Publicado por: Alba Bloechliger | 22/08/2009

Ellen G. White

Ellen Gould Harmon White, (Gorham, 26 de Novembro de 1827Santa Helena, Califórnia, 16 de Julho de 1915) considerada uma profetisa pela Igreja Adventista do Sétimo Dia [1][2]. Filha de Robert e Eunice Harmon, fazia parte de uma família de oito filhos, tendo como irmã gêmea Elizabeth.

O Início de Seu Ministério

Ellen White relatou sobre sua primeira experiência visionária em dezembro de 1844, aos 17 anos, não muito tempo depois do Grande Desapontamento de 22 de outubro de 1844.

“Nesta época visitei a irmã H[aines], uma irmã em Cristo cujo coração estava cingido ao meu. Éramos cinco pessoas, todas mulheres, reverentemente curvadas ante o altar da família. Enquanto orávamos, o poder de Deus desceu sobre mim como antes não o experimentara ainda. Pareceu-me estar rodeada de luz, e ir-me elevando acima da Terra.” (Testemunhos Seletos, vol. 2, p. 270)

A primeira visão de White tinha por objetivo erguer os adventistas desencorajados e fragmentados afim de uní-los novamente. Ela viu o “povo do advento” viajando em um alto e perigoso caminho em direção à Nova Jerusalém. “Tinham uma luz brilhante colocada por trás deles no começo do caminho, a qual um anjo me disse ser o “clamor da meia-noite”. Alguns dos viajantes ficaram cansados e foram encorajados por Jesus; outros negavam a existência da luz que os guiava e “caíam do caminho para baixo, no mundo tenebroso e ímpio”. A visão continuou com cenas da segunda vinda de Cristo, seguida da entrada do povo do advento na Nova Jerusalém; e termina com o retorno de Ellen White à Terra, sentindo-se solitária, desolada e almejando um “mundo melhor”. Como Godfrey T. Anderson salienta, “Com efeito, a visão garantiu ao povo adventista um eventual triunfo, a despeito do imediato desespero no qual eles haviam mergulhado.[5]

A segunda visão de White relacionava-se às visões de Crozier sobre o desapontamento de 22 de outubro. Ela tornou-se conhecida como a visão do “Noivo”; Ellen White a recebeu em Exeter, Maine, em fevereiro de 1845. Juntamente com a terceira visão, onde White viu a nova terra, essas visões “Deram um contínuo significado à experiência de outubro de 1844 e apoiou o desenvolvimento do pensamento racional sobre o santuário. Além disso, as visões desempenharam um importante papel no combate às visões espirituais de muitos adventistas fanáticos que retratavam o Deus e Jesus como seres literais e o Céu como um lugar físico.” [6]

Temendo uma recepção negativa, Ellen não compartilhou suas visões com toda a comunidade Milerita, até que, durante uma reunião na casa de seus pais, ela recebeu o que ela considerou como sendo uma confirmação sobrenatural de seu ministério:

“Enquanto orávamos, a densa escuridão que me envolvia foi dispersa, uma luz brilhante, como uma bola de fogo, veio em minha direção. Senti como se ela estivesse sobre mim e então minhas forças foram tomadas. Eu parecia estar na presença de Jesus e dos anjos. Novamente foi dito, ‘Torne conhecido a outros o que lhe revelei’.”[7]

Logo em seguida, Ellen comoçou a dar seu testemunho publicamente, em reuniões que muitas vezes ela mesma organizou; como também nos encontros regulares da Igreja Metodista realizados em casas particulares.

“Combinei reuniões com minhas jovens amigas, algumas das quais eram bem mais velhas do que eu, e algumas eram pessoas casadas. Várias delas eram vãs e irrefletidas; minha experiência assemelhava-se-lhes um conto ocioso, e não davam ouvidos às minhas súplicas. Decidi, porém, que meus esforços não cessariam enquanto essas queridas almas, por quem sentia tão grande interesse, não se entregassem a Deus. Várias noites inteiras foram passadas por mim em fervorosa oração por aquelas a quem eu havia buscado e reunido no intuito de trabalhar e orar por elas.”[8]

As notícias de suas visões propagaram-se, e em seguida White fez viagens a fim de pregar aos grupos de seguidores Mileritas no Maine e nas regiões ao redor. Suas visões não foram divulgadas mais amplamente até 24 de janeiro de 1846, quando o relato da primeira visão de White, “Letter From Sister Harmon” foi publicado em Day Star, um folheto Milerita publicado em Cincinnati, Ohio, por Enoch Jacobs. Ela escreveu a Jacobs para encorajá-lo, e embora ela tenha dito que a carta não foi escrita para ser publicada, Jacobs publicou-a da mesma forma. Ao longo dos poucos anos que se seguiram, ela foi republicada de diversas maneiras, fazendo também parte do primeiro livro de White, Christian Experience and Views, publicado em 1851.

Dois Mileritas afirmaram ter tido visões antes de Ellen White – William Ellis Foy (1818-1893), e Hazen Foss (1818?-1893). Os Adventistas crêem que o dom oferecido anteriormente a estes dois homens foi transferido para Ellen White[9].

O decorrer de sua vida

Ao descrever suas experiências com visões, Ellen White dizia ser envolvida por uma brilhante luz. Nestas visões ela estaria na presença de Jesus ou de anjos que lhe mostrariam eventos (históricos e futuros) e lugares (na terra, no céu, ou outros planetas), ou lhe davam informações. Ela descrevia o fim dessas visões como sendo envolvida e trazida de volta à escuridão da Terra.

As transcrições das visões de White geralmente continham teologia, profecia, ou conselhos pessoais a indivíduos ou a líderes adventistas. Um dos melhores exemplos de seus conselhos pessoais é encontrado em um livro intitulado Testemunhos para a Igreja, uma série de 9 volumes, que contém testemunhos publicados para a edificação geral da igreja. As versões faladas e escritas de suas visões desempenham um papel significativo em moldar a estrutura organizacional da emergente Igreja Adventista do Sétimo Dia. Além disso, elas continuam a ser usados por líderes da igreja no desenvolvimento das políticas da Igreja e para a leitura devocional.

Em 14 de março de 1858, em Lovett Grove, Ohio, White recebeu uma visão enquanto participava de um funeral. Naquele dia, Tiago White escreveu que “Deus manifestou Seu poder de forma maravilhosa ”acrescentando que“ muitos se decidiram a guardar o Sábado do Senhor e se unir ao povo de Deus.” Ellen, em seu escrito sobre esta visão, declarou ter recebido instruções práticas para membros da igreja, e algo ainda mais significativo: um vislumbre cósmico do conflito “entre Cristo e Seus anjos, e Satanás e seus anjos.” Ellen White exporia este tema do grande conflito que finalmente se transformaria na série Conflito dos Séculos.[12]

 

O Ministério Após A Morte De Seu Marido

Após 1882 Ellen White foi assistida de perto por amigos e associados. Ela contratou assistentes literárias que a ajudariam no preparo de seus escritos para a publicação[13] [14]. Também mantinha uma intensiva correspondência com líderes da igreja. Ellen, então, viajou para a Europa em sua primeira viagem internacional. Após seu regresso, ela apoiou E.J. Waggooner e A.T. Jones, jovens pastores, no desenvolvimento da doutrina da Justificação pela Fé. Alguns líderes da igreja resistiram ao seu conselho e, para evitar conflitos, ela foi enviada a Austrália como missionária.[15]

Comer carne de porco produz lepra

Segundo a sra White, comer carne de porco produz lepra, ela declarou: “O comer porco tem produzido escrófulas, lepra e humores cancerosos. O ingerir carne desse animal está ainda causando o mais intenso sofrimento à humanidade” (mensageira do senhor pg 281)(conselhos sobre regime alimentar pg 393) . As informações de uns especialistas indicam que essa crença(ou teoria) era muito antiga. Segundo a Dra Wilma Maria Coelho Araújo, os egípcios acreditavam na tramsmissão da lepra pelo porco e por isso “criadores de porcos eram proibidos de entrar em templos egípcios”.[27] Também segundo o relato da pesquisadora gastronômica Maria L. M. Cavalcanti, por essa mesma razão o porco não era pintado nas tumbas dos faraós, e os hebreus tinham essa mesma crença da transmição da lepra pelo suino. [28]

Ainda Sobre a transmissão da doença, pesquisadores afirmam que o animal que pode transmitir a lepra além do homem(em casos especiais) é o tatu. Declaram: “a hanseníase constitui-se em uma das poucas doenças infecciosas em que um modelo animal não pode ser desenvolvido com sucesso, a não ser em situações especiais com tatus”[29] E ainda segundo a Dra Maria Eugenia N. Gallo (chefe do laboratório de hanseníase do Instituto Osvaldo Cruz – IOC ), o contágio é exclusivamente entre os seres humanos. Os pacientes da forma multibacilar (contagiosa) sem tratamento, eliminam os bacilos através do aparelho respiratório superior (secreções nasais, gotículas da fala, tosse, espirro)[30]

Amálgama – a polêmica dos parágrafos omitidos

Descrevendo um grande pecado, a Sra White relatou:

Mas se há um pecado acima de todo outro que atraiu a destruição da raça pelo dilúvio, foi o aviltante crime de amálgama de homem e besta que deturpou a imagem de Deus e causou confusão por toda parte.” (Spiritual Gifts, Vol. 3, pg.64, 1864).

Toda espécie de animal que Deus criou foi preservada na arca. As espécies confusas que Deus não criara, resultantes da amálgama, foram destruídas pelo dilúvio. Desde o dilúvio, tem havido amálgama de homem e besta como pode ser visto nas quase infindáveis variedades de espécies animais e em certas raças de homens.”( Spiritual Gifts, Vol. 3, pg. 75, 1864).

Segundo o artigo de Gordon Sigley e na opinião do escritor apologista Dirk Anderson, a afirmação da Sra White sobre o amálgama (mistura, fusão,cruzamento) de homem e besta(animal) foi uma das mais controvertidas e embaraçosas para seus seguidores. [31] Na opinião de Dirk, a afirmação da Sra. White parecia indicar que ela cria que, a união sexual entre seres humanos e bestas(animais) antes e depois do dilúvio produziu espécies diferentes, amalgamadas(e que Deus não criara). A citação dela (Sra White),diz que os resultados do amálgama podiam ser vistos “em certas raças de homens.” Já na época, esses parágrafos causaram sérias perguntas, como: Quais raças são resultado da amálgama? Em 1868, o dirigente adventista Urias Smith publicou sua defesa de Ellen White. Nesse livro, Smith conjecturava que a união entre seres humanos e bestas havia criado raças como os bosquímanos(indígenas) da África, algumas tribos de hotentotes, entre outras.[32] A Sra White não fizera qualquer declaração com respeito à defesa de Urian Smith. [33]Tiago White o marido de Ellen White, revisou o livro de Smith antes da publicação e o recomendou aos leitores da revista oficial da igreja, a Review and Herald. E no mesmo ano, o Sr e a Sra White levaram 2.000 exemplares do livro de Smith consigo para oferecê-los durante as reuniões campais.[34]Os parágrafos sobre o amálgama voltaram a ser publicados em 1870 no livro Spirit of Prophecy, Vol. 1, e continuaram causando controvérsia.[35] Durante anos, vários homens haviam oferecido diferentes interpretações das declarações de Ellen White. “críticos e apologistas de Ellen White postaram-se em batalha em torno desse assunto de elevada carga emocional.”[36] Em setembro de 1947, houve uma reunião onde quinze dos mais importantes líderes eclesiásticos adventistas estavam presentes para ouvir dois biólogos adventistas, o Dr. Frank L. Marsh e o Dr. Harold W. Clark, debaterem o sentido de tais declarações publicadas no século XIX pela profetisa de sua igreja, Ellen G. White. As posições dos biólogos eram diferentes. O Dr Clark afirmava que a Sra White realmente referia-se ao cruzamento de seres humanos com animais. Mas o Dr Marsh defendia a interpretação de cruzamentos separados: humano com humano, animal com animal. Houve uma batalha de argumentos, sem haver consenso completo. “a controvérsia nunca foi totalmente superada.[37]

O Centro de pesquisas Ellen White(CentroWhite), aceitando a versão defendida pelo Dr Marsh, declara que a Sra. White nunca sugeriu a existência de seres subumanos ou qualquer tipo de relação híbrida animal/homem. Ela falou sobre “espécies animais” e “raças humanas“, mas não sobre algum tipo de amálgama de animais com seres humanos. “Nenhum dicionário jamais usou a palavra “amalgamação” para descrever a coabitação de homem com animal. O emprego da palavra no século dezenove incluía a miscigenação de diversas raças”. E acrescentam: “Reconhecemos, porém que estudantes sérios dos escritos de Ellen White divergem sobre o que ela queria dizer por amalgamação. A responsabilidade da prova repousa sobre aqueles que afirmam que a Sra. White deu ao termo um novo e estranho significado.[38]

Apoiando a tese de Frank L. Marsh, o adventista Dr Francis D. Nichol escreveu o livro: Ellen White and her Critics, onde Nichol diz que a amalgamação (humano com humano) referia-se ao cruzamento da raça(ímpia-dos homens) de Caim, com a raça(crente-de Deus)de Seth. E os animais ao se cruzarem em diferentes raças, também estavam cometendo crime, ou pecado contra a lei natural de Deus.[39] Nichol declarou: “Acreditamos que o significado da frase-chave em questão é encontrado por sua compreensão de leitura: “amálgama de homem e [de] besta.” Assim, a passagem seria falar do amálgama de diferentes raças da humanidade e da fusão de diferentes raças de animais. A construção gramatical e de uso comum nos permitem compreender “de” como sendo implícita”.[40]

Após 1871, os parágrafos do amálgama foram omitidos das edições posteriores. E o filho de Ellen White, W.C. White, explicou: “Quanto aos dois parágrafos que se encontram em Spiritual Gifts e também em Spirit of Prophecy, relativamente ao amálgama e à razão por que foram omitidos dos livros posteriores, e à questão de quem assumiu a responsabilidade de omiti-los, posso falar com perfeita clareza e convicção. Eles foram omitidos por Ellen G. White”. “A Sra. White não só tinha bom juízo baseado numa compreensão clara e abarcante das condições e as conseqüências naturais de publicar o que escrevia, como muitas vezes recebia instruções diretas do anjo do Senhor em relação com o que devia ser omitido ou acrescentado nas novas edições.” (mensagens escolhidas vol 3 pg 452).

Para o Sr Dirk Anderson, essa explicação de relação entre raças (humanos com humanos e, animais com animais), criou outras perguntas como: “Como poderiam as relações sexuais entre parceiros humanos casados serem descritos como “alvitante crime”? Será que Deus não honra o casamento, independentemente de serem ou não, ambos os parceiros da mesma raça ou crença?” “Se casar com uma mulher ímpia foi um “alvitante crime” digno da destruição da raça humana, porque a Bíblia diz que o casamento de Sansão com uma filistina foi “do Senhor?”Como poderiam os resultados de cruzamento (ou casamento) entre pessoas de diferentes fés, agora “ser visto” em “certas raças de homens?Quais são as raças com visíveis evidências de fusão entre crentes e não crentes”? e: “Como poderia união entre as diferentes espécies de animais ser um alvitante crime? Os animais não têm essa capacidade moral para cometer tal crime![41]

Em seu artigo, Gordon Shigley declarou: “Por anos a comunidade adventista presumiu que a Sra. White cria que parte da queda do homem envolveu união sexual de homem com animal e defendeu seus pontos de vista como científicos. Depois de 1947, a posição prevalecente mudou e prosseguiu assim por 35 anos. Incapaz de conciliar a mais óbvia leitura das declarações de Ellen White com a ciência, e com um compromisso para com a igualdade genética entre as raças, a Igreja aceitou a engenhosa interpretação de Marsh sobre o que Ellen White quisera dizer. Pode ser que a presente geração de adventistas concorde com as gerações anteriores de adventistas em que – pelo menos numa ocasião – Ellen White realmente creu que amálgama de homem com besta teve lugar, mas não aceitará essa posição como cientificamente abalizada hoje[42]

-Copiado: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ellen_G._White


Respostas

  1. muita coisa vai dar cadeia nos dias de hoje principalmente logo em breve os que guardarem o sétimo dia do senhor serão presos nem por isso estarão errados pelo contrario estarão certissimos

  2. à respeito da amálgama, as explicações posteriores feitas por Clark e Marsh, são apenas uma tentativa de amenizar a infeliz declaração da senhora White. Isso porque tanto a senhora White, como o senhor White, leram e aprovaram a versão de Dirk Anderson sobre a afirmação dos mesmos. Ou seja, Ellen White aprovou essa afirmação racista feita contra os grupos africanos. Nos nossos tempos isso daria até cadeia.


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