparo após a morte de JESUS.

    Portanto, as poucas menções que a Bíblia faz sobre Maria, estão diretamente relacionadas com a pessoa do Senhor Jesus.

  • Ele é quem é o personagem central da Bíblia, sendo mencionado nas páginas do Novo Testamento, cerca de 2.288 vezes, através dos títulos que evidenciam sua Divindade, sacrifício, ministérios que exerceu e exerce para nossa salvação, sua perfeita humanidade, morte vicária, soberania e sabedoria:

  • 1.170 vezes Ele é chamado pelo seu nome JESUS, que no grego significa SALVADOR;
  • 454 vezes Ele é chamado SENHOR;
  • 58 vezes, chamado MESTRE;
  • 318 vezes, chamada CRISTO, MESSIAS, ou UNGIDO DE DEUS;
  • 23 vezes, chamado SALVADOR;
  • 13 vezes, chamado SACERDOTE;
  • 118 vezes, chamado FILHO DE DEUS;
  • 11 vezes, chamado FILHO DE DAVI;
  • 85 vezes, FILHO DE HOMEM;
  • 32 vezes, CORDEIRO DE DEUS;
  • 6 vezes, chamado MEDIADOR.

    Fora dos Evangelhos, o nome de Maria só aparece uma única vez, no livro de Atos, juntamente com os nomes dos doze Apóstolos, e a menção a outros discípulos que os acompanhavam, inclusive os irmãos de Jesus (At 1.13,14). Ali está declarado que todos eles, após a ascensão de Jesus, ficaram juntos, morando no cenáculo em Jerusalém, onde perseveravam unânimes em oração, aguardando o derramamento do Espírito Santo, como o Senhor prometera (Lc 24.49; At 1.4).

    Comparando At 1.4 com 2.1-4, podemos entender que Maria foi alcançada pela grande bênção da descida do Espírito Santo, ocorrida no dia de Pentecostes.

    Também podemos entender que ela fez parte da Igreja primitiva (At 2.44).

    Entretanto, apesar do batismo com o Espírito Santo, após o qual, muitos milagres foram operados através dos Apóstolos, a Bíblia não registra porém, um só milagre que haja sido operado através de Maria, ou qualquer discurso que haja feito, ou qualquer pronunciamento do Senhor em seu benefício, que venha denotar superioridade espiritual da sua parte com relação aos demais membros da Igreja.

    as Epístolas, nenhuma vez o nome de Maria é mencionado.

    O seu nome não aparece de forma alguma, nem mesmo sob a égide de mãe de Jesus, ao contrário, na Epístola aos Hebreus está escrito que Ele não tem pai, nem mãe, porquanto é eterno (Hb 7.3).

    Isto porque as Epístolas foram escritas com a finalidade de doutrinar a Igreja e ensiná-la a viver em santificação e a adorar exclusivamente ao Senhor, pois segundo a Bíblia, Ele é o único digno de receber honra, glória, louvor e adoração (Ap 5.8-13). E neste particular, a Bíblia proíbe terminantemente aos fiéis de fazer qualquer adoração ou veneração a qualquer outro nome que não seja o nome excelso do Senhor Jesus.

    AS PRIMEIRAS EVIDÊNCIAS DE QUE JESUS É O MESSIAS

    A chegada do Messias foi revelada não só a Maria, José, Isabel e Zacarias, mas Deus cuidou que várias testemunhas tomassem conhecimento das boas- novas:

    Assim, Mateus narra que Deus enviou uma estrela para guiar uns magos que vieram do oriente para adorá-lo (Mt 2.1,2).

    Através dos magos, o rei Herodes, também tomou conhecimento e toda Jerusalém com ele (Mt 2.3), inclusive os Príncipes dos sacerdotes e os escribas (Mt 2.4-6). Prosseguindo os magos a sua viagem em busca do menino, a estrela guiou-os até a casa onde Ele se encontrava com a sua mãe. E a Bíblia diz que os magos ao verem Jesus, prostraram-se para adorá-lo (Mt 2.11).

    Observe-se aqui que nenhum gesto de reverência à mãe do menino está registrada. A adoração foi prestada unicamente ao Salvador.

    Lucas nos diz que o Anjo do Senhor anunciou a alguns pastores que estavam em vigília, pastoreando o rebanho (Lc 2.8-12), os quais viram também uma multidão de anjos que glorificavam a Deus pelo acontecimento (Lc 2 13-15).

    Os pastores creram na mensagem, foram até Belém e ali confirmaram o que lhes tinha sido dito pelos anjos, pois encontraram Maria, José, e o menino deitado na manjedoura (Lc 2.15-16).

    Assim, trataram também de divulgar o acontecimento a todos que os ouviam e todos se maravilhavam e glorificavam o nome do Senhor.

    E Maria, por sua vez, sendo de origem humilde (a sua família não é sequer citada no cânon sagrado), e casada com um simples carpinteiro, ao ver aquela manifestação de júbilo em torno do menino, a Bíblia diz que ela guardava todas essas coisas conferindo-as em seu coração (Lc 2.17-20), ou seja, tudo aquilo servia para ela como sinal confirmatório de que o seu filho era verdadeiramente o Messias.

    Outro sinal para Maria aconteceu quando o menino completou doze anos e foi com eles à Jerusalém, à festa da Páscoa (Lc 2.39-42).

    Ao regressarem à Nazaré, Maria e José não perceberam que o menino não os acompanhara, pois eram muitos os que voltavam, e eram conhecidos, e vinham aos grupos pela estrada.

    Só depois de um dia de viagem é que perceberam a sua ausência. Assim regressaram a Jerusalém, e três dias depois o encontraram no templo, assentado no meio dos doutores, que os ouviam e interrogavam, e se admiravam com a sua inteligência e respostas (Lc 2.43-47).

    Ali, pela primeira vez, Jesus declara a supremacia da sua filiação com Deus: quando foi inquirido pela sua mãe, pela preocupação que lhes tinha dado, respondeu-lhe:

    Por que é que me procuráveis? Não sabeis que me convém tratar dos negócios de meu Pai?” (Lc 2.49).

    A Segunda vez em que esta supremacia é declarada, foi nas bodas de Caná da Galiléia, onde Jesus manifestou a sua Glória pela primeira vez em Israel. O registro encontra-se no Evangelho segundo S. João.

    É interessante observar que o Apóstolo João não cita o nome de Maria, nenhuma vez, no Evangelho que escreveu. Nas três únicas narrativas em que é citada, ele a menciona apenas como a mãe de Jesus, sem nenhuma preocupação de dar a sua identificação pessoal (Jo 2.1,3,12; 6.42; 19.25-27).

    Isto porque não era a pessoa dela que precisava ser divulgada, mas sim, era a pessoa de Jesus que precisava ser levada ao conhecimento de toda humanidade, para salvação, conforme o próprio João esclarece no final do seu Evangelho: Jo 20.31 – ” Estes foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo tenhais vida em seu nome.”

    Esta é a mensagem central do Evangelho de João: apresentar Jesus como o Filho de Deus, o Cristo, o único que tem poder para ressuscitar mortos e conceder vida terna (Jo 6.38-40).

    Este poder Ele recebeu do Pai celestial (Jo 10.11,15,17,18).

    Tudo quanto fez, Ele o fez porque o Pai era com Ele.

    Nada foi herdado da carne (Jo 3.31), mas veio de Deus que estava nele e fazia as obras, para a Glória do seu nome (Jo 10.30-38; 14.9-13).

    Também nos seus discursos Ele falava o que o Pai mandava (Jo 48-50). Era o Verbo de Deus feito carne. E foi o seu lado Divino e a sua preexistência (Jo 1.1-3) que João evidenciou na biografia que escreveu.

    Por esta razão, ele não dissertou sobre o seu nascimento e a sua genealogia, e assim não precisou identificar a sua mãe. A primeira vez que a menciona é na narrativa das bodas de Caná da Galiléia, onde Jesus operou o seu primeiro milagre.

    O Primeiro Milagre de Jesus Assinala a Primeira Manifestação da Glória de Deus Marcando sua Volta à Terra

    Maria sabia que Jesus era o Messias.

    O anúncio dado pelo anjo Gabriel e a forma milagrosa como ela engravidou, não lhe deixavam dúvida.

    Também o regozijo de Isabel ao vê-la grávida, as manifestações de júbilo dos anjos no seu nascimento, os testemunhos de Simeão e Ana, dos magos, de João Batista, tudo eram evidências claras de que Ele realmente era o Ungido de Deus.

    Passaram-se, entretanto, cerca de trinta anos, sem que nenhuma manifestação de poder houvesse acontecido da parte dele.

    A primeira oportunidade para a manifestação da sua glória, surgiu durante umas bodas realizadas em Caná da Galiléia onde Maria e Jesus se encontravam como convidados (Jo 2.1,2).

    Como no ministério terrestre de Jesus, nada pode ter acontecido por acaso, Deus escolheu exatamente uma festa de casamento para realizar o seu primeiro milagre, porque um casamento lembrava a aliança firmada entre Deus e Israel, cujas bases eram solidificadas num pacto de fidelidade mútua, à semelhança de um pacto nupcial.

    Enquanto permanecia fiel à aliança feita com Deus, Israel era comparada a uma esposa, e Deus era o seu remidor (Is 43.l; compare com Rt 3.9; Ez 16.8), e a cumulava dos mais ricos presentes (Ez 16.7-14). Entretanto tais bênçãos estavam sempre vinculadas à estrita obediência à Lei (Ez 16.15-42).

    O vinho era um dos símbolos de bênçãos (Dt 7.13; 11.14; Pv 3.9,10; Is 65.8; Dt 32.14), e a sua falta significava maldição (Dt 28.39; Is 24.5-11; Os 2.8-12; Sf 1.13), em virtude do concerto que Deus havia firmado com eles, quando ficou estabelecido que a bênção ou a maldição lhes seriam dadas, como recompensa pela obediência ou desobediência aos seus juízos.

    A terra prometida era fértil (Nm 13.23,27), e com a bênção de Deus sobre ela, produziria frutos e vinho com abundância para Israel (Pv 3.9,10; Is 27.6).

    No segundo ano do êxodo, quando encontravam-se a três dias de distância de Canaã, à mandado do Senhor, Moisés enviou espias para observarem a terra que iriam conquistar. Era o período das primícias das uvas (Nm 13.20), e eles trouxeram do fruto para o apresentar a Israel. E era tão grande o cacho de uva, que foi necessário dois homens para transportá-lo numa vara sobre os ombros (Nm 13.23).

    Israel era a vinha que Deus plantara na terra (Is 5.7; 27.2-6), e Ele esperava que a sua vinha fosse fiel e produzisse justiça e juízo (Is 5.7).

    O relato Bíblico nos faz entender que esta foi a causa porque Deus firmou concerto com Abraão, porque viu nele fidelidade, e viu também que ele haveria de ordenar a seus filhos e à sua casa para que guardassem o caminho do Senhor, e praticassem o Juízo e a Justiça (Gn 17.1,2; 18.17-20; Ne 9.7,8), que é o que Deus exige de todo homem, porque o Juízo e a Justiça são a base do seu trono (Sl 97.2), e a terra e a sua plenitude lhe pertencem (Sl 89.11).

    Infelizmente, em todo o Velho Testamento encontramos notícias dos constantes desvios de Israel e dos insistentes apelos do Senhor para trazê-los de volta, através dos Profetas, que acusavam a nação de adultério e os chamavam de volta à prática da fidelidade a Deus.

    Entretanto eles só voltavam quando se viam em grandes apertos e não encontravam socorro em nenhum outro, e aí reconheciam que só o Senhor poderia socorrê-los (Os 2.7).

    Mas logo voltavam a serem infiéis, e acabaram invalidando a aliança com Deus. Israel acabou tornando-se uma vide estranha, uma planta degenerada (Is 1.21,22; Jr 2.21), pelo que o Senhor desceu sobre ela a maldição, expulsando os moradores da terra e tornando a terra em deserto (Is 5.5-7).

    O muito prevaricar foi a causa deles terem sido enviados para o cativeiro e invalidado o concerto com o Senhor (Jr 9.12-16 e 31.32).

    E aos que foram para o cativeiro, Deus lembrou-lhes através de Ezequiel, que a razão do castigo tinha sido os seus muitos adultérios ((Ez 16.32).

    A ida para o cativeiro significou uma terrível perda para Israel, pois além dos reinos de Israel e Judá terem sido destruídos, o concerto entre eles e Deus foi invalidado, e a Glória de Deus retirou-se do meio deles (Lm 2.16), e consequentemente as bênçãos prometidas.

    Mas pela sua fidelidade a Abraão, a Davi, e a Jerusalém, a cidade que elegeu para por nela o seu nome, o Senhor prometeu que enviaria o Messias para restaurar o reino (Zc 8.3) aos remanescentes de Israel (Is 6.5-9; 10.21,22; Rm 9.27).

    Regressaram após setenta anos de cativeiro, mas continuaram sob o jugo estrangeiro, porque a promessa de restauração da vinha, ou seja, a restauração do reino, estava vinculada à vinda do Messias, que como um renovo (Jr 33.14-16; 23.5-8), faria um novo concerto com Israel e os edificaria como uma nova vinha (Jr 3l.31; Is 4.2-6), que daria vinho novo, purificado (Is 25.6-9; 27.2-6; Jr 31.1-40). Porque eles serão purificados de toda sua maldade (Jr 33.6-8). As nações opressoras serão julgadas, e eles governarão o mundo, e terão abundância de paz e de prosperidade (Jr 33.4-16; Ez 36.16-36; Is 4.2-6).

    A restauração do reino significava o restabelecimento da aliança que havia sido firmada entre eles e Deus, no Monte Sinai, e o que é mais importante, significava também a volta da Glória de Deus (Is 40.5) para habitar em Jerusalém, quando Deus então estaria novamente desposando a Israel (Os 2.16,19,20).

    Portanto, a restauração do reino significava um novo pacto e um novo casamento entre Israel e Deus, e é por isto que o primeiro milagre de Jesus foi realizado numa festa de casamento (Jo 2.1-11), onde Ele inaugurou o seu ministério, pois Ele era o noivo que Israel esperava (Mc 2.19,20; Os 2.19,20), o Messias prometido (Jo 4.25,26), o Filho Unigênito de Deus (Jo 1.18; Mt 3.17; Jo 14.8-10), e a expressa imagem da sua Glória (Jo 1.14; 2 Co 4.4).

    Uma festa de casamento em Israel, durava em média sete dias. Durante este período de festejos, os convidados compareciam, uns após outros, sendo que, alguns entravam e saíam, novos chegavam, e outros permaneciam por mais tempo. E a todos, os noivos igualmente deveriam recepcionar, não podendo em hipótese alguma faltar o vinho, que era a bebida tradicional dos judeus, desde a conquista, porque era um dos principais produtos da terra.

    Mas exatamente naquela festa em que Jesus se encontrava, o vinho faltou. Com certeza isto também não foi acidental. Deus queria que ficasse registrado para a posteridade, a condição de pobreza a que ficou submetido o povo de Israel, depois que lhes tiraram o reino e eles foram entregues ao jugo de sucessivas nações estrangeiras, que os despojaram ao longo dos séculos, sendo que tudo isto lhes acontecia porque eles haviam invalidado o seu concerto com Deus.

    Mas eles criam na promessa do Messias, e o aguardavam para restaurar-lhes o reino e a prosperidade, já naquela época. Isto está demonstrado no fato de Maria ter comunicado a Jesus que faltou vinho. Ela sabia que Jesus era o Messias, e como o seu povo, ela também acreditava que seria naquela época a restauração do reino (At l.6, 14 ).

    Isto denota a condição espiritual do povo, pois eles não haviam entendido as predições das Escrituras que revelavam que o Messias, antes de restaurar o reino, iria primeiramente padecer para realizar a obra expiatória para o perdão dos pecados (Dn 9.24-26; Is 53.1-12; Zc 12.10; 13.6; 3.8,9).

    E o Senhor tinha consciência disto, quando respondeu a Maria que ainda não era chegada a sua hora, ou seja, ainda não era a época da restauração do reino, pois primeiro Ele teria que expiar os pecados do povo.

    Mas isto Maria não compreendia, e por isto esperava dele a solução para o problema da falta do vinho, pois uma das promessas ligadas à restauração do reino, é que Israel transbordaria de gozo, e teria vinho com abundância (Is 25.6; 62.8; 65.21; Jl 2.19, 24; 3.17, 18; Am 9.13-15).

    Entretanto, o Senhor fizera ver a Maria que a restauração do reino não seria um feito humano, mas o seu cumprimento seria realizado pelo próprio Deus, a quem Jesus estava transcendentemente unido em obediência, por laços filiais eternos, enquanto que, sua união filial com Maria, dizia respeito apenas ao corpo humano que o revestia, e nenhuma influência poderia ser exercida da parte dela, para a execução da obra que Jesus veio realizar.

    Isto está claramente implícito na expressão de Jesus: “Mulher, que tenho eu contigo?” (Jo 2.4). Com esta expressão, o Senhor estava lembrando a Maria a diferença existente entre ambos, e as implicações que essa diferença trazia no relacionamento entre os dois, com relação à sua obra:

    1º) Jesus é do céu (Jo 3.13, 31; 6.33,35,38, 51, 62);
    Maria era da terra (Lc 1.28; Gl 4.4);

    2º) Jesus é o Criador (Jo 1.3);
    Maria era criatura (Ap 5.13);

    3º) Jesus é o Senhor (Lc 1.43);
    Maria era serva (Lc 1.38,48);

    4º) Jesus é eterno (Jo 8.54-58);
    Maria era mortal (Jo 6.58; 1 Co 15.21,22);

    5º) Jesus é o Salvador (Lc 2.25-30);
    Maria era carente de salvação (Lc 1.46,47);

    6º) Jesus é o Filho Unigênito do Deus eterno (Lc 1.35; Mt 1.23; Jo 17.24);
    Maria era apenas a mãe do homem Jesus (Lc 1.31,33);

    7º) Como Filho do Deus eterno, Jesus era preexistente e imortal (Jo 1.1-4);
    Como filho de Maria, Jesus estava vestido de um corpo humano, mortal (Hb 2.9, 14, 15; Mt 2.13);

    8º) A filiação entre Jesus e o Pai eterno jamais terá fim (Jo 16.28; 13.3);
    A filiação entre Jesus e Maria, findou com a morte (Jo 6.63; 19.26-28);

    9º) Como Filho de Deus, Jesus tem todo poder nos céus e na terra (Mt 28.18);
    Como filho de Maria nenhum poder Jesus teria (Jo 5.19, 30; 8.28; 12.49; 14.10);

    10º)Jesus veio para realizar a obra Messiânica planejada pelo Pai (Lc 1.32, 33):
    Maria estava entre os que aguardavam o Messias (Lc 1.54, 55);

    11º)A Jesus tão somente cumpria realizar a vontade do Pai (Jo 4.32-34);
    A Maria tão somente cumpria guardar todas estas coisas, conferindo-as no seu coração (Lc 2.19; 51; 1.66).

    Entretanto, Jesus veio para ser uma bênção para toda família da terra, e nada o impedia de tirar o opróbrio dos noivos, suprindo a falta do vinho, e assim, Ele operou o seu primeiro milagre, transformando água em vinho, manifestando a sua Glória em Israel.

    Mas isto não significava em absoluto o início do reino messiânico, porque ainda não havia chegado a sua hora, ou seja, Jesus ainda iria para o Calvário, porque na sua primeira vinda, Ele veio como a semente da mulher para esmagar a cabeça da serpente e conceder-nos a vitória eterna.

  • A Semente da Mulher

    Nascer da semente da mulher, significava que o Messias nasceria sem concepção de homem. E como prova disto era necessário que Ele fosse gerado no ventre de uma virgem (Is 7.14).

    Mas a promessa dizia respeito a um reino mundial, que seria dado à descendência Davídica. Por isto era necessário também que a virgem fosse desposada com um descendente de Davi, uma vez que a descendência em Israel era transmitida pela casa paterna.

    É por isto que, apesar de Jesus ter sido gerado no ventre de Maria, sem concepção de homem (Mt 1.18; Lc 1.35), contudo na genealogia traçada por Lucas, o nome de Maria não figura, mas sim, o nome de José (Lc 3.23).

    Isto porque as linhagens eram traçadas pela descendência paterna, e embora ele não fosse o pai biológico, mas do ponto de vista jurídico, a filiação paterna de Jesus pertencia a José, que por escolha de Deus, era o marido de Maria (Mt 1.19-25; Lc 4.22; Jo l.45; 6.42).

    E a importância disto está em que, sendo Jesus o filho primogênito do casal (Mt 1.25), e sendo José da tribo de Judá e de descendência Davídica (Lc 1.27; Mt 1.20), através dele Jesus tornava-se legalmente herdeiro do trono de Davi (Lc 1.32; Is 9.7; 2 Cr 21.3), podendo portanto ser consagrado Rei dos Judeus (Lc 1.33). (Esta foi a causa da sua condenação – Lc 23.2,3).

    Portanto a Bíblia mostra que pelo casamento de Maria, Jesus tornou-se filho legítimo de José e consequentemente herdeiro do trono Davídico, ou o Messias prometido.

    Já com relação à genealogia de Maria, a Bíblia não faz nenhuma declaração direta sobre o assunto. Sabemos que pelo casamento, ela pertencia à tribo de Judá, porque toda mulher ao casar adquiria o nome do marido, e passava a fazer parte da linhagem dele (Is 4.1; Rt 1.1,2; 2.1; 4.13-17).

    Assim, sob o aspecto legal, Maria pertencia à linhagem de Davi, uma vez que era casada com um descendente Davídico. Isto está evidenciado em Lc 2.4,5, onde está declarado que José foi alistar-se em Belém porque era da casa e família de Davi (vs 4); e Maria foi alistar-se com ele, porque era sua mulher (vs 5).

    Grande parte dos eruditos afirmam que Maria também era de descendência Davídica, porque em Rm 1.3 está escrito que Jesus “nasceu da descendência de Davi segundo a carne”, e em At 2.30, Pedro relembra a promessa de Deus a Davi, que “do fruto de seus lombos, segundo a carne, levantaria o Cristo, para o assentar sobre o seu trono.”

    Entretanto, tais afirmativas eram sempre citadas para deixar claro que Jesus era o Messias prometido. E sob este aspecto, a primazia era dada a José, porque os judeus só reconheceriam a linhagem paterna para os efeitos da herança do trono.

    Mesmo que saibamos que o Reino Messiânico será instituído por Deus, não podemos esquecer que Ele vela para cumprir com a sua Palavra (Jr 1.12), e a palavra profética dada a Israel, é que o Messias se sentaria no trono de Davi.

    Desta maneira, ainda que Maria tenha sido descendente de Davi, este fato de nada valeria para tornar Jesus o Rei de Israel, pois a sucessão real era dada sempre pela linhagem paterna.

    Isto pode ser observado na genealogia apresentada por Mateus (Mt 1.1-16). Ali, embora figurem os nomes de algumas mulheres, sendo duas delas de nações gentílicas, como o caso da moabita Rute, e da cananita Raabe (Mt 1.5), contudo os filhos delas gerados foram contados na tribo de Judá, e isto porque era considerada apenas a linhagem paterna para efeito de descendência.

    Alguns eruditos sustentam que a genealogia de Jesus traçada por Lucas (Lc 3.23-38), refere-se à linhagem de Maria, que teria vindo do tronco de Natã, um dos filhos de Davi e de Bate-Seba. Afirmam eles que o Heli que é apresentado na referida genealogia, como sendo o pai de José, era na realidade o seu sogro, ou seja, o pai de Maria. Mas não há um só caso na Bíblia onde uma genealogia seja apresentada pela linhagem materna, uma vez que as genealogias apontam os cabeças de heranças, e estas são contadas nas linhagens paternas (veja Nm 27 1-11; 36.1-13).

    Por sermos da mesma opinião, transcrevemos abaixo, um parecer sobre a matéria, publicado na Enciclopédia O. S. Boyer, 8ª Edição, págs. 290 e 29l, Ed. Vida, escrito por Lord Hervey, reconhecido como uma das maiores autoridades sobre genealogia:

    “Ao examinar a genealogia de Mateus, para ver quando se rompeu a linha real de Judá, é claro que foi em Jeconias. Note-se, também, como o Senhor, pela boca de Jeremias, ordenou que esse rei fosse privado de filhos e que ninguém da sua semente se assentasse no trono de Davi, nem reinasse mais em Judá (Jr 22.30): Os homens depois de Jeconias, desprovidos de filhos, são os herdeiros mais próximos, como também os são em 1 Cr 3.17. Olhando novamente para as listas em Mateus e Lucas ficamos certos desta conclusão. Os dois nomes que seguem o de Jeconias, Salatiel e Zorobabel estão realmente transferidos da outra genealogia (de Lucas), na qual consta que o pai de Salatiel foi realmente Neri, da família de Natã. Torna-se certo, portanto, que Salatiel, da família de Natã, irmão de Salomão, se tornou herdeiro do trono de Davi quando falhou a linha de Salomão, na pessoa de Jeconias. Assim Salatiel e seus descendentes foram transferidos, como “filhos de Jeconias” para a táboa genealógica real, segundo a lei judaica . Vede Nm 17.8-ll. Depois as duas genealogias coincidem por duas, ou melhor, quatro gerações. Então aparecem seis nomes, em Mateus, que não se encontram em Lucas. A seguir as duas listas concordam no nome de Matã (Mt 1.15; Lc 3.24) a quem são atribuídos dois filhos diferentes, Jacó e Heli; mas somente um e o mesmo neto e herdeiro, José marido de Maria, o reputado pai de “Jesus, que se chama o Cristo.” A súmula do assunto, então, é que Lucas dá a táboa genealógica de Jesus Cristo, como filho legal de José, segundo Seu nascimento. Mas Mateus dá a lista dos herdeiros ao trono.”

    Infere-se daí que a importância da filiação terrena de Jesus, não estava só em Maria, mas principalmente em seu esposo José, dado a sua descendência Davídica.

    Maria reunia as qualidades que a qualificavam a ser a escolhida e agraciada por Deus, para que no seu ventre fosse gerado o Salvador do mundo, porque estava desposada com um descendente de Davi, e encontrava-se ainda no período que à luz do Direito Romano é chamado de esponsais, sendo portanto virgem.

    Na Bíblia, a noiva era algumas vezes chamada de esposa, em virtude do noivado ser regido por um pacto realizado entre as duas casas envolvidas, cujo selo correspondia a um dote que o noivo dava previamente à família da noiva, como uma compensação pela entrega da filha no tempo determinado (ver Gn 24.53; 29.18-21).

    Desta forma o noivado era insolúvel, e não se admitia traição por parte da noiva, sendo por isto que, apesar da Bíblia não estabelecer regras sobre noivados, estabelece contudo, sanções para violação à fidelidade devida pela noiva (Dt 22.23-27).

    Esta prática era costume em todo oriente próximo. E era também regida pelo Direito Romano, que chamava o período de noivado, de “esponsais”, sendo que durante este período, os noivos permaneciam nas casas dos seus pais e não era permitido contacto sexual entre ambos.

    Assim, através de Maria, Deus cumprira a promessa feita no Éden, de que Ele nasceria da semente da mulher(Gn 3.15); cumprira a profecia dada por Isaías, de que nasceria de uma virgem (Is 7.14); e através do seu casamento com José, cumprira também a profecia dada por Jacó (Gn 49.10), e ratificada ao longo da história de Israel, de que Ele nasceria da tribo de Judá, da descendência de Davi (Sl 60.7; l08.8; Is 11.1; At 13.23).

    Em Lc 1.46-55, vemos Maria glorificando ao Senhor, em agradecimento pela bem-aventurança de ter sido gerado no seu ventre o Salvador. Reconheceu que isto foi o cumprimento da promessa de Deus dada aos pais, por misericórdia demonstrada a Abraão e sua posteridade (Lc 1.54,55).

    Portanto nenhum mérito especial havia da parte dela (Lc 1.48). Apenas Deus estava cumprindo a sua promessa dada a Israel, de quem ela era descendente, juntamente com toda nação (Lc 1.55). Tudo foi um ato da graça de Deus (Lc 1.28-30). E Graça quer dizer: favor imerecido (Ef 2.5-9).

    De acordo com o que está escrito em Mt 1.25, Maria permaneceu virgem durante toda a sua gravidez.

    Entretanto, pelo que está declarado em Lc 2.21-24, podemos entender que Jesus nasceu através de um parto normal, e tendo sido o filho primogênito, foi Ele quem, segundo a linguagem Bíblica, rompeu a madre (compare: Ex 13.15; Lv 12.1-8; Lc 2.21-24). E se com o parto rompeu-se a madre, rompeu-se consequentemente, o hímen também, terminando assim a virgindade de Maria.

    E o resultado disto é que todos os quatro Evangelistas são unânimes em afirmar que José e Maria tiveram filhos (Mt 1.25; 12.46,47; 13.55,56; Mc 3.31,32; 6.3; Lc 8.19,20 Jo 2.12; 7.2-5; At 1.14; Gl 1.19). E esta era uma das causas porque os seus perseguidores não criam em Jesus: eles conheciam a sua família, conheciam seus pais e irmãos e irmãs, e por isto não aceitavam que Ele dissesse que veio dos céus (Mt 13.55,56; Jo 6.42).

    A Linhagem Filial de Maria

    Quanto à linhagem de nascimento de Maria, a Bíblia não esclarece diretamente, mas faz menção à sua parentela nos dois eventos principais da vinda de Jesus:

    1º) A primeira relação de parentesco com Maria, mencionada na Bíblia, foi citada pelo anjo Gabriel quando da anunciação (Lc 1.36), e diz respeito a Isabel, mãe de João Batista, sendo que alguns tradutores a chamam de “prima” de Maria, e outros de “parente”, sem mencionar a que grau.

    Esta declaração nos leva a compreender que nas veias de Maria, também corria sangue levita, uma vez que Isabel, sua parente, era descendente de Arão (Lc 1.5), e também casada com um sacerdote dos filhos de Arão (Lc 1.8,9; compare com Nm 16.40).

    Tal entendimento fica corroborado, no fato de Maria haver permanecido quase três meses na casa de Isabel (Lc 1.39,40,56). Isto significa que realmente havia um parentesco bem próximo entre ambas, e pela linhagem levita, uma vez que o pão servido nas casas dos sacerdotes era produto dos dízimos (Nm 18.23,24,31), e segundo a Lei, só os membros da sua família poderiam comer dele. Nenhum estranho poderia (Lv 22.10,11,13).

    Os filhos de Arão pertenciam à tribo de Levi pela descendência paterna, mas também tinham o sangue de Judá em suas veias, por parte de Eliseba, esposa de Arão (Ex 6.23). Ela pertencia à tribo de Judá, pois era filha de Aminadabe e irmã de Naassom, o Príncipe dos filhos de Judá (Ex 6.23; compare com Nm 1.7; 2.3; 1 Cr 2.l0,ll), o qual deu início à Genealogia da família real Davídica (Rt 4.19-22).

    Vemos nisto a providência do Altíssimo que no seu zelo e infinita sabedoria, unificou os sangues das duas famílias que Ele separou para servi-lo, pois sobre Arão repousava a primazia do sacerdócio (Ex 40.15; 25.13;Nm 3.10; Nm 16.40), e sobre Davi a primazia do reino político (Sl 78.70-72; Jr 33.25,26).

    Desta maneira, tendo Maria laços de sangue com os filhos de Arão, tinha consequentemente laços de sangue também com os filhos de Judá, em razão da herança deixada por Eliseba, esposa de Arão. E assim, o fruto do seu ventre já trazia na sua carne o direito natural de herança sobre o sacerdócio e sobre o reino Davídico.

    2º) A segunda relação de parentesco com Maria, mencionada na Bíblia, é narrada por João no relato sobre a crucificação: Jo 19.25 – “E junto à cruz de Jesus estava sua mãe, e a irmã de sua mãe, Maria de Cleofas, e Maria Madalena”.

    O versículo acima, por si só, tem trazido uma certa dificuldade de interpretação, devido à própria construção da frase, que deixa dúvida se a irmã de Maria seria Maria de Cleofas, ou se seria uma outra pessoa cujo nome não está mencionado no texto.

    Por isto fizemos um estudo comparativo junto aos Evangelhos, na tentativa de identificarmos as mulheres que realmente estavam junto à cruz:

    Mateus e Marcos citam o nome de três:

    Segundo Mateus, estiveram presentes à crucificação: Maria Madalena; Maria, mãe de Tiago e de José; e a mãe dos filho de Zebedeu (Mt 27.56).

    Marcos citou: Maria Madalena; Maria, mãe de Tiago, o menor, e de José; e Salomé (Mc 15.40).

    Fazendo um paralelo entre as duas narrativas, e considerando que se tratavam das mesmas pessoas, podemos identificá-las da seguinte forma:

    Maria Madalena; Maria, mãe de Tiago, o menor, e de José; e Salomé, mãe dos filhos de Zebedeu.

    Temos então duas Marias, e Salomé. E Mateus deixa claro o entendimento de que, dentre as pessoas ligadas ao Senhor, haviam apenas duas mulheres com o nome de Maria, que estiveram presentes na crucificação, e como testemunhas da ressurreição (Mt 27.56, 61 e 28.l).

    No relato de João, conforme já vimos (Jo 19.25), consta a mãe de Jesus, além de duas Marias, e mais uma irmã da mãe de Jesus. Portanto, aqui também temos duas Marias (além da mãe de Jesus, cujo nome não aparece), sendo que uma delas é Maria Madalena, que é citada nos três Evangelhos.

    Infere-se daí que a outra Maria é a mãe de Tiago o menor, e de José, segundo Mateus e Marcos, a qual , no Evangelho de João é chamada de Maria de Cleofas.

    Como entre os apóstolos existem dois Tiagos, sendo um deles, irmão de João e filho de Zebedeu, e o outro, filho de Alfeu, e como no paralelo feito entre Mateus e Marcos, Tiago o menor, não é o filho de Zebedeu, podemos deduzir que ele seria o filho de Alfeu.

    Temos daí que, Maria, mãe de Tiago o menor, e de José, é a esposa de Alfeu, que no Evangelho segundo João, recebe o nome de Maria de Cleofas, razão porque alguns eruditos imaginam que os nomes Alfeu e Cleofas, são apelativos do mesmo nome, ou seja, são a mesma pessoa; enquanto outros imaginam que Cleofas seria o sogro de Alfeu, isto é, o pai de Maria, mãe de Tiago o menor e de José.

    De uma forma ou de outra, o que importa é que já podemos identificar as duas Marias citadas em João: uma é Maria Madalena, e a outra é Maria, mãe de Tiago, o menor, e de José, esposa de Alfeu ou Cleofas.

    Assim sendo, das quatro mulheres que se encontravam próximas à cruz, uma era a mãe de Jesus, outra era Maria Madalena , e outra, Maria de Cleofas. Resta apenas identificarmos aquela citada por João, como sendo a irmã da mãe de Jesus. Alguns eruditos entendem que João menciona apenas três mulheres, pois acham que a irmã da mãe de Jesus e Maria de Cleofas, sejam a mesma pessoa. Entretanto, como Mateus e Marcos citam três mulheres, não há razão para não crermos que as três se juntaram à mãe de Jesus e tenham se aproximado da cruz juntamente com João.

    Desta maneira, considerando que as três mulheres mencionadas por João, são as mesmas citadas por Mateus e por Marcos, podemos afirmar que a irmã da mãe de Jesus era Salomé, a mãe dos filhos de Zebedeu (Tiago e João).

    Desta forma, podemos afirmar ainda, que João e Tiago eram primos de Jesus. E deve ter sido exatamente por causa do vínculo familiar, que a mãe deles achou-se no direito de pedir a Jesus que os seus filhos se sentassem um à direita e outro à esquerda do seu trono, no reino (Mt 20.20-28; Mc 10.32-45). E deve ter sido também , pela mesma razão do parentesco que Jesus entregou a João a responsabilidade de cuidar de Maria, após a sua morte, uma vez que os irmãos de Jesus ainda não criam nele (Jo 7.5), muito embora, após a sua ressurreição passaram a crer e se integraram na obra (At 1.14).

    É interessante observar que João é o único evangelista que cita a audiência de Jesus com Anás, antigo sumo sacerdote, e menciona um discípulo que não diz o nome, o qual era conhecido do sumo sacerdote e por isto teve acesso à sua sala, durante o interrogatório (Jo 18.13-15).

    Quem era aquele discípulo, e de onde o conhecimento com o sumo sacerdote?

    Pela riqueza de detalhes com que João narra os acontecimentos ocorridos dentro da sala (Jo 18.19-24), e considerando que nenhum outro evangelista narra esse episódio, só podemos imaginar que o discípulo em questão era o próprio João.

    E uma vez que entendemos ser ele primo de Jesus, e que a mãe de Jesus era parente de Isabel que por sua vez pertencia à família sacerdotal, podemos imaginar que ele também tivesse algum parentesco com o sumo sacerdote, apesar de ser um simples pescador da Galiléia.
    v Portanto, tudo vem fortalecer o entendimento de que Maria e sua parentela, tinham sangue levita, e nesta hipótese, também tinham sangue judeu, em virtude do casamento de Arão com a judia Eliseba.

    Entretanto, este é um lado da herança de sangue de Maria. Não sabemos se do lado paterno ou materno. Mas o que sabemos é suficiente para entendermos que Jesus tinha sangue judeu da parte de Maria, e era legalmente judeu da parte de José, cumprindo assim as profecias de que o Messias viria da tribo de Judá. Mas ao mesmo tempo, a herança genética de Arão dava-lhe o direito perante o Altíssimo, em virtude do rigor da sua palavra, de ser o nosso Sumo Sacerdote.

    Contudo, tudo isto vinha apenas preencher as formalidades humanas, porque Jesus era superior a tudo, porquanto era o Filho de Deus, eterno, anterior a Maria (Jo 3.13; Hb 7.3); anterior a Davi (At 2.34,35); anterior a Abraão (Jo 8.58). E é por isto que o autor da Epístola aos Hebreus pôde dizer:

    Hb 6.17 -“Pelo que, querendo Deus mostrar mais abundantemente a imutabilidade do seu conselho aos herdeiros da promessa, se interpôs com juramento;” .18 – “Para que por duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que minta, tenhamos a firma consolação, nós, os que pomos o nosso refúgio em reter a esperança proposta;”

    .19 – “A qual temos como âncora da alma segura e firme, e que penetra até ao interior do véu,”

    .20 – “Onde Jesus, nosso precursor, entrou por nós, feito eternamente sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque”

    Hb 7.l -“Porque este Melquisedeque, que era rei de Salem, sacerdote do Deus Altíssimo, e que saiu ao encontro de Abraão quando ele regressava da matança dos reis, e o abençoou;”

    .2 – “À quem também Abraão deu o dízimo de tudo, e primeiramente é, por interpretação, rei de justiça, e depois também rei de Salem, que é rei de paz;”

    .3 – “Sem pai, sem mãe, sem genealogia, não tendo princípio de dias nem fim de vida, mas sendo feito semelhante ao Filho de Deus, permanece sacerdote para sempre.”

    Minha Fonte: www.adcandel.com.br

    Publicado por: Alba Bloechliger | 26/10/2009

    PORQUE NÃO SOU MAIS ESPÍRITA

    O Espiritismo
     
    Porque não sou mais espírita
    Por: Maurício Carlos da Silva Braga

    O testemunho de alguém que encontrou o evangelho segundo a Bíblia.

    “E, como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo depois o juízo, assim também Cristo, oferecendo-se uma só vez para levar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para salvação”. Hebreus 9: 27, 28.

    “No inicio de meus estudos da Bíblia, ao me deparar pela primeira vez com esse texto bíblico, fiquei muito pensativo, tentando encontrar uma interpretação que sintonizasse a doutrina espírita com a Bíblia, mas, decepcionado e perplexo, descobri que esse conflito era intransponível. A assertiva era muito taxativa: “aos homens está ordenado morrerem uma só vez” Não há brechas ou interpretações: morrer uma só vez! É incabível, portanto, a teoria da reencarnação, que pressupões inúmeras mortes do homem.”

    Por mais de 16 anos, o advogado Maurício Braga freqüentou uma instituição espírita. Tornou-se um instrutor da doutrina.
    Um dia, precisando de subsídios para suas aulas religiosas, buscou a ajuda de alguém que realmente conhecia a Bíblia.
    Resultado: ele encontrou a Cristo nas páginas sagradas da Palavra de Deus e hoje é um cristão dedicado a pregar o evangelho aos seus ex-irmãos da fé.
    Aqui, ele dá o seu testemunho e mostra as crenças e os equívocos fundamentais do espiritismo. O testemunho, não é um ataque desrespeitoso, é acima de tudo, um convite amigável para um estudo sério da Bíblia e um posicionamento diante da verdade eterna. “A Bíblia contém a verdade divina, lógica e imutável”, diz Maurício. Confira você mesmo o evangelho original.

    => Porque não sou mais espírita
    Por: Maurício Carlos da Silva Braga
    A busca do Conhecimento

    Ao longo demais de dezesseis anos, eu freqüentei uma instituição espírita chamada Seara Bendita, de linha kardecista (seu iniciador foi Allan Kardec). O kardecismo difere de outras linhas da umbanda e quimbanda. Embora essas denominações também creiam que os espíritos sejam pessoas desencarnadas, elas tem atuação e objetivos diferenciados e possuem alguns tipos de cerimônia ou rituais o que o kardecismo não tem. No kardecismo há uma preocupação muito grande com o estudo do livro “O Evangelho Segundo o Espiritismo” , assim como a doutrina espírita, codificada em uma serie de livros, todos, de acordo com o espiritismo, “ditados por espíritos” a Allan kardec (e outros).

    Comecei a frequentar a referida instituição porque entendi, num primeiro momento, que era uma doutrina baseada na Bíblia. As palestras abordavam bastante os evangelhos (embora sob a interpretação do espiritismo), assim como “o mundo dos espíritos” , dentro de uma ótica de aparente “justiça divina”.

    Fiz diversos cursos de estudo da doutrina e, nos últimos três anos, já estava sendo expositor, ou seja, dando aulas. A aula era composta de duas partes: a primeira (de uns vinte minutos) era a parte evangélica, que tinha como base o livro “O Evangelho Segundo o Espiritismo”; e a segunda (de uns quarentas minutos) era a parte doutrinaria que abordava toda a explicação do que e o espiritismo, suas características e aspectos, fundamentando-se nas centenas de livros “psicografados” por dezenas de médiuns.

    Ao longo daqueles dezesseis anos, aprendi na instituição espírita e ensinava aos freqüentadores dos cursos o seguinte:

    1. As encarnações e reencarnações teriam por escopo o burilamento do ser humano ao longo dos séculos. A cada reencarnação aprenderíamos um pouco mais, nascendo ora como homem, ora como mulher, ricos e pobres, dotados de maiores ou menores recursos de inteligência e situação socioeconômica, com possibilidades variadas, enfim, caminhando dessa forma, em direção ao aprimoramento de nosso espírito, que seria nossa real essência e corpo, ate atingir a perfeição.

    2. Viveríamos em estados e mundos diferentes. O mundo espiritual seria composto de esferas diversas, de acordo com padrões vibracionais e estágios diferenciados de elevação ou atraso espiritual.

    3. Pela “lei do carma” (causa e efeito), sempre que tinhamos um problema ou passávamos por sofrimentos, na verdade, estávamos resgatando, na maior parte das vezes, um mal cometido em vidas passadas.

    4. O espiritismo seria o “Consolador” prometido por Jesus (João 14:16)

    Pois bem, no inicio de 2000, fui designado para ministrar aulas da parte evangélica e senti que elaborar os ensinamentos apenas com base no livro O Evangelho Segundo o Espiritismo estava sendo insuficiente. Tentei robustecer as explicações com os textos da Bíblia, mas tive um pouco de dificuldade de entender, por causa da sua linguagem, que me parecia um tanto complexa.

    Procurei então o auxilio de alguns expositores mais antigos da instituição espírita (não obstante o fato de que eu já contava com 16 anos de casa). Mas, com surpresa, constatei que nenhum deles tinha conhecimento da Bíblia, ate porque, no seu próprio dizer, não tinham o habito de lê-la e estudá-la. Estudavam apenas o livro O Evangelho Segundo o Espiritismo.

    Na época, eu sabia que meu irmão Mauro Braga, era um profundo estudioso da Bíblia havia quatro anos, pelo menos. Contatei-o para que me indicasse alguém que pudesse me dar estudos bíblicos. Ele indicou um amigo e irmão da fé, Moises, que passou a me dar estudos bíblicos na minha casa. Isso durou uns quarenta dias. Depois, comecei a freqüentar a classe bíblica da Igreja Adventista do Tatuapé, onde meu próprio irmão Mauro Braga dava aulas, como o faz ate hoje. Trata-se de uma classe bíblica, onde ocorre o estudo da Palavra de Deus toda quarta-feira, das 08 as 09 horas, ao longo do ano inteiro.

    Deixei muito claro, desde o inicio, que queria estudos bíblicos com o objetivo aberto e determinado de enriquecer minhas aulas na instituição espírita Seara Bendita, com o que Moises e Mauro concordaram. E importante frisar que eu me encontrava satisfeito e plenamente convicto do espiritismo. Ou seja, não estava em busca de alguma verdade nova ou algo que pudesse preencher qualquer vazio em mim. Meu interesse era apenas completar minhas aulas.

    Pois bem, desde os primeiros estudos da Bíblia, sempre escutei atento e em silencio, não apenas para evitar entrar em polemicas ou questionamentos,mas também porque queria estar afastado de qualquer conceito preconcebido. Tinha, com efeito, a intenção sincera de ouvir, refletir e aprender, antes de pretender discordar de alguma interpretação que destoasse dos fundamentos espíritas.

    No entanto, após dois meses de aulas, comecei a perceber conflitos entre os textos bíblicos e os ensinamentos da doutrina espírita. Isso nada tinha haver com interpretação, mas com a própria essência dos princípios. Sentia-me um tanto desconfortável, pois era difícil compreender e aceitar a existência de tais conflitos. Afinal, não e fácil abalar convicções formadas ao longo de dezesseis anos, calcadas na certeza da plena sintonia entre o espiritismo e a Bíblia.

    A principio, tentei me convencer de que a Bíblia teria uma linguagem figurada, agora complementada ou explicada pela doutrina espírita. No entanto, as divergências, como eu disse, atingiam o fundamento, o cerne, não comportando interpretações, mas apresentando conceitos opostos. O que estaria certo?

    Tive de refletir bastante para chegar a seguinte conclusão: se a doutrina espírita estava alicerçada na Bíblia, então ao derrubar a vigência das palavras da Bíblia como fundamento da doutrina, isso derrubaria a própria doutrina. Seria como se tirasse o chao de onde a casa estava construída. Já a recíproca não era verdadeira, ou seja, renegar a doutrina espírita não implicava em abater a Bíblia,mas, ao contrario, dar-lhe a perfeita aplicação.

    O aprofundamento do estudo da Bíblia me trazia uma clareza de fundamentos lógicos muito fortes, um encadeamento perfeito dos planos e da justiça de Deus, plenamente delineados por meio das profecias, que aniquilam a possibilidade da tese espírita.

    Alem disso, se mais de 95% das profecias já haviam se tornado realidade, com provas cientificas, por que os últimos 5% também não se realizariam? E, como veremos adiante, a realização dos últimos 5% acaba de fulminar irremediavelmente a doutrina espírita.

    Convido você para estudarmos juntos a Palavra de Deus e chegarmos a conclusão de onde esta a verdade.

    Confronto Com a Bíblia

    A doutrina espírita esta fundamentada em cinco princípios:

    1) Reencarnação

    2) Estado do homem após a morte

    3) Lei do carma

    4) Médiuns

    5) Evolução

    Creio que o melhor método e seguirmos os princípios básicos do espiritismo para confrontá-los com os textos bíblicos Se os conceitos primordiais da doutrina espírita não encontrarem base bíblica, principalmente no que tangem aos ensinamentos de Jesus, então tal doutrina não tem como provir de Deus.

    Reencarnação

    De acordo com a doutrina espírita, o espírito do homem seria imortal e a desencarnação seria o desprendimento do espírito de seu corpo. Para o espiritismo, o corpo se decompõe, enquanto o espírito se dirige as esferas do plano espiritual que sejam adequadas ao seu estagio atual de desenvolvimento. Nessas esferas vibracionais, o espírito passaria um período mais ou menos curto, de acordo com a necessidade de aprendizado e preparação de sua nova encarnação. O objetivo das reencarnações seria promover o burilamento do espírito, que, com as experiências de varias vidas, iria evoluindo ate atingia a perfeição.

    Logo de inicio, em Gênesis, surge a primeira grande controvérsia, não somente do espiritismo mas do próprio Universo. No inicio da criação, em dialogo com o homem, Deus disse “De toda arvore do jardim comeras livremente, mas da arvore do conhecimento do bem e do mal não comeras; porque, no dia em que dela comeres, certamente morreras” Gn. 2:17
    Em seguida, referindo-se a esse mesmo dialogo, Satanás disse: “E certo que não morrereis.” Gn. 3:4

    Ora, se Deus afirma que certamente (e não provavelmente) morreremos, quem pode contestar essa certeza? Mas a pedra fundamental do espiritismo é de que não morreremos, mas apenas desencarnaremos. Continuaremos vivos, encarnando e desencarnando, indefinidamente, até atingirmos a perfeição!

    Aqui devemos ressaltar que a perfeição é um atributo exclusivo de Deus. E não se diga que o termo “perfeição empregado pelo espiritismo é relativo ou figurado, pois não existe perfeição parcial. Ou é ou não é perfeição.

    Há então, como claramente podemos ver, um sério conflito entre o que o espiritismo prega e as palavras proferidas no principio por Deus. A afirmação “não morrereis” contém o princípio da imortalidade da alma.

    Em Ezequiel 18:4, a Palavra do Senhor adverte que “a alma que pecar essa morrerá”.
    Note-se que o profeta não se refere ao corpo físico, mas especifica expressamente a alma, definindo-a como mortal.

    Quem é imortal então? De acordo com a Bíblia, só Deus é imortal. Paulo diz, em I Timóteo 6:15 e 16, que Deus é “o Único que possui imortalidade”.

    Hebreus 9: 27 e 28 é ainda mais contundente, quando trata do sacrifício de Jesus, dizendo que, de uma só vez, com Sua morte, Ele pagou por nossos pecados: “E, como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo depois o juízo, assim também Cristo, oferecendo-se uma só vez para levar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para salvação”.

    No inicio de meus estudos da Bíblia, ao me deparar pela primeira vez com esse texto bíblico, fiquei muito pensativo, tentando encontrar uma interpretação que sintonizasse a doutrina espírita com a Bíblia, mas, decepcionado e perplexo, descobri que esse conflito era intransponível. A assertiva era muito taxativa: “aos homens está ordenado morrerem uma só vez” Não há brechas ou interpretações: morrer uma só vez! É incabível, portanto, a teoria da reencarnação, que pressupões inúmeras mortes do homem.

    Pior ainda, para essa teoria, quando analisamos a continuação do versículo: “vindo, depois disso, o juízo”. Ora, como ampla e detalhadamente explicado na Bíblia, se após uma única morte há um único juízo (em três fases), que definirá o destino de todas as pessoas, então como se coadunar a tese de múltiplas mortes e reencarnações, até que o espírito atinja a perfeição?

    Pela doutrina espírita, não há uma só morte, mas várias e indefinidas, assim como não há um só juízo, mas vários, de certa forma, já que após cada desencarnação há uma definição do novo destino ou da nova vida que o espírito vai seguir em direção a uma almejada perfeição.

    A prevalecer tal entendimento, o ensino bíblico é praticamente inutilizado, do mesmo modo que o próprio sacrifício de Jesus é anulado. Como explicar a promessa de Jesus de que voltará uma segunda vez para resgatar os justos vivos e mortos?

    Se a própria pessoa pudesse pagar por seus pecados (através do “resgate”, ou lei do carma, em novas reencarnações), como sugere o espiritismo, e se por suas obras crescesse até adquirir o direito ao convívio com Deus por atingir a perfeição, então Jesus, de acordo com essa tese, não quitou nossos pecados com Sua morte na cruz, não é nosso intercessor único junto ao Pai e não virá nos buscar no dia da execução do juízo, até porque nem juízo final haveria.

    Se a tese do espiritismo pudesse prevalecer, o santuário terrestre e, principalmente, o celeste (imprescindível estudar esse assunto na Bíblia), com todo o seu profundo significado de sacrifício de um ser inocente e puro (Jesus) para saldar os pecados do homem (preconizando a primeira vinda de Jesus), viraria uma “história de mentira”.

    Quem estudar a Bíblia verá com seus próprios olhos a profundidade, a verdade e a benção contidas nos rituais do antigo santuário terrestre, criado por ordem expressa de Deus em benefício da salvação do ser humano, como prenuncio de que só através de Jesus encontraremos o perdão dos nossos pecados.

    Há ainda a promessa de Jesus de que ressuscitará os crentes no “último dia” (João 6:54), deixando claro e expresso que haverá ressurreição e não reencarnação, bem como que haverá um “último dia”, um ponto final em uma única existência. Isso novamente lança por terra a possibilidade de reencarnações até as perfeição.

    Uma vez mais, entre tantas, Jesus é explícito: “Não vos maravilheis disto, porque vem a hora em que todos os que se acham nos túmulos ouvirão a sua voz e sairão: os que tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida; e os que tiverem praticado o mal, para a ressurreição do juízo” João 5:29

    Denota-se, com profunda ênfase, que haverá apenas uma ressurreição e apenas um juízo para cada pessoa. É importante frisar que esses são ensinamentos do próprio Jesus Cristo, que se encadeiam com todo o plano de salvação revelado na Bíblia. Daí a evidência da farsa do espiritismo e sua premeditada, sutil e ardilosa intenção de desviar-nos do plano de salvação engendrado para nós por nosso Criador. Mais adiante veremos o que está escondido por trás dessa tragédia.

    E a morte, o que é então? Diz Eclesiastes 12:7: “e o pó volte para a terra como o era, e o espírito volte a Deus que o deu.”

    O corpo volta ao pó, e o fôlego da vida retorna a Deus. O Criador apenas retira da pessoa a vida que lhe havia emprestado ao nascer.

    Tomemos uma lâmpada perfeita, pronta para iluminar, como exemplo. Quando a eletricidade (energia) chega a ela, produz luz. Desliguemos a corrente. O que acontece? A lâmpada se apaga, pois ela não tem luz própria. Para onde foi a luz? Apagou-se. Não existe mais. A energia voltou a usina geradora e a lâmpada vira um corpo inerte.

    Pois bem, o ser humano (alma) é como a lâmpada. Ele precisa de energia divina, ou seja, o fôlego da vida para torná-lo alma (pessoa) vivente. Se essa energia é cortada, ele morre. A luz se apaga. A alma vivente perece, não existe mais. O princípio luminoso voltou à grande Usina Geradora, que é Deus (“e o espírito volte a Deus, que o deu”).

    Estado do homem após a morte

    Após a morte, segundo a doutrina espírita, o espírito permaneceria num estado chamado de “erraticidade”, onde ele ficaria imantado ao local ou esfera compatível com seu estado de evolução. Tal doutrina ensina que existiriam, no plano espiritual, cidades compostas de estruturas próprias e características para abrigar tais espíritos desencarnados, que se preparam para as novas encarnações. De acordo com sua necessidade de aprendizado e crescimento espiritual, receberiam programações de vida, genes, potencialidades, enfim, para suportar as provas e expiações por que teriam de atravessar em sua próxima vida (encarnação).
    Vejamos o que a Bíblia diz acerca do que fazem ou sabem os mortos:
    “Pois os vivos sabem que morrerão, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco têm eles daí em diante recompensa; porque a sua memória ficou entregue ao esquecimento. Tanto o seu amor como o seu ódio e a sua inveja já pereceram; nem têm eles daí em diante parte para sempre em coisa alguma do que se faz debaixo do sol.” Ec. 9: 5-6

    “Os mortos não louvam ao Senhor, nem os que descem ao silêncio;” Sl. 115:17
    A elucidação bíblica é diametralmente oposta à doutrina espírita. Os mortos não sabem coisa alguma e não ficam aguardando reencarnações. Eles tão-somente aguardam o dia da execução do juízo, quando ressuscitarão para a vida ou para a condenação.
    “Porque, se os mortos não são ressuscitados, também Cristo não foi ressuscitado. E, se Cristo não foi ressuscitado, é vã a vossa fé, e ainda estais nos vossos pecados. Logo, também os que dormiram em Cristo estão perdidos. ICo 15:16-18
    Aqui podemos constatar claramente que a tese da reencarnação não encontra base bíblica, mas ao contrário, contestação bíblica.
    A Palavra de Deus expressa que Cristo ressuscitou,
    e não que “reencarnou”. E ressuscitou para voltar uma segunda vez, com o objetivo de resgatar, buscar os justos vivos e mortos, como revela a Bíblia.
    Essa passagem bíblica pode explicar aos que não acreditam que, se não fosse possível a ressurreição dos mortos quando da volta de Jesus, também não seria possível crer na possibilidade da nossa salvação ou daqueles que morreram acreditando nessa verdade.
    O princípio da “reencarnação” traz em seu interior a negação da verdade cristocêntrica. Este talvez seja o seu maior e mais disfarçado perigo: pregar que o ser humano não precisa de Cristo para se salvar, mas apenas de si próprio; que ele, por meio das suas próprias obras, pode evoluir e chegar à perfeição; que Cristo não resgatou nossos pecados, mas o próprio homem os resgata através das suas reencarnações; que Cristo não é o caminho, a verdade e a vida, mas sim as reencarnações o são!

    Lei do Carma

    De acordo com a lei do carma, também chamada de “causa e efeito”, todas as nossas ações ficariam como que gravadas em nossa “ficha espiritual”, de forma que tudo o que passamos em nossa vida atual seria resultado, direto ou indireto, de nossas ações em supostas vidas anteriores. Nossas más atitudes gerariam conseqüências que deveriam ser resgatadas. Exemplo: se um ser humano têm deficiência em uma das mãos, seria provável conseqüência de mau uso de sua mão em vida anterior.
    É de se crer que um assunto tão importante e decisivo em nossa vida deveria ser objeto de abordagem na Bíblia, até como forma de consolação para suportarmos nossas mazelas. E, com efeito, o é, só que em sentido oposto, contrariando a lei do carma preconizada pelo espiritismo.
    Lemos em João 9:1-3 “E passando Jesus, viu um homem cego de nascença. Perguntaram-lhe os seus discípulos: Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego? Respondeu Jesus: Nem ele pecou nem seus pais; mas foi para que nele se manifestem as obras de Deus.”
    Ora, esta seria uma grande oportunidade para Jesus confirmar que a cegueira de nascença daquele homem teria sido imposta por Deus como conseqüência de atos anteriores dele próprio, até porque, aparentemente, não há causa para tal mal, já que veio desde seu nascimento. No entanto, Jesus deixa claro que o inocente pode ser atingido pelo pecado, sim, mas não por uma determinação de Deus.
    Romanos 5:12 “Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porquanto todos pecaram.”
    Deus perdoa o pecado mas não elimina suas conseqüências.
    Êxodo 34:7 “que usa de beneficência com milhares; que perdoa a iniqüidade, a transgressão e o pecado; que de maneira alguma terá por inocente o culpado; que visita a iniqüidade dos pais sobre os filhos e sobre os filhos dos filhos até a terceira e quarta geração.”
    Gálatas 6:7 “Não vos enganeis; Deus não se deixa escarnecer; pois tudo o que o homem semear, isso também ceifará.”
    Os males são conseqüência do pecado e Deus apenas não interfere, porque Ele marcou um dia em que vai intervir definitivamente e decisivamente: o dia do juízo final.

    Médiuns

    O que seriam os médiuns, segundo o espiritismo?
    Seriam os intermediários entre os espíritos desencarnados e as pessoas.
    Pela doutrina espírita, todos seríamos médiuns, cada qual com seu dom, cujo estado de desenvolvimento seria diversificado. As pessoas serviriam para intermediação de espíritos diversos. O espiritismo chega a dizer que há quase uma necessidade, em certos casos, de “desenvolver” esses dons ou essa mediunidade, mediante o estudo e o trabalho nas casas espíritas.
    Partindo da premissa que a atuação dos médiuns serviria para interpretar ou traduzir o que os espíritos nos têm a transmitir, e na hipótese de que complementassem, explicassem, esclarecessem as mensagens celestes, lembrassem os ensinamentos do Mestre Jesus, obviamente deviam receber toda benção divina e ter um tratamento específico na Bíblia.
    Outra vez, assim ocorre. Realmente, os médiuns têm um tratamento específico na Bíblia. Note que em algumas versões a palavra “necromante” é traduzida como “médium”.
    Levítico 19:31 ”Não vos voltareis para os que consultam os mortos nem para os feiticeiros; não os busqueis para não ficardes contaminados por eles. Eu sou o Senhor vosso Deus.”
    Levítico 20:6 “Quanto àquele que se voltar para os que consultam os mortos e para os feiticeiros, prostituindo-se após eles, porei o meu rosto contra aquele homem, e o extirparei do meio do seu povo.”
    Levítico 20:6 “O homem ou mulher que consultar os mortos ou for feiticeiro, certamente será morto. Serão apedrejados, e o seu sangue será sobre eles.”
    Deuteronômio 18: 10-12 “Não se achará no meio de ti quem faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro, nem encantador, nem quem consulte um espírito adivinhador, nem mágico, nem quem consulte os mortos; pois todo aquele que faz estas coisas é abominável ao Senhor, e é por causa destas abominações que o Senhor teu Deus os lança fora de diante de ti.”
    Isaías 8:19 ” Quando vos disserem: Consultai os que têm espíritos familiares e os feiticeiros, que chilreiam e murmuram, respondei: Acaso não consultará um povo a seu Deus? acaso a favor dos vivos consultará os mortos?”
    Como claramente se pode depreender, se Deus abomina os médiuns dessa forma, obviamente é porque as manifestações é porque as manifestações mediúnicas são provenientes do mal. Não se discute, assim, a existência em si das manifestações mediúnicas, mas sim sua origem e autoria.
    Com efeito, não há uma passagem na Bíblia sequer que seja silente quanto aos médiuns, mas todas atacam frontalmente. Como aceitar então uma doutrina cuja prática depende de um fundamento abominado expressamente por Deus?

    Evolução

    O espiritismo, como visto, ensina que a morte não existe, que o espírito do homem é imortal e que atravessa encarnações indefinidas em direção à perfeição.
    A seguinte máxima do espiritismo bem define sua forma de ver a evolução do espírito: “O espírito nasce no mineral, dorme no vegetal, se agita no animal e acorda no homem.” Ela dá a entender que o espírito usaria vestes de diferentes naturezas em suas peregrinações evolucionistas.
    Mas, em Eclesiastes, nos defrontamos com a verdade incontestável de que os homens não são uma encarnação em fase mais adiantada do que os espíritos dos animais,mas ambos morrem uma só vez, retornando ao pé.
    Eclesiastes 3:19-20 “Pois o que sucede aos filhos dos homens, isso mesmo também sucede aos brutos; uma e a mesma coisa lhes sucede; como morre um, assim morre o outro; todos têm o mesmo fôlego; e o homem não tem vantagem sobre os brutos; porque tudo é vaidade. Todos vão para um lugar; todos são pó, e todos ao pó tornarão.”
    A Bíblia é precisa em esclarecer que o homem foi criado originalmente p[ara não morrer, mas para viver eternamente na presença de Deus. Mas, com o pecado, vieram a dor, o sofrimento e a morte.
    Como por um homem o pecado entrou no mundo, por um Homem (Jesus) o perdão veio ao mundo.
    Basta primeiro crer
    em Jesus e, após isso, seguir Seus passos, fazer Sua vontade, cumprir Seus mandamentos, para viver eternamente com Deus.

    Outras Contradições

    É importante abordarmos alguns outros aspectos da doutrina espírita que contrariam a Bíblia.
    Para começar, os livros doutrinários do espiritismo ensinam que o diabo não existe, mas apenas espíritos obsessores influenciando e causando o mal. O espiritismo tenta nos induzir a um erro grosseiro, bastando lembrar que a Bíblia menciona centenas de vezes a existência do diabo ou Satanás e seus demônios.
    Como exemplo, citamos a passagem em que os discípulos pedem a Jesus que explique a parábola do joio do campo, e o Mestre esclarece, com todas as letras, cada uma das figuras utilizadas na parábola. “E ele, respondendo, disse: O que semeia a boa semente é o Filho do homem; o campo é o mundo; a boa semente são os filhos do reino; o joio são os filhos do maligno; o inimigo que o semeou é o Diabo; a ceifa é o fim do mundo, e os celeiros são os anjos.” Mateus 13:37-39
    Ainda como demonstração de absurdo dessa tentativa ilusória, é importante ler Mateus 4:1; 25:41; Lucas 4:2, 8-12; João 6:70; e:44; 13:2; Efésios 4:27; 6:11; II Timóteo 2:26; Tiago 4:7; I João 3:8; Judas 9; Apocalipse 2:10; 12:9
    E nem se pense em dizer que “diabo” e “Satanás” sejam “figuras imaginárias” ou “personagens ilustrativos”, porque a Bíblia é muito vasta e explicativa acerca da origem do pecado e todo o desenvolvimento do mal engendrado pelo anjo caído Lúcifer, também chamado Satanás. O Antigo e o Novo Testamentos são ricos em demonstrar a influência e o trabalho de Satanás como ser individual, existente e concreto, mantenedor do mal e do sofrimento humano, auxiliado pelos outros anjos caídos, os demônios.
    Os anjos do bem e os anjos do mal (demônios) não são “espíritos desencarnados”, como ensina a doutrina espírita. Eles têm outra natureza. Na verdade, anjos são seres criados por Deus, superiores ao homem em força e poder (II Pedro 2:11). Dotados de livre-arbítrio como o homem, eram todos bons e muitos se tornaram maus segundo as escolhas que fizeram.
    O site da Federação Espírita Brasileira, convidando o usuário a conhecer o espiritismo, faz uma série de considerações que foram compiladas da doutrina espírita, merecendo destaque alguns de seus pontos mais importantes:
    Segundo os espíritas, o espiritismo:

  • É o conjunto de princípios e leis revelados pelos espíritos superiores, contidos nas obras de Allan Kardec.
  • Revela conceitos novos e mais aprofundados a respeito de Deus.
  • Revela o que somos, de onde viemos, para onde vamos, qual o objetivo da existência terrena, qual a rezão da dor e do sofrimento.
  • É o Consolador prometido, que veio, no devido tempo, recordar e complementar o que Jesus ensinou.

    Ora, a Bíblia contém todas as leis reveladas por Deus, sejam de natureza física, espiritual ou ética.
    Quantos às leis físicas, por exemplo, a Bíblia chega ao ponto de especificar os alimentos q devemos ou não ingerir para ter saúde e bem-estar. Leia Levítico 11.
    Quanto às leis espirituais ou éticas, a maior, mais abrangente, imutável e eterna está em Êxodo 20: Os dez Mandamentos. Note-se que os quatro primeiros tratam-se da nossa relação com Deus, e os seis últimos da nossa relação com outras pessoas.
    É importante lembrar que a lei maior, apesar das vãs tentativas humanas, permanece inalteradas, imutável e em plena vigência.
    Assim é que Jesus disse acerca do cumprimento da lei: “Não penseis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim destruir, mas cumprir. Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, de modo nenhum passará da lei um só i ou um só til, até que tudo seja cumprido. Qualquer, pois, que violar um destes mandamentos, por menor que seja, e assim ensinar aos homens, será chamado o menor no reino dos céus; aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no reino dos céus. Pois eu vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus.” Mateus 5: 17-20
    Em Lucas 16:17 “É, porém, mais fácil passar o céu e a terra do que cair um til da lei.”
    Está evidente, pois, que não há lei nova a ser revelada. É pior ainda quando se altera a lei original e verdadeira (como, por exemplo, a versão espírita sobre a origem e o destino do ser humano através das reencarnações, em contradição com Hebreus 9: 27-28).
    O que dizer então, de “conceitos novos e mais aprofundados a respeito de Deus?” Deus fala de Si e por Si. Ninguém mais. E somente na Bíblia! Ele é Eterno, Imutável, Único, Onipotente. Quanta irreverência falar em conceitos “novos” a respeito de Deus!
    Por fim, a alegação de ser o “Consolador prometido por Jesus” é derrubada pela própria complementação do texto inserido no site e nos fundamentos da doutrina espírita: “que veio no devido tempo, recordar e complementar o que Jesus ensinou”. E destaquemos que Jesus indentificou o Consolador em João 14:26 “Mas o Consolador, o Espírito Santo…” O Espírito Santo é parte da Divindade; é Deus, portanto!
    Assim, não há que se falar em “espíritos superiores”. Leiamos I Coríntios 2:11-13 “Pois, qual dos homens entende as coisas do homem, senão o espírito do homem que nele está? Assim também as coisas de Deus, ninguém as compreendeu, senão o Espírito de Deus. Ora, nós não temos recebido o espírito do mundo, mas sim o Espírito que provém de Deus, a fim de compreendermos as coisas que nos foram dadas gratuitamente por Deus; as quais também falamos, não com palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas com palavras ensinadas pelo Espírito Santo, comparando coisas espirituais com espirituais.” Esta passagem mostra que o Espírito Santo é o próprio Espírito de Deus.
    Agora vejamos o quq ensina I Coríntios 12:1-11 “Ora, a respeito dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes. Vós sabeis que, quando éreis gentios, vos desviáveis para os ídolos mudos, conforme éreis levados. Portanto vos quero fazer compreender que ninguém, falando pelo Espírito de Deus, diz: Jesus é anátema! e ninguém pode dizer: Jesus é o Senhor! senão pelo Espírito Santo. Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos. A cada um, porém, é dada a manifestação do Espírito para o proveito comum. Porque a um, pelo Espírito, é dada a palavra da sabedoria; a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência; a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar; a outro a operação de milagres; a outro a profecia; a outro o dom de discernir espíritos; a outro a variedade de línguas; e a outro a interpretação de línguas. Mas um só e o mesmo Espírito opera todas estas coisas, distribuindo particularmente a cada um como quer.”
    O Consolador é, assim, Deus sob a forma do Espírito Santo. Fica definitivamente esclarecido que o Consolador não é uma doutrina (o espiritismo) ou um conjunto de espíritos (espíritos superiores, obecessores, ou de outras diversas escalas) mas, um só e o mesmo: Espírito Santo (Deus).
    Voltemos agora a João 14:26 11 “Mas o Consolador, o Espírito Santo a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto eu vos tenho dito.”
    Complementando, lemos em João 16:7-16 “Todavia, digo-vos a verdade, convém-vos que eu vá; pois se eu não for, o Consolador não virá a vós; mas, se eu for, vo-lo enviarei. E quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo: do pecado, porque não crêem em mim; da justiça, porque vou para meu Pai, e não me vereis mais, e do juízo, porque o príncipe deste mundo já está julgado. Ainda tenho muito que vos dizer; mas vós não o podeis suportar agora. Quando vier, porém, aquele, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá o que tiver ouvido, e vos anunciará as coisas vindouras. Ele me glorificará, porque receberá do que é meu, e vo-lo anunciará. Tudo quanto o Pai tem é meu; por isso eu vos disse que ele, recebendo do que é meu, vo-lo anunciará. Um pouco, e já não me vereis; e outra vez um pouco, e ver-me-eis.”
    Jesus Cristo expressamente identifica o Consolador e Sua missão. É o Espírito Santo, que tem a missão de lembrar o que Jesus nos disse a respeito do pecado, da justiça e do juízo. Nessa passagem, Jesus deixa claro que o Consolador não falaria de si mesmo, ou seja, não traria leis e conceitos novos, mas diria tudo o que ouviu de Jesus, anunciando o juízo que há de vir.
    O espiritismo não pode, portanto, ser o Consolador, na medida que, ao invés de lembrar o que Jesus ensinou, contraria, muda, altera, cria conceitos e leis novas! Muito pior: o espiritismo ensina que Jesus seria “um espírito muito evoluído”, governador do planeta Terra”. Esta parte da doutrina é extremamente grave e antibíblica, pois tenta reduzir o Filho de Deus à condição de mero “espírito evoluído”.
    A Bíblia é por demais expressa quando, inúmeras vezes, faz a declaração de que Jesus é Deus, parte da Divindade e não meramente um “espírito evoluído”. “Eu e o Pai somos um.” Disse Jesus (João 10:30)
    Como poderia o Consolador ser o espiritismo? É absurdo!
    Quem poderia tentar reduzir a divindade de Jesus, senão o inimigo, o diabo, Satanás?
    Quem poderia ter interesse em induzir-nos a pensar que por nossas próprias obras (reencarnações) obteríamos a salvação e chegaríamos a uma imaginária e irreal “perfeição” (perfeito só Deus), senão o inimigo, o diabo, Satanás?
    Quem poderia engendrar uma forma sutil de nos desviar do plano de salvação elaborado por Deus antes da criação da humanidade, senão o inimigo, o diabo, Satanás? Esse plano foi meticulosamente anunciado nos rituais do santuário e consumado na morte de Jesus na cruz, evidenciando que o modo de salvação é a fé em Jesus. “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.” João 14:6.

    Conclusão

    O espiritismo é uma doutrina sutilmente construída com o objetivo de desviar o ser humano do plano de salvação, na medida em que nega Jesus como nosso único intercessor perante o Pai (“Ninguém vem ao Pai senão por Mim”) e cria uma gama de “entidades intercessoras” e “espíritos superiores”, personalidades inexistentes.
    Suas premissas aparentemente trariam conforto. Sua intenção é nos iludir com uma argumentação irreal. Tenta nos levar a crer que não há problema de errarmos nesta vida, pois teríamos inúmeras outras vidas (encarnações) para corrigirmos nossas faltas e nos aprimorarmos espiritualmente em direção à perfeição. Se tal idéia fosse verdadeira, não haveria razão para qualquer preocupação com a santificação espiritual nesta vida.
    Pela perspectiva espírita, nossa fé em Jesus seria limitada ao vê-lO como simples espírito muito evoluído, e não como parte da divindade que Ele é. Dessa maneira, todo plano de salvação, preparado com amor por Deus para nós, seria desvirtuado e milhares de seres despencariam abismo abaixo, por se apegarem aos ensinos frágeis da doutrina espírita, ao invés de se apoiarem nos braços fortes de nosso Mestre e Salvador.
    Naturalmente, o inimigo encontrou uma forma sutil de iludir as pessoas, sem atacar frontalmente a verdade cristocêntrica. Ele camufla a sua tese, adotando o evangelho como base de sua doutrina, mas introduz interpretações contrárias ao contexto bíblico. Note-se que ele não nos chama a falar de coisas mundanas, mas nos convida a estudar o evangelho, só que à sua maneira, sob sua interpretação, com os seus enganos, contrariando as Escrituras.
    É uma estratégia, sem dúvida, muito sagaz. Por isso mesmo, tem iludido multidões. O inimigo oferece um cardápio variado de teses, seitas e religiões para todos os gostos e níveis intelectuais nos dias atuais, mas o espiritismo é sua obra-prima.
    Passei dezesseis longos anos estudando, aprofundando-me e crendo, cada vez mais, estar no local certo. Mas estava sinceramente errado. Hoje vejo “para que” trilhei por tantos anos caminhos do espiritismo. Foi para que agora, com o estudo da Bíblia, eu pudesse levar aos meus amigos o outro lado da moeda, aquele da realidade e da verdade, desmistificando o erro. Fui preparado para falar sobre a doutrina espírita e agora estou em condição de, com o auxílio do Espírito Santo, contestá-la.
    A principal mensagem que quero levar aos meus amigos espíritas é: “Estudem a Bíblia.” Como podem, assim como eu fiz, acreditar num livro chamado Evangelho Segundo o Espiritismo, se jamais estudaram o EVANGELHO, ou seja, o original que deu “base” ao derivado?
    Não precisam e nem devem simplesmente acreditar no que falo aqui, mas precisam e devem estudar (não apenas ler) a Bíblia. Após esse estudo, constatarão, como eu constatei, que o espiritismo “torna” a Bíblia um livro supostamente figurado, fantasioso, ultrapassado e até mentiroso. Mas tenho a certeza de perceberão, como eu percebi, que a Bíblia contém uma verdade divina, lógica e imutável, que revela ser o espiritismo uma doutrina irreal, fantasiosa e enganadora.
    Espero sinceramente que minha experiência e meu testemunho possam colaborar para a obra de nosso Pai. Peço a Deus que me abençoe nessa nova fase de peregrinações, para levar essa mensagem a todos quanto puder.

    Maurício Braga

  • Publicado por: Alba Bloechliger | 08/10/2009

    ARMAGEDOM

    Megido era o nome de uma cidade fortaleza antiga em uma planície entre a cordilheira de montanhas do Monte Carmelo na fronteira ocidental da Palestina e as colinas ao sudoeste do mar da Galiléia. A expressão “Armagedom” ou “Har Mageddon” significa literalmente “colina de Megido”. O monte de Megido seria um dos montes nesse vale ou planície de Megido, também conhecido como Esdraelom, ou Jezreel no Velho Testamento.

    A batalha do Armagedom acabou. Apocalipse retratou Roma em símbolos dramáticos que descrevem seus aspectos diferentes: A besta do mar (Roma Imperial), a besta da terra (a idolatria religiosa de Roma), e a grande meretriz (a imoralidade e a devassidão de Roma). O dragão (Satanás) usou Roma para tentar destruir o reino de Cristo, sua igreja. Apesar de Roma ter matado cristãos, o evangelho finalmente triunfou sobre Roma Imperial. O conflito espiritual entre Roma e Cristo é retratado como o clímax de uma grande batalha em Har Mageddon.

    Pelo uso do nome Armagedom, alguém com um conhecimento das Escrituras pensaria em uma batalha decisiva por esse simbolismo. Essa área era conhecida por suas batalhas decisivas. Gideão derrotou os midianitas lá. Débora derrotou Sísera lá. Egito ganhou uma grande vitória lá, matando o rei Josias. De fato, durante a Primeira Guerra Mundial, ao estudar estas batalhas na Bíblia, o general Allenby planejou um ataque aos turcos através desta planície, surpreendendo e derrotando-os. Então se você quisesse retratar um conflito decisivo, que simbolismo melhor do que Har Mageddon, ou um na colina de Megido?

    A batalha não era literal, assim como a besta com 7 cabeças não era literal, e nem as rãs saíam literalmente de sua boca (Apocalipse 16:13-14); também não havia uma meretriz literal sentada sobre a besta (Apocalipse 17:3). Fala-se do clímax do conflito espiritual como se acontecesse em Armagedom (Apocalipse 16:16). Eu já disse que esta batalha está no passado, não no futuro. Afinal, Roma caiu. O evangelho permaneceu. A batalha é descrita em Apocalipse 19:11-21.

    Agora olhe os primeiros três versículos do Apocalipse. João estava tendo uma visão das “coisas que em breve devem acontecer”. O tempo delas estava “próximo.” Assim o livro era sobre as coisas que estavam a ponto de acontecerem na perseguição dos cristãos naqueles dias. Mas foram assegurados da vitória. Após a vitória, o reino de Cristo foi validado no mundo e Cristo estenderia seu reino por “mil anos” (uma quantidade longa e indefinida). Após aquele período o fim viria e o julgamento aconteceria, e o universo acabaria (Apocalipse 20:10-12). Então até aquela vitória e a derrota da besta (Roma), o livro estava tratando por seu próprio testemunho, das “coisas que em breve devem acontecer” naquela época. Isso inclui tudo no livro até os 1.000 anos em Apocalipse 20. Tudo no livro antes daquele capítulo estava para “em breve acontecer” quando João escreveu.

    A mensagem do Apocalipse não é sobre os Estados Unidos, a China, o mercado comum europeu ou sobre qualquer outra nação de hoje. Há princípios no livro sobre o que eventualmente acontecerá a toda a nação que persegue o povo de Deus como Roma o perseguiu, mas as coisas que realmente discutiu estavam para “em breve acontecer”. As pessoas têm jogado jogos teológicos irresponsáveis com o livre do Apocalipse, ignorando o que o próprio livro diz sobre si. Quase toda geração tenta encontrar o cumprimento do livro em sua própria época, ou o que acham que está prestes a acontecer com eles. Isso é tolice e é errado.

    – por Dale Smelser

    Publicado por: Alba Bloechliger | 23/09/2009

    15 RAZÕES PORQUE DEIXEI DE SER CATÓLICO ROMANO


    Confissões de um Ex-padre

    “E ouvi outra voz do céu que, que dizia sai dela povo meu, para que não sejas participante dos seus pecados, e para que não incorras nas suas pragas. Apocalipse 18:4”.

    Ex Padre Josias de Souza Lima

    15 razoes porque deixei de ser católico romano:

    1- Porque Jesus disse “Examinai as Escrituras porque cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de Mim testificam” (João 5:39).
    Se é pelo intermédio das Escrituras e mediante os ensinos de Jesus que “uma vez aceitando-O alcançamos a salvação” exclui-se, portanto que seja pela igreja católica.

    2- Não sou católico romano porque sendo a religião cristã fundada por Cristo, foi durante 200 anos divulgada sem modificações nem acréscimos, mas dali pra cá surgiram novas doutrinas, falsificações, e toda a sorte de cerimônias estranhas ao Novo Testamento, que foram discutidas em concílios e aprovadas por homens, daí nascendo a Igreja Católica Romana.
    “Mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviam mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente” (Romanos 1:25).

    3- Não sou Católico Romano, porque atendendo ao pedido de Jesus no que Ele diz examinai as Escrituras, isso tenho feito e nunca encontrei nos livros sagrados do Novo Testamento o “Ofício da Missa”.
    A razão porque não encontrei, é que foi composto pelo Papa Gregório I uns 600 anos depois de Cristo.

    4- Não sou Católico Romano, porque não encontrei uma passagem no novo testamento que mostre algum dos apóstolos diante do altar incensando imagens.
    A razão porque não encontrei, é que o culto das imagens foi decretado pelo 2.º Concilio de Nicéia 787 depois de Cristo.

    5- Não sou Católico Romano, porque não encontrei no Novo Testamento um só trecho que fale de ter havido na Igreja primitiva alguma procissão eucarística.
    A razão porque não encontrei, é que começou em 1360 anos depois de Cristo.

    6- Não sou Católico Romano, porque não encontrei um versículo qualquer na Bíblia que recomende o uso do rosário.
    A razão porque não encontrei, é que apareceu com o Pedro Eremita em 1090 depois de Cristo.

    7- Não sou Católico Romano, porque não encontrei na Bíblia Sagrada um só mandamento que proíba o casamento dos ministros da religião.
    A razão porque não encontrei, é que foi proibido pelo Papa Gregório VII em 1074 depois de Cristo.

    8- Não sou Católico Romano porque não encontrei nas Escrituras Sagradas a palavra “Purgatório”.
    A razão porque não encontrei, é que não existe e só foi promulgado pelo concílio de Trento, em 1563 depois de Cristo. Antes desta data não havia nenhuma alma no purgatório, pois não havia sido criado pelo Papa.

    9- Não sou Católico Romano porque não encontrei uma só passagem no Novo Testamento que mostre algum ministro de Deus aspergindo água benta no caixão de um morto e fazendo-lhe recomendação.
    A razão porque não encontrei, é que foi criado pela Igreja Católica, a fabricação da água benta apareceu 1000 anos depois de Cristo.

    10- Não sou Católico Romano porque não encontrei na Palavra de Deus que se deve orar e render culto aos Santos e aos Anjos.
    A razão porque encontrei, é que foi criado pela Igreja no ano 788 depois de Cristo. E o culto das imagens foi decretado pelo 2º Concilio de Nicéia em 787 depois de Cristo.

    11- Não sou Católico Romano, porque não encontrei nas Escrituras Sagradas que entre Deus e os homens há outro mediador e intercessor fora de Jesus Cristo (I Tim 2:5)

    12- Não sou Católico Romano porque não encontrei na Bíblia Sagrada a ”confissão auricular”.
    A razão porque não encontrei, é que foi estabelecida como doutrina pelo 4º concilio de Latrão Roma em 1215 depois de Cristo.

    13- Não sou Católico Romano porque não encontrei na Escrituras Sagradas a “Transubstanciaçã o” doutrina da hóstia transformada no corpo de Cristo (osso, carne, nervos, unhas, cabelos, sangue, espírito e divindade).
    A razão porque não encontrei, é que esta inovação foi criada no concilio de Latão em 1215 depois de Cristo.

    14- Não sou Católico Romano porque a Bíblia diz que “se alguém ouvir as palavras deste livro vivera, mas se alguém lhe acrescentar mais alguma coisa. Deus lhe fará vir sobre eles as pragas escritas neste livro. E se alguém “Tirar quaisquer palavra do livro desta profecia, Deus lhe tirara a sua parte da arvore da vida e da cidade Santa.” (Apocalipse 22:18,19).

    15 Não sou Católico Romano, porque disse Jesus em Apocalipse “sai dela povo Meu para que não sejas participante dos seus pecados e não tomes partes nas suas pragas” (Apoc. 18:4).

    Ao leitor inteligente, bastam estas advertências, uma vez que provamos que Roma Papal incorre nas condenações de Deus. Ela mudou, acrescentou, e diminuiu a palavra divina em concílios e decretos, por estas razoes não sou Católico Romano.
    E no dia que encontrar qualquer Católico Romano Padre ou leigo que provar com versículos a autenticidade para tais doutrinas, deixo de ser Cristão Evangélico para ser Católico Romano.

    Josias de Souza Lima – ministro evangélico
    Caixa postal 859 CEP 80.000 Curitiba – PR

    Publicado por: Alba Bloechliger | 23/09/2009

    Quando Jesus reinará no trono de Davi?

    Muitas profecias da Bíblia contam-nos que o Messias ou Cristo reinaria no trono de Davi (Amós 9:11-15; Ezequiel 37:22-28; Salmo 89:3-4; Mateus 2:1-6; Lucas 19:37-40; 1:67-79).

    Muitas pessoas concluem que estas passagens estão falando de um futuro reino físico literal aqui na terra. Elas dizem que estas profecias e promessas ainda não foram cumpridas. Algumas pessoas que ensinam esta idéia até mesmo dizem que Jesus não conseguiu na sua tentativa para estabelecer seu reino na primeira vez que esteve aqui porque o povo o rejeitou. Elas sugerem, assim, que os homens pecadores frustraram o plano de Deus.

    A Bíblia ensina diferente. Jeremias profetizou que um descendente de Davi reinaria para sempre em seu trono (Jeremias 33:14-17). Mas no mesmo livro, quando ele falava do trono terrestre literal, ele disse que nenhum dos filhos de Jeconias se sentaria no trono de Davi (Jeremias 22:30). Jesus Cristo, um descendente de Davi e de Jeconias (Mateus 1:6, 11) nunca poderia reinar no trono terrestre de Davi.

    Aqueles que ainda esperam por Cristo para reinar no trono de Davi mal entendam as profecias e seu cumprimento. Pedro afirmou que as profecias sobre o trono de Davi foram cumpridas quando Jesus se levantou dentre os mortos e subiu ao céu para sentar-se à direita de Deus: “Sendo, pois, profeta e sabendo que Deus lhe havia jurado que um dos seus descendentes se assentaria no seu trono, prevendo isto, referiu-se à ressurreição de Cristo, que nem foi deixado na morte, nem o seu corpo experimentou corrupção. A este Jesus Deus ressuscitou, do que todos nós somos testemunhas. Exaltado, pois, à destra de Deus, tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, derramou isto que vedes e ouvis. Porque Davi não subiu aos céus, mas ele mesmo declara: Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos por estrado dos teus pés. Esteja absolutamente certa, pois, toda a casa de Israel de que este Jesus, que vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo” (Atos 2:30-36).

    Quando Jesus reinará no trono de Davi? Ele já reina!

    -por Dennis Allan

    Publicado por: Alba Bloechliger | 23/09/2009

    A Transfiguração de Cristo

    Quando Deus veio à terra, na pessoa de Jesus, adotou uma forma humana. Fisicamente, Jesus se parecia como qualquer outro homem. Ele teve fome, sede, cansaço, etc. Sua divindade foi vista apenas indiretamente, em suas ações e suas palavras. Mas, numa ocasião, a glória divina interior de Jesus resplandeceu e se tornou visível. A história é contada em Mateus 17:1-8:

    Seis dias depois, tomou Jesus consigo a Pedro e aos irmãos Tiago e João e os levou, em particular, a um alto monte. E foi transfigurado diante deles; o seu rosto resplandecia como o sol, e as suas vestes tornaram-se brancas como a luz. E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele. Então disse Pedro a Jesus: Senhor, bom é estarmos aqui; se queres, farei aqui três tendas; uma será tua, outra para Moisés, outra para Elias. Falava ele ainda, quando uma nuvem luminosa os envolveu; e eis, vindo da nuvem, uma voz que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me compra-zo; a ele ouvi. Ouvindo-a os discípulos, caíram de bruços, tomados de grande medo. Aproximando-se deles, tocou- lhes Jesus, dizendo: Erguei-vos e não temais! Então, eles, levantando os olhos, a ninguém viram, senão Jesus.

    A Glória de Cristo

    A Bíblia revela um Deus unido, composto de três pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. João 1:1-2 diz: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus”. Jesus estava com o Pai desde o princípio, compartilhando de sua natureza divina. Então, Jesus deixou o céu e veio à terra. “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai” (João 1:14). Fisicamente, Jesus tinha todas as características de um homem; espiritualmente, ele compartilhava da natureza de Deus. Na transfiguração, sua glória interna tornou-se visível externamente.

    Temos que chegar a ver em Jesus a glória de Deus. Uma razão por que Jesus se tornou um homem foi para manifestar a natureza de Deus. Jesus é “o resplendor da glória” de Deus e “a expressão exata do seu Ser” (Hebreus 1:3). Ele reflete perfeitamente a natureza e o caráter de Deus. Quando olhamos para Jesus, podemos ver “a glória do Senhor” (2 Coríntios 3:18 – 4:6). A conversa de Jesus com Filipe ilustra estes pontos: “Se vós me tivésseis conhecido, conheceríeis também a meu Pai. Desde agora o conheceis e o tendes visto. Replicou-lhe Filipe: Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta. Disse-lhe Jesus: Filipe, há tanto tempo estou convosco, e não me tens conhecido? Quem vê a mim vê o Pai; como dizes tu: Mostra-nos o Pai? Não crês que eu estou no Pai e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo não as digo por mim mesmo; mas o Pai, que permanece em mim, faz as suas obras” (João 14:7-10). Jesus é a revelação, a manifestação do Pai (João 1:18). Você já pensou no que Deus faria, diria ou pensaria se fosse um homem? Olhe para Jesus. Tudo o que Jesus disse e fez foi exatamente o que o Pai diria e faria se viesse à terra como um homem. Que pensamento espantoso: Deus se revelou a nós em forma humana. O reconhecimento da glória do Pai, em Jesus, torna o estudo da vida de Cristo uma experiência profundamente comovente.

    A Autoridade de Cristo

    As religiões são, freqüentemente, baseadas em ensinamentos, filosofias, visões, etc. A religião de Cristo é baseada na História. Pedro, um dos três que testemunharam a transfiguração, indicaram-na como evidência de que o evangelho não era uma fábula ou lenda: “Porque não vos demos a conhecer o poder e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo seguindo fábulas engenhosamente inventadas, mas nós mesmos fomos testemunhas oculares da sua majestade, pois ele recebeu, da parte de Deus Pai, honra e glória, quando pela Glória Excelsa lhe foi enviada a seguinte voz: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo. Ora, esta voz, vinda do céu, nós a ouvimos quando estávamos com ele no monte santo” (2 Pedro 1:16-18). Este exemplo coloca Jesus numa categoria totalmente diferente da dos líderes de outras religiões do mundo. Qual deles foi transfigurado? A fé em Cristo não é um salto no escuro, mas um passo razoável baseado em evidência histórica concreta.

    Jesus está acima de tudo. Ele possui toda a autoridade no céu e na terra (Mateus 28:18). Ele está “acima de todo o principado, e potestade, e poder, e domínio, e de todo nome que se possa referir não só no presente século, mas também no vindouro” (Efésios 1:21). Jesus merece nossa honra, respeito, adoração e obediência. O Cristo que é soberano sobre o universo inteiro, deverá reinar também sobre minha vida.

    Muitos há que reagem como Pedro. Quando viu Jesus, Moisés e Elias, juntos na montanha, ele recomendou a construção de três tendas. Que Pedro sugerisse três tendas já era admirável. Moisés era o grande legislador e libertador do Velho Testamento. Elias estava entre os maiores dos profetas do Velho Testamento, arrebatado da terra sem morrer. Quão maravilhoso estar na presença deles! Podemos entender o desejo de Pedro de construir uma tenda para Moisés e outra para Elias. Mas, por que três tendas? Ah, ele estava elevando Jesus à mesma posição: Vamos dar para ele uma tenda também! Para Pedro, em vista da sua herança judia, ter posto Jesus a par com os grandes Moisés e Elias era algo admirável.

    A resposta de Deus mostrou que não deveria haver três tendas, nem duas, mas uma só. “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo; a ele ouvi”. Moisés desvaneceu. Elias desapareceu. Somente Jesus permaneceu. Devemos construir somente uma tenda. Muitos constroem mais. Muitos constroem tendas para Moisés e Elias, não reconhecendo que não estamos mais sob a lei do Velho Testamento. Muitos constroem tendas para grandes líderes religiosos: Buda, Kardec, Joseph Smith, Ellen G. White, Edir Macedo, etc. Muitos levantam tendas para os pais, bem junto da tenda para Jesus. Outros armam uma tenda para sua igreja ou tradição religiosa. Colossenses 2 diz, vigorosamente, que toda a sabedoria, todo o conhecimento e a plenitude da divindade estão em Cristo. Portanto, “Cuidado que ninguém vos venha a enredar com sua filosofia e vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens, conforme os rudimentos do mundo e não segundo Cristo” (v. 8). Temos que aceitar nada mais, nada menos do que Cristo. Ele tem toda a autoridade no céu como na terra.

    A Transfiguração dos Seguidores de Cristo

    “E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em Glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito” (2 Coríntios 3:18). Temos que permitir que nossas vidas sejam transformadas pela glória de Cristo. Deus quer que compartilhemos de sua natureza divina (2 Pedro 1:4), e que Cristo habite em nós (Colossenses 1:26-28; Gálatas 4:19; Efésios 2:19-22). Paulo escreveu: “Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim” (Gálatas 2:19-20). Imagine-se acordando uma noite, com Jesus ao lado de seu leito. Você deixa seu corpo e Cristo entra nele. Agora, seu corpo ainda pareceria exatamente o mesmo. Mas de agora em diante é Cristo quem realmente habita em seu corpo. É claro que este evento não ocorrerá exatamente assim, mas seu resultado tem que ser assim. Tenho que permitir que minha vida, minhas ações, minhas palavras e até meus pensamentos sejam moldados como a imagem de Cristo.

    Mas como podemos realizar esta transformação? Depois que Moisés esteve na presença de Deus, sua face mostrou-se tão brilhante que ele teve que cobrí-la com véu para que as pessoas pudessem olhar para ele. Paulo usa isto como uma ilustração de nossa transfiguração por Cristo (2 Coríntios 3). Temos que olhar para Cristo e deixar sua imagem nos transformar. Esta mudança ocorre através do conhecimento de Cristo (2 Pedro 1:2-8; Colossenses 1:26-28). Em nosso estudo das Escrituras, temos que olhar para Cristo e começar a agir como ele agia, falar como ele falava e pensar como ele pensava. Temos que chegar a conhecer Cristo tão intimamente (por meio das Escrituras) e admirá-lo tão profundamente que o imitamos em cada pormenor. Muitas pessoas religiosas acabam fazendo umas poucas mudanças externas e chamam a isso cristianismo. Mas a glória de Cristo era interna. Temos, não somente, que vestir uma máscara religiosa, mas temos que deixar a vida de Cristo renovar nossas vidas de dentro para fora. Somente então Cristo terá terminado sua obra em nossas vidas.

    – por Gary Fisher

    Publicado por: Alba Bloechliger | 23/09/2009

    A música instrumental no louvor (Parte 1)

     

    Meu passado em relação à música no louvor

    Cresci entre e sempre tinha as minhas associações religiosas com cristãos que não utilizavam instrumentos mecânicos no louvor. Não posso falar por cada indivíduo, porém como uma comunidade, estes cristãos acreditavam que a música instrumental no louvor era errada. Não por uma questão de conveniência nem de preferência pessoal, mas como uma questão de princípio e convicção, eles contestaram a utilização da música instrumental no louvor.

    Então, eu mais ou menos herdei esta posição. Ficava emocionado com as histórias de pessoas de fé examinando as Escrituras para voltar à ordem antiga. Ficava cativado pela idéia de restaurar o cristianismo apostólico. Pensava que os nossos antepassados já tinham, há muito tempo, estudado todos os assuntos que importavam e que tinham praticamente descoberto a verdade em todos eles. Há muito tempo, abandonei qualquer pensamento de que os meus colegas religiosos estavam certos em tudo. Não é isso que nos une. É um compromisso fundamental ao domínio de Cristo que nós compartilhamos. Uma atitude básica para com o Senhor Jesus é o que nos une.

    Eu concordo inteiramente e aprecio o ponto de Robert Turner de que nunca se pode falar da restauração no passado. É um processo contínuo, sem fim. Nunca devemos considerar qualquer posição que tenhamos como se fosse uma vaca sagrada na qual não se pode tocar, ou que não está sujeita ao questionamento ou a examinação.

    Direi, contudo, quando vem à questão da música, que o meu próprio estudo das Escrituras e a re-examinação me trouxe à convicção profundamente enraizada que os meus colegas que têm contrariado a música instrumental no louvor não chegaram à sua posição sem pensamento e estudo sério das Escrituras. Eles tinham motivos bons pela sua posição – razões que estavam totalmente baseadas na revelação que Deus fez de si mesmo e da sua vontade.

    Não é uma nova descoberta

    De fato, algumas pessoas podem se surpreender que a nossa posição em relação à música não foi uma que se originou conosco. Hoje, somos uma pequena minoria em relação a este assunto e esta prática. Mas não fomos os primeiros a chegar a essa conclusão sobre o louvor. João Calvino se opôs a música instrumental no louvor. Assim fizeram Martinho Lutero, João Wesley e muitos outros reformadores. Estes homens se expressaram de maneira tão firme a respeito do assunto que duvido que conseguiriam louvar junto com a maioria dos seus descendentes espirituais modernos. João Calvino provavelmente não conseguiria louvar com a maioria dos calvinistas modernos. Lutero provavelmente não conseguiria louvar com os luteranos. Wesley provavelmente não louvaria com os wesleyanos.

    Um dos pontos mais impressionantes feito pelo presbiteriano John Girardeau (em Instrumental Music in Public Worship) é que a música instrumental entrou em praticamente todas as denominações como uma inovação, e quase sempre havia um elemento que lutava para mantê-la fora. Foi forçada, apesar das objeções dos oponentes, e, em muitos casos, o resultado foi a divisão.

    Você conhece o termo a capella? É um termo técnico para a música vocal que não é acompanhada por instrumentos mecânicos. Suponho que a maioria das pessoas compreende isso. Mas você também compreende que o termo vem do italiano antigo e literalmente significa na maneira da capela ou da igreja? A música vocal, cânticos sem acompanhamento mecânico, era o estilo da igreja. A música instrumental não era o estilo da igreja, mas uma perversão da música típica da igreja e uma inovação. A música que é mais freqüentemente utilizada nas igrejas hoje pode ser do estilo do antigo judaísmo; pode ser do estilo de um ritual pagão; pode até mesmo lembrar o estilo do teatro, da danceteria ou do show de rock. Não é o estilo da igreja. É uma perversão.

    Então a maioria daqueles que hoje utilizam a música instrumental no louvor não estão sendo fiéis aos seus antepassados espirituais. Com certeza, a questão mais importante é se estão também indo contra a autoridade da Bíblia; e é esta a questão que pretendo discutir. Calvino não foi nem apóstolo nem profeta. Nem foi Lutero, Wesley ou Campbell. As suas práticas não estabelecem precedentes para aqueles que vieram depois. Mas estes homens foram contra a música instrumental no louvor porque compreenderam que era contrária ao desejo revelado de Deus. Estavam certos ou errados? Certamente ninguém que seriamente quer agradar ao Senhor pode ver esta questão com indiferença. De qualquer forma, estando em tal companhia, não espero ser tratado como dissidente ou esquisito quando falo deste assunto.

    Histórico em relação a este trabalho

    Não alego que a minha apresentação seja o produto de pesquisa estudiosa. É o fruto de ler o Velho Testamento em dois anos consecutivos, com atenção especial às referências ao louvor e à música. É uma abordagem Bíblica e histórica ao assunto. Simplesmente tentei esboçar a história da música no louvor até onde se têm preservado a história na Bíblia.

    Se alguém perguntasse porque não utilizamos música instrumental no louvor, a maioria dos discípulos que tivessem um bom entendimento provavelmente responderia mais ou menos assim: Nós somos discípulos de Jesus Cristo, e o nosso Mestre não nos ensinou a utilizar a música instrumental no louvor. Jesus não a autorizou, nem pessoalmente, nem pelos seus apóstolos escolhidos. O Novo Testamento é silencioso em relação à utilização de música instrumental no louvor da igreja. Entenda bem, o Novo Testamento não é silencioso em relação à música. A igreja apostólica tinha música – música vocal, ou cânticos. Mas o Novo Testamento não dá exemplo nenhum de cristãos louvando utilizando música instrumental. Nem há evidência de que os cristãos foram ensinados pelos apóstolos a utilizarem a música instrumental no louvor.

    Esta é uma afirmação justa do caso. A música instrumental é uma inovação humana. É comparável ao “fogo estranho” que Nadabe e Abiú ofereceram no altar (Levítico 10:1). É um daqueles casos nos quais igrejas não seguiram a direção do cabeça da igreja, mas tomaram as decisões próprias.

    Agora muitas pessoas se vêem obrigadas a conceder que há sim silêncio no Novo Testamento a respeito. Mas pensam que este silêncio não seja importante. Não tomam este silêncio por uma indicação de que a música instrumental no louvor fosse estranha à vontade de Cristo. Podem até discutir que não foi necessário mencioná-la especificamente, pois os judeus haviam se acostumado a utilizar a música instrumental no louvor e simplesmente continuaram fazendo o que faziam. Podem alegar que somos obrigados a provar que a sua utilização foi descontinuada ao invés de chamá-los para justificar a sua utilização.

    Acredito que o silêncio do Novo Testamento seja significante. Porém, o meu argumento não se baseia meramente no silêncio das Escrituras. É fundada não somente no que a Bíblia não diz, mas também no que diz. O que a Bíblia diz é o que torna o silêncio do Novo Testamento significante. Vou defender que o silêncio do Novo Testamento deve ser avaliado ao lado da história bíblica, levando ao período do Novo Testamento. Defenderei, mais ainda, que o silêncio do Novo Testamento deve ser julgado na luz dos ensinamentos positivos do Novo Testamento sobre o louvor. Concluirei que o silêncio do Novo Testamento, quando visto na frente deste contexto e ambiente, provê fortes evidências de que Deus não queria que a música instrumental fosse utilizada no louvor da igreja; que a música instrumental é estranha à mente e ao propósito de Deus com referência ao louvor da igreja; que enquanto pode se encaixar bem na época em que Deus lidava com crianças, não é adequada para a época em que ele lida com filhos adultos em Cristo (Gálatas 4:1-7). Resumindo, é este contexto e ambiente que tornam o silêncio do Novo Testamento tão notável.

    Com estas introduções explanatórias diante de nós, devemos iniciar considerando as evidências do Velho Testamento em relação à música no louvor.

    A música antes de Davi

    Nada de real significância em relação à música no louvor é encontrada no Velho Testamento até a época de Davi. Jubal foi chamado “o pai de todos os que tocam harpa e flauta” (Gênesis 4:21), que, ao menos, indica que a música mecânica é de origem muito antiga. Labão expressou o remorso a Jacó, que havia saído de repente em segredo de Harã, que ele não teve oportunidade de despedi-lo “com alegria, e com cânticos, e com tamboril, e com harpa” (Gênesis 31:27). O cruzamento triunfante do Mar Vermelho foi comemorado com uma canção de louvor a Jeová, que é chamado de “minha força e o meu cântico” (Êxodo 15:2). “A profetisa Miriã, irmã de Arão, tomou um tamborim, e todas as mulheres saíram atrás dela com tamborins e com danças” (Êxodo 15:20). Miriã respondeu às mulheres com uma chamada a cantar a Jeová (v. 21). O som de uma trombeta foi ouvido no Monte Sinai (Êxodo 19:13,16,19; 20:18). O som do canto foi ouvido por Moisés ligado ao incidente do bezerro de ouro (Êxodo 32:18). Israel cantou um cântico no deserto sobre um poço que Jeová lhes providenciara (Números 21:17). Por ordem de Jeová, Moisés ensinou a Israel um cântico que serviria como testemunha de Jeová contra Israel no evento da sua apostasia futura (Deuteronômio 31:19 – 32:47).

    Débora comemorou a vitória sobre os cananéus com um canto de louvor a Jeová (Juízes 5:1,3,12). A filha de Jefté o cumprimentou na sua volta da batalha “com adufes e com danças” (Juízes 11:3). Depois de ser ungido por Samuel, Saul foi ao encontro de um bando de profetas, que estariam profetizando, que deve ter sido uma espécie de canto ou salmodia, já que foi feito com “saltérios, e tambores, e flautas, e harpas” (1 Samuel 10:5; confere 1 Crônicas 25:1). [Incidentalmente, estes versículos podem nos ajudar a compreender a natureza das profecias mencionadas em 1 Coríntios 11:4; confere 14:15.]

    Isso nos traz a Davi. Não parece ter tido qualquer utilização organizada da música no louvor antes de Davi. James Millar faz uma observação que parece concordar com a minha própria leitura do Velho Testamento: “De longe a evidência mais importante do valor dado à música pelos hebreus é concedida pelo lugar dela no serviço divino. É verdade que nada é dito dela no Pentateuco relacionado com a consagração do tabernáculo, ou a instituição dos vários sacrifícios ou festivais.” Millar pensou, contudo, que esta omissão “não prova nada. …Em dias mais tardios, em todos os eventos, a música formava uma parte essencial do louvor nacional de Jeová, e arranjos elaborados foram feitos para a sua apresentação correta e impressionante.”  [International Standard Bible Encyclopedia, III, 2095.]

    Na última parte Millar está se referindo aos arranjos pelo louvor organizado a partir dos dias de Davi.

    Davi, o músico

    D esde quase o nosso primeiro encontro com Davi o conhecemos como músico. Quando o “espírito maligno de Jeová” começou a incomodar o Rei Saul, os seus conselheiros sugeriram que ele buscasse “um homem que saiba tocar harpa” que pudesse contrariar os efeitos do espírito maligno com a sua música (1 Samuel 16:16). Desta maneira, Davi, que já havia sido ungido secretamente como o substituto de Saul, veio à coorte de Saul como um “que sabe tocar” a harpa (versículos 18 e 23; confira 18:10). Mas Davi também era “forte e valente, homem de guerra” (16:18), e depois da derrota de Golias, chamou a atenção da nação como líder do exército de Saul. A música também foi mencionada nesta ligação, pois “as mulheres de todas as cidades de Israel saíram ao encontro do rei Saul, cantando e dançando, com tambores, com júbilo e com instrumentos de música” (18:6). Mas os seus cantos louvaram a Davi mais do que a Saul, e levou a queda de Davi do favor e da sua perseguição por parte de Saul.

    O serviço do templo organizado por Davi

    A música se tornou cada vez mais importante no reinado de Davi. Depois da conquista de Jerusalém, trazer a arca da aliança a Jerusalém foi comemorado com cânticos e todos os tipos de instrumentos musicais, tocados por Davi e todo Israel. 
     [Tanto na primeira tentativa fracassada (2 Samuel 6:5; 1 Crônicas 13:8) como na segunda tentativa bem-sucedida (1 Crônicas 15).]
    Depois que a arca foi trazida a Jerusalém, Davi estabeleceu uma organização elaborada dos levitas para “dirigir o canto na Casa do SENHOR … Ministravam diante do tabernáculo da tenda da congregação com cânticos, até que Salomão edificou a Casa do SENHOR em Jerusalém” (1 Crônicas 6:31-48; confere 9:33; 16:4-43).


    Deus não permitiu que Davi construísse o templo como ele desejava. Mas foi Davi quem organizou os sacerdotes e os levitas em grupos para o serviço do templo (1 Crônicas 23-26), e esta organização foi observada depois da construção do templo por Salomão. Entre estes arranjos feitos por Davi quando ele era “já velho e farto de dias” (1 Crônicas 23:1) houve uma organização elaborada dos levitas para o serviço de canto ligado ao templo (1 Crônicas 25; confere 23:5). Preste atenção em algumas das afirmações que descrevem esta função.

    “Quatro mil para louvarem o SENHOR” com instrumentos feitos por Davi com este propósito (1 Crônicas 23:5). Certos levitas foram separados para “profetizarem com harpas, alaúdes e címbalos” (1 Crônicas 25:1). Os filhos de Asafe foram colocados “sob a direção deste, que exercia o seu ministério debaixo das ordens do rei” (25:2). Os filhos de Jedutum foram colocados “sob a direção de Jedutum, seu pai, que profetizava com harpas, em ações de graças e louvores ao SENHOR” (25:3). Os filhos (e, aparentemente, as filhas também) de Hemã estavam envolvidos: “Todos estes estavam sob a direção respectivamente de seus pais, para o canto da Casa do SENHOR, com címbalos, alaúdes e harpas, para o ministério da Casa de Deus, estando Asafe, Jedutum e Hemã debaixo das ordens do rei” (25:4-6). As pessoas eram treinadas com este propósito: “O número deles, juntamente com seus irmãos instruídos no canto do SENHOR, todos eles mestres, era de duzentos e oitenta e oito” (25:7).

    A construção do templo foi deixada para Salomão. Mas 1 Crônicas, capítulos 21-29, não nos deixa dúvida de quanto Davi tinha o templo e sua organização no coração. O molde para o templo foi revelado a Davi, que o entregou a Salomão, junto com várias exortações a respeito deste projeto que lhe seria confiado. Davi colecionava materiais a serem utilizados na construção do templo. E foi Davi que havia organizado os sacerdotes e os levitas para o serviço do templo. Mas pelos nossos propósitos hoje, é mais importante reparar que a utilização sistemática da música no louvor, incluindo a música instrumental, teve a sua origem no período final do reinado de Davi. Não há evidência de uma utilização sistemática da música ligada ao louvor no Velho Testamento até que Davi organizou os levitas para o serviço de canto ligado primeiro ao tabernáculo e depois ao templo. Como veremos, as referências posteriores à música no louvor também a ligarão a Davi.

    O reinado de Salomão

    A primeira metade do reinado de Salomão deve ter sido praticamente devotada à construção do templo (1 Reis 6-9). 2 Crônicas 5:11-14 descreve os arranjos musicais na dedicação do templo. Mas para os nossos propósitos, 2 Crônicas 7:6 é de importância especial: “Os sacerdotes estavam nos seus devidos lugares, como também os levitas com os instrumentos músicos do SENHOR, que o rei Davi tinha feito para deles se utilizar nas ações de graças ao SENHOR … Os sacerdotes que tocavam as trombetas estavam defronte deles, e todo o Israel se mantinha em pé.”

    Então repare em 2 Crônicas 8:14: “Segundo a ordem de Davi, seu pai, dispôs os turnos dos sacerdotes nos seus ministérios, como também os dos levitas para os seus cargos, para louvarem a Deus e servirem diante dos sacerdotes, segundo o dever de cada dia, e os porteiros pelos seus turnos a cada porta; porque tal era a ordem de Davi, o homem de Deus. Não se desviaram do que ordenara o rei aos sacerdotes e levitas, em coisa nenhuma, nem acerca dos tesouros”.

    Finalmente, 2 Crônicas 9:11 diz que Salomão “fez…harpas e alaúdes para os cantores.” Mas não pode haver dúvida a respeito disso. O serviço de canto do reinado de Salomão foi o que Davi havia estabelecido.

    Reis posteriores: Três movimentos de reforma

    E m relação aos reis posteriores, 2 Crônicas 20 dá algumas referências aos arranjos musicais no reinado de Josafá (versículos 19,21,22,28). Mas estes não dão nenhuma evidência que aponte para um lado ou para o outro. Contudo, três reformas que ocorreram em Judá depois dos períodos de apostasia são de interesse especial.

    ● A reforma de Joiada após a usurpação de Atalia

    A primeira vem depois da usurpação de Atalia, a filha do rei israelita Acabe. Atalia foi expulsa pelo sumo sacerdote Joiada, e há duas afirmações em relação a música. O primeiro vem ao proclamar a revolta contra Atalia: “ … e todo o povo da terra se alegrava, e se tocavam trombetas. Também os cantores com os instrumentos músicos dirigiam o canto de louvores” (2 Crônicas 23:13). Mas a segunda afirmação é o mais significante: Como Joiada estava limpando o lugar e restaurando o louvor verdadeiro, 2 Crônicas 23:18 diz: “Entregou Joiada a superintendência da Casa do SENHOR nas mãos dos sacerdotes levitas, a quem Davi designara para o encargo da Casa do SENHOR, para oferecerem os holocaustos do SENHOR, como está escrito na Lei de Moisés, com alegria e com canto, segundo a instituição de Davi.

    Então este ponto não pode ser esquecido. Depois de sete anos da usurpação de Atalia, a reforma e a restauração é cumprida pelo apelo a duas fontes. As instruções de como oferecer as ofertas queimadas são encontradas na lei de Moisés. Mas a restauração do serviço musical é baseada na ordem de Davi.

    ● A reforma de Ezequias

    O serviço do templo foi corrompido novamente pelo Rei Acaz. Mas um movimento de reforma foi liderado pelo seu filho Ezequias. Novamente temos evidência em relação a restauração do serviço musical. Ezequias, de acordo com que nos é dito em 2 Crônicas 29:25-28, “estabeleceu os levitas na Casa do SENHOR com címbalos, alaúdes e harpas, segundo mandado de Davi e de Gade, o vidente do rei, e do profeta Natã; porque este mandado veio do SENHOR, por intermédio de seus profetas. Estavam, pois, os levitas em pé com os instrumentos de Davi, e os sacerdotes, com as trombetas. Deu ordem Ezequias que oferecessem o holocausto sobre o altar. Em começando o holocausto, começou também o cântico ao SENHOR com as trombetas, ao som dos instrumentos de Davi, rei de Israel. Toda a congregação se prostrou, quando se entoava o cântico, e as trombetas soavam….” O versículo 30 acrescenta mais uma afirmação significativa: “Então, o rei Ezequias e os príncipes ordenaram aos levitas que louvassem o SENHOR com as palavras de Davi e de Asafe, o vidente. Eles o fizeram com alegria…”

    Reparei em mais duas referências à música durante o reinado de Ezequias (2 Crônicas 30:21; 31:2), mas estas não acrescentam algo significante aos nossos propósitos.

    ● A reforma de Josias

    A descrição da restauração do serviço do templo em relação a reforma de Josias concorda com a evidência já apresentada. Encontramos quatro referências:

    Entre os levitas supervisionando as restaurações no templo estavam “Todos os levitas peritos em instrumentos músicos” (2 Crônicas 34:13).

    As instruções que Josias deu “aos levitas que ensinavam a todo o Israel” incluiu este comentário, “…Preparai-vos segundo as vossas famílias, segundo os vossos turnos, segundo a prescrição de Davi, rei de Israel, e a de Salomão, seu filho” (2 Crônicas 35:3-4).

    2 Crônicas 35:15 contêm evidências importantes: “Os cantores, filhos de Asafe, estavam nos seus lugares, segundo o mandado de Davi, e de Asafe, e de Hemã, e de Jedutum, vidente do rei …”

    Finalmente, 2 Crônicas 35:25 diz que a memória de Josias foi preservada em canto após a sua morte, mas não fornece nada em relação ao ponto.

    O ponto é este: O serviço musical foi instituído por Davi. Quando várias apostasias corromperam o serviço do templo, os reis reformadores que limparam a bagunça não instituíram um novo sistema. Eles simplesmente restauraram o serviço instituído por Davi.

    O período da restauração

    Finalmente Judá se tornou tão corrupto que a única maneira de Deus salvar a nação foi levando-a pelo castigo severo no exílio. Judá teve que passar por um cativeiro de setenta anos na Babilônia. Mas eventualmente a nação voltou à terra.

    Enquanto isso, tudo havia sido desorganizado. Jerusalém e seu templo haviam sido deixados em ruínas. O sistema inteiro estava em desordem. Os sacrifícios, as festas religiosas, o serviço do templo – todos haviam sido descontinuados. Quando as pessoas voltaram a terra natal, o templo teve que ser reconstruído e o sistema inteiro teve que ser restaurado. O que descobrimos ser verdadeiro em relação aos movimentos de reforma que ocorrem anteriormente ao exílio babilônico também foi verdadeiro em relação ao movimento de restauração após o exílio. Os livros de Esdras e Neemias são muito claros em relação a este ponto. Devemos considerar o testemunho destes dois livros em relação a restauração da música do templo.

    Esdras 2:41 e 70 mencionam “os cantores” entre aqueles que voltaram do cativeiro. Esdras 3:10 dá testemunho em relação à restauração do serviço de cânticos: “Quando os edificadores lançaram os alicerces do templo do SENHOR, apresentaram-se os sacerdotes, paramentados e com trombetas, e os levitas, filhos de Asafe, com címbalos, para louvarem o SENHOR, segundo as determinações de Davi, rei de Israel. Cantavam alternadamente, louvando e rendendo graças ao SENHOR…”.

    Esdras 8:20 fala do mesmo ponto: entre aqueles trazidos da Babilônia para o serviço do templo estavam duzentos e vinte “servidores do templo, que Davi e os príncipes deram para o ministério dos levitas”.

    Neemias 12:24 menciona, entre aqueles que voltaram à terra com Zorobabel e Jesua, vários levitas “para louvarem e darem graças, segundo o mandado de Davi” [ou “de acordo com as instruções deixadas pelo rei Davi” (NTLH)]. O livro de Neemias trata da reconstrução do muro que cercava Jerusalém. Em Neemias 12:35-36, certos filhos dos sacerdotes são descritos como participantes na dedicação do muro reconstruído “com os instrumentos músicos de Davi, homem de Deus”.

    Então, Neemias 12:44 menciona homens responsáveis pelas ofertas feitas para os sacerdotes e levitas. São descritos como “as porções designadas pela Lei para os sacerdotes e para os levitas; pois Judá estava alegre, porque os sacerdotes e os levitas ministravam ali”. A passagem continua nos versículos 45 e 46: “e executavam o serviço do seu Deus e o da purificação; como também os cantores e porteiros, segundo o mandado de Davi e de seu filho Salomão. Pois já outrora, nos dias de Davi e de Asafe, havia chefes dos cantores, cânticos de louvor e ações de graças a Deus”.

    Não há como perdermos o foco. Como em períodos anteriores de reforma e restauração, depois do cativeiro babilônico houve um retorno a dois padrões ou modelos. Um foi a lei de Moisés; o outro foi o serviço sistemático do templo, estabelecido por Davi. Em relação a música, os líderes de Israel no período depois do cativeiro não inventaram um novo sistema. Simplesmente restauraram o plano que fora estabelecido por Davi.

    Resumo final do Velho Testamento

    Chegamos ao fim do período do Velho Testamento. Está na hora de resumir as nossas descobertas. Tentei esboçar o desenvolvimento histórico da música no louvor. Aqui está o que encontrei:

    Não havia utilização organizada ou sistemática da música no louvor até a época de Davi, na qual um sistema elaboradamente organizado foi estabelecido. A ordem estabelecida por Davi foi, então, aceita pelos reis posteriores. Períodos de apostasia freqüentemente desordenaram e corromperam o louvor de Israel. Mas quando reis reformadores vieram ao trono, um retorno sempre ocorreu ao sistema estabelecido por Davi. A destruição babilônica de Jerusalém e o cativeiro que seguiu foi a maior desorganização de todas. Mas quando as pessoas voltaram à terra, novamente o precedente para o serviço musical foi encontrado no sistema de Davi.

    Então devemos observar vários pontos significativos em relação ao serviço de canto do Velho Testamento que envolvia a música instrumental. Primeiro, o padrão para este serviço de canto volta a Davi. Segundo, foi ligado a Jerusalém. Terceiro, foi ligado ao templo construído por Salomão e então restaurado depois do cativeiro por Jesua e Zorobabel. Quarto, foi ligado aos levitas. [Depois de ler o meu trabalho, Homer Hailey acrescentou um quinto ponto a qual a música instrumental foi ligada no Velho Testamento – o sacrifício das ofertas queimadas (2 Crônicas 29:27 em diante).]

    Este é o pano de fundo contra o qual o ensino do Novo Testamento deve ser avaliado. O silêncio do Novo Testamento em relação a música instrumental no louvor se contrasta muito contra este pano de fundo. Mas quero sugerir que o Novo Testamento não é totalmente silencioso em relação ao louvor. Entrarei neste assunto mais extensamente da próxima vez. Mas tendo entrado tão profundamente nas evidências do Velho Testamento, gostaria de colocar, ao lado destas evidências, pelo menos uma sugestão do rumo que o nosso raciocínio deve tomar.

    Por enquanto, considere apenas o testemunho de Jesus em João 4:19-24. Na sua conversa com a mulher no poço, Jesus aponta que Jerusalém, com seu templo, não teria mais o significado que uma vez tinha. O Pai seria louvado, nem no Monte Gerizim, como fizeram os samaritanos, nem em Jerusalém, como fizeram os judeus. Os verdadeiros adoradores louvariam ao Pai em espírito e em verdade, e o lugar seria insignificante.

    Os adoradores do Novo Testamento, portanto, não voltam a Davi para um padrão de louvor, como fizeram os reis reformadores e como fizeram os judeus da restauração. Então até onde a significância espiritual está envolvida, Jerusalém não existe mais; o templo não existe mais; os levitas não existem mais; o sistema davídico não existe mais. Assim uma pessoa não pode presumir que já que a música instrumental foi utilizada no sistema davídico que deveria estar no louvor do Novo Testamento. Além disso, a obrigação de apresentar provas certamente fica com aquele que defende ou incentiva a utilização da música instrumental no louvor da igreja. Ele deve provar que é isso que o Senhor da igreja quer. O sistema inteiro que incluía a utilização da música instrumental já não existe mais. Se fracassamos em aprender o que aconteceu na cruz, certamente não perderemos a mensagem de 70 d.C., quando Jerusalém foi destruída e o templo foi reduzido a ruínas tais que nenhuma pedra foi deixada sobre outra (confira Mateus 24:2).

    Já que o sistema que incluía a música instrumental acabou, então certamente o peso das provas repousa naqueles que pensam que a música que pertencia ao sistema obsoleto permanece. O peso das provas não está em mim. Tenho provado que o sistema que incluía a música instrumental já não existe. Se alguém pensar que a música instrumental permanece, deve prová-lo citando evidências do Novo Testamento. Este é o peso que ele deve carregar.

    Realmente o peso é maior que isso. Mas é um ponto a ser desenvolvido na Parte Dois.

    –por L. A. Mott, Jr.

    Publicado por: Alba Bloechliger | 23/09/2009

    A música instrumental no louvor (Parte 2)

     

    Uma abordagem bíblica/histórica

    Quero ligar esta parte do estudo com a primeira. Realmente as duas são o desenvolvimento do mesmo argumento. É um argumento histórico. Simplesmente dei um esboço da música no louvor como foi desenvolvida no Velho Testamento. O argumento concluirá com algumas observações da natureza do progresso conforme mudamos do Velho Testamento ao Novo Testamento. Mas antes de chegarmos nisso, gostaria de falar um pouco sobre uma questão relacionada – devemos esperar encontrar instruções precisas em relação ao louvor no Novo Testamento?

    A necessidade da revelação

    A lguns dizem que o Novo Testamento não é como o Velho Testamento neste sentido. Devemos concordar, certamente, que diferenças vastas são encontradas entre os dois. O Novo Testamento não tem código de lei tal como é encontrado no Velho Testamento. Mas você já pensou nas implicações desta questão? Jesus não ensina nada do assunto de louvor? Ele simplesmente nos deixou a nossa própria discrição? Se somos deixados simplesmente a nosso próprio juízo, então certamente devemos levantar a questão de se o curso da revelação divina é caracterizado pela regressão ao invés do progresso. Certamente esta visão nos levaria de volta ao período agitado dos juízes antes do estabelecimento do reino. A desordem agitada daquele período é explicada em Juízes 17:6. “Naqueles dias, não havia rei em Israel; cada qual fazia o que achava mais reto.” Esta afirmação é repetida em Juízes 21:25.

    A humanidade fez tanto progresso que cada homem pode ser confiado a fazer o que for reto no seu ver, confiante de que irá ao encontro da aprovação de Deus? Os homens sábios e profetas do Velho Testamento não encorajam o otimismo neste sentido. Vamos ver o que eles nos dizem: 

    “Há caminho que ao homem parece direito, mas ao cabo dá em caminhos de morte” (Provérbios 14:12). 

    “Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos, os meus caminhos, diz o SENHOR, porque, assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos, mais altos do que os vossos pensamentos” (Isaías 55:8-9). 

    “Eu sei, ó SENHOR, que não cabe ao homem determinar o seu caminho, nem ao que caminha o dirigir os seus passos” (Jeremias 10:23).

    Nem o Novo Testamento nos levaria a ser mais otimistas. Considere, por exemplo, a descrição dada por Paulo em Romanos 1:18-31 da fossa moral na qual a humanidade se afundou depois de abandonar a Deus. Mesmo a maneira de salvação através de um Messias crucificado não é algo que o homem faria pelos seus próprios recursos. Só poderia saber disso pela sabedoria divina (1 Coríntios 1:18 – 2:16). Paulo fala tão claramente que não deixa possibilidade de entender mal que a maneira da carne leva ao desastre; que devemos seguir a liderança do Espírito se quisermos viver (Romanos 8:1-17).

    Mesmo os cristãos não eram isentos do apelo da carne. Ananias e Safira são evidência disso (Atos 5:1-11). Como também é Simão, o mágico (Atos 8:9-24). Como também são os discípulos em Tiro (Atos 21:4) e Cesaréia (Atos 21:7-14), que entenderam errado uma revelação do Espírito e avisaram a Paulo que não fossem a Jerusalém. Em relação ao assunto de louvor em si, Paulo teve que avisar os cristãos a respeito de algo chamado de “culto de si mesmo” (Colossenses 2:23) – louvor que surge do próprio desejo ao invés do louvor revelado por Deus.

    Depois de ouvir a amostra de passagens, não estou impressionado pela idéia de simplesmente seguir os nossos próprios instintos a respeito de como viver e como louvar a Deus. Os seres humanos precisam da revelação divina. A mente de Deus não pode ser conhecida a não ser pela revelação. Não ousemos proceder baseado no instinto humano e na especulação.

    A quem devemos nos voltar: a Davi ou aos apóstolos?

    O nosso Senhor Jesus nos ensinou o que ele quer que saibamos através de seus apóstolos escolhidos. 1 Coríntios dá uma evidência abundante do padrão apostólico do ensinamento em relação à fé e à prática da igreja. Timóteo, escreveu Paulo em 1 Coríntios 4:17, “vos lembrará os meus caminhos em Cristo Jesus, como, por toda parte, ensino em cada igreja”. Este padrão de ensinamento se aplicava ao casamento, pois Paulo disse deste assunto, “É assim que ordeno em todas as igrejas” (1 Coríntios 7:17). 1 Coríntios 11:16 também dá evidências da fé e prática comum entre as igrejas. Paulo escreveu: “Contudo, se alguém quer ser contencioso, saiba que nós não temos tal costume, nem as igrejas de Deus”. As ordens dadas em 1 Coríntios 14 em relação às reuniões públicas eram as mesmas “em todas as igrejas dos santos” (v. 33). A ordem que Paulo deu aos coríntios em relação à oferta foi a mesma que ele deu às igrejas da Galácia (1 Coríntios 16:1 em diante).

    Pode existir dúvida de que uma regra comum de fé e prática foi seguida em todas as igrejas? Paulo estava enfurecido com o pensamento de que uma igreja talvez presumiria seguir uma regra diferente daquela que operava em todas as igrejas. Quando os coríntios foram tentados a fazer seu próprio caminho, Paulo exclamou com indignação: “Porventura, a palavra de Deus se originou no meio de vós ou veio ela exclusivamente para vós outros?” (1 Coríntios 14:36). Baseado em que, vocês seguem uma regra diferente da regra apostólica que eu estabeleci em todas as igrejas?

    O Velho Testamento não alega ser completo ou final. O Velho Testamento testemunha à sua própria natureza incompleta e provisória. Este é o argumento do Livro de Hebreus. Por exemplo, “Se, portanto, a perfeição houvera sido mediante o sacerdócio levítico”, Deus jamais teria prometido outro sacerdote, segundo a ordem de Melquisideque, em Salmo 110:4 (Hebreus 7:11). “Se aquela primeira aliança tivesse sido sem defeito”, Deus não teria prometido uma nova aliança, em Jeremias 31:31-34 (Hebreus 8:6-13). Se os sacrifícios de animais fossem o suficiente para tirar os pecados, Salmo 40:6 em diante não teria falado da insatisfação de Deus em relação a eles (Hebreus 10:1-4). Nestas passagens e em outras o Velho Testamento testemunha a sua própria insuficiência.

    Mas é diferente no Novo Testamento. Os escritos do Novo Testamento comunicam uma consciência inteiramente diferente. Pedro estava confiante que a verdade revelada pelos apóstolos continha “todas as coisas que conduzem à vida e à piedade”, e que tudo que ele precisava fazer era escrever isso, para que preservasse a verdade na memória da igreja (2 Pedro 1, especialmente versículos 3 e 12-16; veja 3:1 em diante). Paulo antecipou a apostasia que estava por vir, mas não via necessidade de revelações continuadas para lidar com isso. Ao invés disso, ele exortou os cristãos: “Assim, pois, irmãos, permanecei firmes e guardai as tradições que vos foram ensinadas, seja por palavra, seja por epístola nossa” (2 Tessalonicenses 2:15). Ele os mandou a apartarem “de todo irmão que ande desordenadamente e não segundo a tradição que de nós [dos seus professores apostólicos] recebestes” (2 Tessalonicenses 3:6). João fixava que os cristãos da sua época já sabiam tudo o que precisavam saber, e disse: “não tendes necessidade de que alguém vos ensine” (1 João 2:20, 27). Ele explicou como diferenciar a verdade e o erro: “Nós [ou seja, as testemunhas apostólicas – veja 1:1-4] somos de Deus; aquele que conhece a Deus nos ouve; aquele que não é da parte de Deus não nos ouve. Nisto reconhecemos o espírito da verdade e o espírito do erro” (1 João 4:6). A prova é se a pessoa presta atenção aos ensinos dos apóstolos. Os apóstolos eram juízes em tronos, ungidos pelo próprio Jesus (Mateus 19:28). Cada assunto controverso tem que ser submetido ao tribunal supremo para a decisão; e o seu veredito é final.

    Como, então, devemos aprender a maneira de louvar aprovado por Deus? E, especificamente, como deve ser resolvida a questão da música? No Velho Testamento, quando a apostasia havia corrompido o louvor, reis reformadores como Ezequias e Josias voltavam a Davi, e o louvor foi restaurado de acordo com o sistema prescrito por Davi. A mesma coisa foi feita depois do cativeiro babilônico. Os lideres de Judá não instituíram um novo sistema. Eles restauraram o sistema de Davi.

    Mas no Novo Testamento nós não aprendemos a voltar a Davi. Aprendemos a voltar aos apóstolos, que foram escolhidos pelo nosso Mestre e que falavam por ele. Os apóstolos de Jesus Cristo devem ser os nossos professores como eram professores dos cristãos primitivos.

    O que os apóstolos nos ensinam a respeito da música no louvor?

    Da história do Velho Testamento para o ensinamento do Novo Testamento

    Da última vez eu estava apontando o fato que o silêncio do Novo Testamento em relação a música instrumental no louvor não pode ser avaliado corretamente sem dar atenção ao ambiente no qual este silêncio ocorre. Este ambiente incluiria tanto a história do Velho Testamento quanto o ensinamento positivo do próprio Novo Testamento. Então quero ligar esta lição à anterior ao resumir o que descobrimos em relação a música no louvor no Velho Testamento.

    Não há evidências de uma utilização sistemática ou organizada no louvor até a época de Davi. Davi na verdade foi o “pai da música hebraica”. Ele fez preparações elaboradas para o serviço do templo em antecipação da época em que o templo seria construído por Salomão. Ele organizou os sacerdotes e levitas em 24 turnos e deu tarefas a vários grupos. Davi é o único que organizou os cantores e instituiu o serviço de canto ligado ao templo. Este serviço de canto incluía tanto a música vocal quanto a instrumental.

    As instituições de Davi foram simplesmente aceitas pelos reis que seguiram. Depois de períodos de apostasia os reis reformadores restauraram estas instituições de Davi. Foi o mesmo depois do cativeiro babilônico. O serviço de canto foi restaurado de acordo com as instituições de Davi.

    Eu tenho quatro observações em relação ao serviço de canto do Velho Testamento, que envolviam a música instrumental. Primeiro, este serviço de canto organizado e sistematizado foi instituído por Davi. Segundo, foi ligado a Jerusalém. Terceiro, foi ligado ao templo. Quarto, foi ligado aos levitas.

    Ensinamento do Novo Testamento contra este fundo

    A gora temos diante de nós o fundo contra o qual o ensinamento do Novo Testamento deve ser avaliado. Estamos prontos a virar ao Novo Testamento, e iniciamos com o princípio importante deixado pelo nosso Senhor Jesus na sua conversa com a mulher junto ao poço em Samaria (João 4:19-24).

    Você pode lembrar que Jesus apenas se revelou aos poucos a esta mulher. Mas um salto ocorreu na sua compreensão dele quando Jesus demonstrou conhecimento sobrenatural da sua vida, e ela disse: “Senhor, vejo que tu és profeta”. Ela, então, aproveitou a presença de uma pessoa que ela agora considerava profeta para colocar diante dele a controvérsia entre os samaritanos e os judeus referente ao lugar correto de louvar. “Nossos pais”, ela disse, “adoravam neste monte”, referindo-se ao monte Gerizim, “dizeis [Plural: vós judeus] que em Jerusalém é o lugar onde se deve adorar”. Neste ponto Jesus pôs diante desta mulher um pouco do ensinamento mais significante em relação ao louvor em toda a Palavra de Deus. “Mulher”, ele disse, “podes crer-me que a hora vem, quando nem neste monte, nem em Jerusalém adorareis o Pai. Vós adorais o que não conheceis [Plural as três vezes] ; nós adoramos o que conhecemos, porque a salvação vem dos judeus. Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores. Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade.”

    Jesus não poderia simplificar mais. Jerusalém, com o seu templo, não teria mais o significado que tinha. O Pai não seria louvado nem no monte Gerizim, como fizeram os samaritanos, nem em Jerusalém, como fizeram os judeus. Os verdadeiros adoradores adorariam o Pai em espírito e verdade, e o lugar seria insignificante.

    Depois de períodos de apostasia, reformadores pré-exílicos como Joiada, Ezequias e Josias restauraram o serviço de canto prescrito por Davi – aquele serviço ligado com Jerusalém, o templo e os levitas. Os judeus da restauração haviam feito a mesma coisa depois do cativeiro babilônico. Mas não é tão claro quanto o dia mais ensolarado que os adoradores do Novo Testamento não voltaram a Davi como fizeram os reis reformadores e como fizeram os judeus da restauração? Sob Cristo Jesus, Jerusalém perdeu a sua significância religiosa. O templo não existe mais. Nós não temos mais um sacerdócio levítico permanecendo “dia após dia, a exercer o serviço sagrado e a oferecer muitas vezes os mesmos sacrifícios (animais), que nunca jamais podem remover pecados” (veja Hebreus 10:11). Este sacerdócio foi anulado pelo sacrifício todo-suficiente de Jesus Cristo. O serviço de canto davídico ligado com o templo e os levitas já não existe há muito tempo.

    Não podemos, portanto, presumir que já que a música instrumental fazia parte do sistema do Velho Testamento instituido por Davi, deveria fazer parte do louvor do Novo Testamento. Não pode haver a menor dúvida de onde está o fardo das provas neste assunto. O sistema inteiro que incluía a música instrumental é obsoleto. Já foi há muito tempo. Se alguém pensar que a música que fazia parte daquele sistema permanece, ele precisa mostrar as provas. Ele deve citar evidência do Novo Testamento que prove o seu ponto. Mas não o invejo nesta tarefa. Pois o fato é que o fardo é maior do que fiz parecer até então. Deixe-me mostrar-te contra o que ele está lutando.

    Louvor no Velho Testamento e no Novo Testamento

    Q uero mostrar-te o peso integral do fardo que um defensor da música instrumental no louvor deve carregar. Mas antes de desenvolver este ponto, quero colocar diante de você alguns fatos. Estes fatos são relacionados à diferença entre o Velho Testamento e o Novo Testamento referente ao louvor que é pedido do povo de Deus. Os Salmos, particularmente, nos dão o sabor do ambiente do Velho Testamento.

    Algumas das referências ao louvor nos Salmos falam apenas de canto. Salmo 9, por exemplo, primeiro fala de dar graças ao Senhor e mostrar as suas obras maravilhosas (v. 1). Estas expressões no versículo 1 são seguidas no versículo 2 com a linha: “ao teu nome, ó Altíssimo, eu cantarei louvores”. Depois, no versículo 11, fala ao povo: “Cantai louvores ao SENHOR, que habita em Sião; proclamai entre os povos os seus feitos”.

    Mas os Salmos transbordam com tais expressões: “Cantarei ao SENHOR, porquanto me tem feito muito bem” (13:6). Por motivos dados previamente, o salmista diz: “Glorificar-te-ei, pois, entre os gentios, ó SENHOR, e cantarei louvores ao teu nome” (18:49). “Nós cantaremos e louvaremos o teu poder” (21:13). “Cantarei e salmodiarei ao SENHOR” (27:6). Mas isso é apenas uma amostra. Há muitas outras referências a cantar louvores sem referência a nenhum instrumento mecânico.

    Por outro lado, os Salmos também transbordam com referências ao louvor por meio de instrumentos mecânicos: “Celebrai o SENHOR com harpa, louvai-o com cânticos no saltério de dez cordas” (33:2). “Ao som da harpa eu te louvarei, ó Deus, Deus meu” (43:4). Salmo 57:7-9 fala dos salmos e a harpa em ligação com o cantar de louvores. [ Veja 108:2, que é parecido]  “Eu também te louvo com a lira, celebro a tua verdade, ó meu Deus; cantar-te-ei salmos na harpa” (71:22).

    Num contexto que fala de cantar em voz alta a Deus e fazer-lhe um som agradável. Salmo 81:2 diz: “Salmodiai e fazei soar o tamboril, a suave harpa com o saltério”.

    Salmo 92:3 fala de cantar louvores “com instrumentos de dez cordas, com saltério e com a solenidade da harpa”.

    Então, há Salmo 98:5-6 – “Cantai com harpa louvores ao SENHOR, com harpa e voz de canto; com trombetas e ao som de buzinas, exultai perante o SENHOR, que é rei”.

    “No saltério de dez cordas, te cantarei louvores” (Salmo 144:9). “Entoai louvores, ao som da harpa, ao nosso Deus” (147:7). “Cantem-lhe salmos com adufe e harpa” (149:3). “Louvai-o ao som da trombeta; louvai-o com saltério e com harpa” (150:3). E assim por diante. Voltarei a Salmo 150 em um momento.

    Não tenho nenhuma confiança de que juntei todas as referências a cantar e louvar ao Senhor por meio de instrumentos mecânicos. Mas é uma amostra justa. Há muitas delas.

    Agora quero colocar do lado destas as referências do Novo Testamento aos cristãos e a sua música e louvor de Deus. A evidência começa com as referências em Mateus 26:30 e Marcos 14:26 no final da última ceia de Jesus com os discípulos: “Tendo cantado um hino, saíram para o monte das Oliveiras.” Depois há a afirmação a respeito de Paulo e Silas no cárcere filipeu: “Por volta da meia-noite, Paulo e Silas oravam e cantavam louvores a Deus…” (Atos 16:25). Romanos 15:9 é uma citação dos Salmos: “Por isso, eu te glorificarei entre os gentios e cantarei louvores ao teu nome”. 1 Coríntios 14:15 fala de cantar com o espírito e com a compreensão.

    Duas passagens nas epístolas de Paulo nos dizem mais a respeito da música na igreja. Uma é Efésios 5:18 em diante: “E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito, falando entre vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor com hinos e cânticos espirituais….”. A outra é da epístola paralela, Colossenses: “Habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em vosso coração” (3:16).

    Hebreus 2:12 é uma citação de Salmo 22:22, um salmo sobre o Messias: “cantar-te-ei louvores no meio da congregação”.

    Finalmente, Tiago 5:13 recomenda cantar louvor como a expressão natural de um coração alegre.

    É só isso! Os salmos estavam cheios de referências falando de louvar a Deus com a harpa, a salmodia e outros instrumentos. Que contraste marcante o Novo Testamento apresenta! Não tem uma palavra nele de louvar a Deus com instrumentos mecânicos. Efésios 5:19 é de interesse especial. Onde a versão Revista e Corrigida fala, “cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração” a versão Revista e Atualizada diz, “entoando e louvando de coração ao Senhor”. “Louvar” e “salmodiar” são traduções do verbo grego que tantas vezes é ligada ao tocar da harpa na literatura grega. Mas Paulo não fala aqui de produzir música nem pela harpa nem por outro instrumento tal. Ele fala da música do coração. [O SENHOR mandou a música instrumental, pelos seus profetas (2 Crônicas 4 ônicas 29:25); Jesus não a mandou pelos seus apóstolos” (Homer Hailey, carta)

    Este contraste entre o Velho Testamento e o Novo se torna mais notável ainda quando se considera que os cristãos tinham ainda mais razões que os judeus para comemorarem os louvores ao Senhor. Considerem a explosão de louvor com a qual Paulo começa a sua epístola aos efésios e Pedro começa a sua primeira epístola. A redenção em Cristo Jesus certamente dava razão de sobra para as maiores expressões de louvor das quais os seres humanos são capazes. Mas o “sacrifício de louvor” que o Novo Testamento nos exorta a oferecer a Deus não vai além do “fruto de lábios que confessam o seu nome” (Hebreus 13:15). Há uma razão para isso? Acredito que há. Aquela razão envolve a diferença de natureza entre as duas alianças.

    A natureza do progresso do Velho Testamento ao Novo Testamento

    A maioria de nós provavelmente compreende o conceito da progressividade quando é relacionado à revelação divina, tenhamos pensado em expressar isso nestes termos ou não. Para simplificar, a nova aliança é melhor que a velha aliança. Mas como a nova aliança é melhor que a velha aliança? Qual a natureza da progressão que ocorre conforme formos da religião do Velho Testamento à religião do Novo Testamento? É simplesmente um assunto de quantidade, com o Novo Testamento provendo mais do mesmo? Ou é um assunto de qualidade, uma diferença na natureza fundamental?

    Deixe eu ilustrar o meu ponto ao voltar a Salmo 150. O salmo é curto e posso colocar tudo diante de você:

    “Aleluia!
    Louvai a Deus no seu santuário;
    louvai-o no firmamento, obra do seu poder.
    Louvai-o pelos seus poderosos feitos;
    louvai-o consoante a sua muita grandeza.
    Louvai-o ao som da trombeta;
    louvai-o com saltério e com harpa.
    Louvai-o com adufes e danças;
    louvai-o com instrumentos de cordas e com flautas.
    Louvai-o com címbalos sonoros;
    louvai-o com címbalos retumbantes.
    Todo ser que respira louve ao SENHOR.
    Aleluia!”

    Então, este salmo final é um chamado para louvar com todos os tipos de instrumentos. Agora, novamente, coloco a questão para você: Qual é o avanço feito do Velho Testamento ao Novo Testamento? O Novo meramente nos leva mais adiante na mesma direção? A progressão envolve mais e mais da mesma coisa? Você, por exemplo, esperaria encontrar o Novo Testamento mandando que Deus seja louvado com ainda mais tipos de instrumentos? Ou a diferença está em outras linhas? É uma diferença fundamental na natureza?

    Considere algumas outras ilustrações – o sujeito do sacrifício, por exemplo. Quando o templo foi dedicado Salomão ofereceu 22,000 bois e 120,000 ovelhas. O altar de bronze certamente não comportaria tanto. Então Salomão santificou “o meio do átrio” diante do templo e lá ofereceu os sacrifícios (1 Reis 8:62-64).

    Mas o que encontramos quando nos tornamos ao Novo Testamento – mais ainda destes sacrifícios animais, indo além até do número oferecido por Salomão? Todos nós sabemos a resposta. O livro de Hebreus nos ensinou que a oferta de Jesus Cristo na cruz foi um sacrifício suficiente para todo o tempo, e nem existem mais sacrifícios animais (Hebreus 10:1-18). Os sacrifícios que nos são pedidos são de natureza espiritual (1 Pedro 2:5) – “sacrifícios espirituais” (Hebreus 13:15); fazendo o bem e compartilhando com outros (Hebreus 13:16); o sacrifício dos nossos próprios corpos a Deus (Romanos 12:1-2). Os sacrifícios do Novo Testamento não são mais dos mesmos. São diferentes na natureza fundamental.

    E em relação a Jerusalém? Paulo escreve: “Ora, Agar é o monte Sinai, na Arábia, e corresponde à Jerusalém atual, que está em escravidão com seus filhos. Mas a Jerusalém lá de cima é livre, a qual é nossa mãe” (Gálatas 4:25-26). A nossa cidade materna não é deste tipo terrestre ou sombra, mas a “Jerusalém celestial” própria – a real “cidade do Deus vivo” (Hebreus 12:22).

    E o templo? Jesus usou os Romanos para destruir Jerusalém e o seu templo, sem deixar uma pedra sobre outra (Mateus 24:1 em diante). A igreja foi ensinada a esperar um outro templo do mesmo tipo, talvez maior e melhor, a ser construído no seu lugar? Nem por um minuto. A igreja era por si só o templo, possuída pelo Espírito de Deus (1 Coríntios 3:16 em diante), “habitação de Deus no Espírito” (Efésios 2:22), uma casa espiritual feita de pedras que vivem (1 Pedro 2:5).

    E as pessoas? Deus não tem mais um povo identificado por uma nação de carne que tem a sua lei escrita em pedras ou pergaminhos, mas com apostasia e descrença nos seus corações. O povo da sua nova aliança é um povo espiritual com a lei escrita nos seus corações (Jeremias 31:31-34). O reino de Deus tem sido tirado de Israel e dado à nação espiritual “que lhe produza os respectivos frutos” (Mateus 21:43). É o povo que veio a Cristo de cada nação que são chamados de “raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus” (1 Pedro 2:9).

    Não é à toa que o Novo Testamento não tem salmos exortando as pessoas a louvarem a Deus com o som de trombeta, saltério, harpas, adufe e danças, instrumentos de cordas e flautas, címbalos sonoros e címbalos retumbantes! Não é à toa que a música que somos exortados a fazer é a música do coração! É isto que devemos esperar encontrar no Novo Testamento. É uma forma de louvor a Deus que é consistente com a natureza espiritual da ordem inteira das coisas no Novo Testamento.

    O louvor do Novo Testamento é espiritual. Não é algo produzido pela maquinaria. Não escrevemos as nossas orações para serem colocadas numa roda de orações e viradas diversas vezes. Nem louvamos a Deus por meio de algum instrumento mecânico. As palpitações internas produzidas por um órgão não são espirituais, mas sensuais e animais.

    Há muitos anos eu tive um amigo batista em Gainesville, Georgia, que vendia móveis, mas também trabalhava com alguns órgãos. Eu o estava visitando na loja um dia quando ele começou a tocar um órgão. Estava perto e os tons ressonantes do órgão começaram a tremer pelo meu interior. Não tentaria ser mais específico que isso. Mas estava me afetando de alguma maneira lá dentro. Devo ter sorrido ou dado alguma expressão da sensação. De qualquer maneira o meu amigo batista sentiu obrigado a oferecer uma explicação. Ele disse que é “a mesma coisa que faz um cachorro uivar quando passa um trem”.

    Incrível! Em todo o mundo as pessoas entram nas catedrais. Elas vêem as vistas – o vidro tingido, as imagens; sentem o cheiro do incenso; ouvem o som do orgão. Todas elas pensam, “Ah! Isso não é espiritual?” Mas não é espiritual de jeito nenhum. É sensual. É animal. É “a mesma coisa que faz um cachorro uivar quando passa um trem”.

    O problema que enfrenta os defensores

    Mas devo terminar o meu argumento. Prometi mostrar a você o que os defensores da música instrumental no louvor enfrentam. Em primeiro lugar, o fardo das provas está neles. Jesus ensinou claramente que o sistema de louvor com o qual a música instrumental foi ligado é obsoleto, algo do passado. O sistema de louvor que incluía a música instrumental acabou. Se alguém pensa que a música instrumental permanece, deve provar isso citando a evidência do Novo Testamento.

    Mas não é isso que esperamos encontrar no Novo Testamento, e então o seu fardo é pesado com certeza. A presunção é contra ele. Quando consideramos a natureza espiritual de todos os aspectos da religião do Novo Testamento, não esperamos encontrar música produzida por uma máquina no Novo Testamento. A música instrumental era apropriada para o materialismo e a carnalidade da economia do Velho Testamento. Mas não se encaixa na natureza espiritual do cristianismo. Se alguém que compreendesse a natureza espiritual do cristianismo encontrasse uma referência do Novo Testamento a música mecânica no louvor da igreja, ficaria chocado. Perguntaria: O que isso está fazendo aqui? Não se encaixa. Está fora do seu lugar. Atrapalha a harmonia.

    Muitos trabalharam tediosamente para encontrar um tipo de justificação pela música que adoram, mas não podem provar que é aceitável a Deus. Sobem ao Céu para rebaixar na igreja um símbolo de realidade espiritual encontrada nas imagens do livro de Apocalipse. Eles descem ao abismo para trazer as relíquias do judaísmo da morte. Torturam as palavras gregas em dizer o que querem que dizem.

    Mas todas estas manipulações servem uma causa que estava perdida desde o começo. Se fossem bem-sucedidas na tentativa de justificar a música instrumental no louvor, simplesmente terão provado que o cristianismo tem um elemento nele que não se encaixa no resto. Por que não reconhecer isso desde o começo e evitar o trabalho?

    Quero lhes dizer, meus amigos: Quando alguém traz um argumento para justificar a música instrumental no louvor da igreja, quero olhar para ele o mais perto possível, embaixo das luzes mais fortes possíveis. Ele parece estar tentando trazer algo ao louvor da igreja que não se encaixa com todo o resto que sabemos da sua natureza. A sua “prova” terá que agüentar as avaliações mais cuidadosas possíveis antes de podermos deixá-la passar.

    Uma palavra final sobre atitudes

    N ão vejo utilidade em fazer julgamentos a respeito da pecaminosidade da música instrumental no louvor. Nem vejo utilidade em especular sobre quem irá ao céu e quem não irá. Mas se o meu raciocínio tem sido correto, parece claro que a música instrumental mais ou menos frustra um propósito divino. Ela enfraquece, se não totalmente destrói, o efeito que Deus quer que a morte tenha sobre nós.

    É difícil ir para o céu. Há muito contra nós neste mundo. Devemos buscar a Deus continuamente; devemos viver na fé; devemos nos manter ligados ao Salvador. Devemos nos alimentar da sua palavra; devemos estar determinados a fazer a vontade de Deus o nosso propósito em tudo. Precisamos ser tão fiéis quanto pudermos na nossa utilização das ferramentas que Deus deixou para o nosso desenvolvimento espiritual; e isso certamente inclui o louvor.

    Às vezes os cânticos saem mal – sem entusiasmo, sem vida, sem espírito. Mas a falha não deve ser remediado por meio de maquinaria. A falta está dentro dos nossos corações. A solução é nos inclinarmos diante daquele que alegamos louvar, permitindo a ele nos encher com a sua plenitude (veja Efésios 3:14-19). Lembre-se de Efésios 5:18-21 e Colossenses 3:16-17.

    “E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito, falando entre vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor com hinos e cânticos espirituais, dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo.”

    “Habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em vosso coração. E tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai.”

    –por L. A. Mott, Jr.

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